Pois é meus amigos, temos estado um pouco ausentes, mas foi só porque estivemos a recuperar do nosso 2º Geekend.
Para quem não sabe exactamente o que é um Geekend (geek+weekend deveria ser explicação suficiente), espreitem aqui o nosso post do ano passado. Este ano não vos queremos fazer inveja contando todos os detalhes dos quatro excelentes dias passados a jogar, mas sim lançar dois desafios: 1. Vejam se encontram as diferenças! A colecção de jogos disponível aumentou certamente , tal como se pode ver pela altura das pilhas de jogos... Quem consegue adivinhar todos os jogos novos que levámos este ano? 2. Contem-nos um pouco sobre os vossos geekends! Também costumam organizar dias/fins-de-semana com os vossos amigos e família para se dedicarem aos jogos de tabuleiro? O que mais gostam nesses dias? Aproveitam para jogar o máximo de jogos possível ou para se debruçarem sobre aqueles jogos que demoram 5 ou 6 horas? Gostamos sempre de ouvir da vossa parte, por isso não se esqueçam de participar no nosso grupo de facebook ou aqui pelos comentários! Para a semana a secção ESPECULAR já volta à "programação" normal, com mais dicas de escrita criativa! Inté! C.S.
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Esta semana, a nossa rubrica "Eventos Especulativos", não será tanto uma review sobre um evento, já que ele ainda não aconteceu, mas uma forma de vos chamar a atenção para esta excelente iniciativa!
O evento "Silence Day" acontecerá no dia 23 de Abril a partir das 13 horas no Spawn Point. Organizado pela Imaginauta, Whoniverso e o Spawn Point Gaming Lounge, este evento vem celebrar o Silence Day (também conhecido por "Impossible Astronaut Day" - nome do episódio que estreou neste dia) o dia em que "The Silents" apareceram pela primeira vez nos nossos ecrãs. Para além de um almoço-convívio entre todos os fãs, haverão vários jogos, desde o RPG oficial de Doctor Who aos Sonic Screwdrives Duels, passando pelo desarmamento de bombas gnósticas! Os participantes são encorajados a aparecerem com os seus melhores cosplays de Doctor Who e haverá uma sessão fotográfica durante todo o evento. Para os que gostam de testar o seu conhecimento o evento contará com um quiz pelas 17 horas portanto não faltem! Para além de tudo isto estará no local uma banca de artesanato Whovian para se poderem deliciar com as criações das artesãs presentes no dia. Se são fãs de Dr. Who ou gostariam de saber mais sobre este fenómeno da cultura especulativa, aconselhamo-vos a dar um saltinho ao Spawn Point no dia 23 de Abril! De certeza que não se arrependerão. Divirtam-se e até para a semana. C.S. Pois é, esta semana falamos do primeiro evento oficial organizado pela equipa do Especulatório - "Vault of the Dracolich". Uma aventura de Dungeons and Dragons (5ª Edição) em que quatro equipas se unem para derrotar um inimigo em comum - o Dracolich Dretchroyaster - e recuperar o Cajado de Diamante de Chomylla, antes que o Dracolich se consiga apoderar de todos os poderes deste item mágico. Em termos práticos, cada equipa entrou na masmorra por uma sala diferente e os jogadores foram derrotando as várias ameaças à medida que avançavam, com o objectivo de encontrar um dos quatro ídolos de Bhaal, que desactivavam as protecções que rodeavam o Dracolich. Cada equipa nomeou o seu capitão de equipa, que recebeu um artefacto de telepatia (a.k.a. acesso a um grupo do Google Hangouts) de modo a poder comunicar com os outros capitães . Cada mesa teve o seu Dungeon Master, para além de um Head DM que coordenava e assistia todas as outras mesas. As personagens foram organizadas por mesa, de modo a termos equipas equilibradas (o que dependia também da área em que começava cada mesa), e os jogadores apenas tiveram que decidir qual a personagem que preferiam. Cada jogador teve ainda direito a um porta-chaves com um símbolo que identificava de alguma forma a sua personagem (armas, símbolos sagrados ou feitiços) Na nossa opinião, como organizadores, a sessão correu bastante bem, o que é bastante gratificante depois de todo o trabalho de preparação. Os últimos preparativos antes da sessão! Tivemos casa cheia, com 24 jogadores (seis por mesa), que incluíam desde principiantes a outros DM's, dos mais jovens aos mais maduros. No entanto, ficámos contentes por todos os grupos (mesmo aqueles que não se conheciam a priori) terem demonstrado excelente dinâmica entre os jogadores, independentemente da experiência, idade ou língua materna, chegando a desenvolver, na hora, alguma história pessoal entre as suas personagens. O bom humor foi também a marca do dia, com todos os jogadores a aceitar com (mais ou menos) alegria os horrores que lhes iam acontecendo. Todos os jogadores pareceram fazer bom uso das habilidades de cada personagem e demonstraram a capacidade de mudar de táctica quando necessário (às vezes combater não é a melhor alternativa...), mas nem mesmo os mais experientes conseguiram evitar certos desastres armadilhados! Cada equipa entrou por uma sala diferente e estávamos prontos a começar! Foi espectacular ver a interacção entre as mesas, com os jogadores a celebrar as vitórias, e a chorar as perdas, das outras equipas. Claro que algumas mesas tiveram mais sorte do que outras (7 Critical Hits numa tarde é um feito épico!), e noutros casos houve algum abuso por parte de um certo cefalópode gigante, mas no geral todos sobreviveram inteiros... Mais ou menos... Os capitães de equipa foram mantendo o contacto pelo Google Hangouts - quer dizer, pelos artefactos telepáticos - chegando este a ser usado para uma tradução telepática entre equipas. Isto sim é entreajuda! Algumas das batalhas mais épicas, o mapa geral da masmorra e a preparação para a batalha final! No final da tarde, quando todas as equipas conseguiram encontrar os seus ídolos de Bhaal, os capitães de equipa retiraram-se para, analisando todas as folhas de personagem, poderem melhor re-organizar as mesas de acordo com a tarefa final de cada uma. Uma equipa teve que desactivar as protecções que rodeavam o Dracolich, usando os quatro ídolos, outra teve que combater os vários undead atraídos pela energia negativa do Dracolich, outra teve a tarefa de derrotar o Dracolich, e a última teve a excelente surpresa de ter que derrotar o simulacro do Dracolich. Sim, porque só um Dracolich era pouco... A batalha final foi certamente épica e houve grande celebração quando finalmente ambos os Dracolich e a multitude de esqueletos, adeptos do mal e afins foram derrotados. Os nossos Dungeon Masters Para acabar só podemos lamentar não ter havido tempo para os jogadores explorarem todos os recantos da masmorra, mas infelizmente já estávamos apertados de tempo, já que a sala iria ser usada durante a noite para um evento de LARP. Na próxima sessão que organizarmos esperamos encontrar um local em possamos estar mais à vontade (quer em termos de tempo, quer em termos de espaço) e, de preferência, onde faça menos calor! Nós gostamos de calor humano, mas tanto também não... De certeza que os nossos jogadores concordam connosco. Só nos resta agradecer a todos os participantes, aos Dungeon Masters que os guiaram nesta aventura, à organização da LisboaCon 2016 e da área dos Role-playing Games em particular - o Grupo de Boardgamers de Lisboa e o Grupo de Roleplayers de Lisboa - por nos terem cedido o espaço e deixado organizar o que esperamos tenha sido uma tarde divertida para todos! Foi uma óptima oportunidade para dar a conhecer o Especulatório, não só a todos os jogadores, mas também ao público do LisboaCon 2016, que foi passando para investigar o que se estava a passar na masmorra do Dracolich. O grupo de intrépidos aventureiros que derrotaram esta mega-masmorra, e a equipa do Especulatório e os seus Dungeon Masters convidados! Nos próximos dias iremos partilhar mais algumas fotos e vídeos do evento.
Esperamos por vocês no nosso próximo evento (fiquem com atenção às nossas redes sociais)! Até para a semana! C.S. Pois é, esta semana estamos um pouco obcecados com o nosso primeiro evento - a aventura "Vault of the Dracolich" - que estamos a coordenar, em conjunto com a excelente organização da LisboaCon 2016.
Para aqueles que têm estado mais distraídos e não sabem do que estou a falar fica o resumo: Quando: Dia 12 de Março (Sábado), por volta das 14 horas; Onde: LisboaCon 2016, Edifício AERLIS, em Oeiras; Como funciona: Registem-se (inscrições a abrir brevemente) ou apareçam à hora certa, escolham uma personagem pré-feita e juntem-se a uma equipa para se aventurarem na mega-masmorra que temos para vocês. A ideia será ter quatro mesas distintas, cada uma com o seu DM e a sua equipa, de quatro a seis jogadores, que terão que explorar e cooperar para derrotar o Dracolich Dretchroyaster e recuperarem o Cajado de Diamante de Chomylla. Cada equipa elegerá um capitão de equipa, que receberá um poderoso artefacto que lhe permitirá comunicar telepaticamente com os outros capitães, de modo a que todas as equipas se possam coordenar no seu ataque. É suposto que durante o jogo as várias mesas se cruzem e talvez até troquem jogadores, já que isso é parte da diversão! Mesmo que nunca tenham jogado D&D, serão mais que bem vindos para vir experimentar esta aventura original. Mas vamos agora ao que interessa. Como aventureiros prestes a arriscarem-se nesta busca por um artefacto tão especial (e todos os outros tesouros que se encontram nesta masmorra) é sempre bom terem algum conhecimento prévio sobre o vosso inimigo, o Dracolich Dretchroyaster. Dretchroyaster, também conhecido por Dretch (para os amigos), foi um dragão verde que adorava petiscar centauros e comer elfos à sobremesa. O primeiro registo deste dragão verde aparece no ano de 1091 DR (Dale Reckoning) quando combateu, num espectacular duelo aéreo, Naxorlytaalsxar, um dragão preto. Depois disso foi a causa de exílio de muitos elfos aquáticos no Lago Sember, devastou Battledale, Tasseldale e Featherdale, até ser temporariamente derrotado por uma companhia de aventureiros chamada Crossed Swords (como vêm é possível derrotá-lo!). Anos mais tarde, Dretch foi abordado pelo feiticeiro Larkonlan, um membro do Culto do Dragão, que lhe ofereceu a transformação para um Dracolich, assim como um novo covil. Após a mudança para a sua caverna nova, que muito lhe agradou, Dretchroyaster aceitou finalmente a transformação no ano de 1365 DR, e escolheu o cognome de "O Monarca Renascido" (nada convencido...). Agora que já têm alguma backstory sobre o vosso inimigo nesta jornada, de certeza que ele já não vos parece tão assustador, certo? Para além disto, podemos também vos adiantar que para conseguirem chegar ao Cajado de Diamante de Chomylla irão ter que encontrar os ídolos pertencentes ao culto de Bhaal, que são a única forma de contornar as defesas que protegem o cajado. Como vêm, esta aventura não tem nada de complicado: exploram uma masmorra enorme, matam uns tantos monstros, encontram uns ídolos e derrotam um Dracolich. Super fácil, certo? Então esperamos por vocês no dia 12 de Março, na LisboaCon 2016, para darmos inicio à aventura! Boa sorte, e que os Deuses dos Dados estejam convosco! C.S. Esta semana venho-vos falar de um evento já um pouco antigo mas que, a meu ver, se justifica referir este mês, dado o aniversário de J.R.R. Tolkien ter sido há uns dias atrás.
Falo então do terceiro Seminário sobre "Tolkien: Construtor de mundos..." organizado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que decorreu no dia 29 de Maio de 2015. Para já devo dizer que o grupo de professores e alunos que organizam este, e outros seminários na área da literatura especulativa, são excelentes e todas as palestras são interessantes e esclarecedoras. Aconselho-vos desde já a seguirem a sua página de facebook para ficarem a par de novos eventos do género. Mas falando um pouco sobre o seminário em si. A primeira palestra, dada pela Prof. Angélica Varandas, instruiu-nos sobre os conceitos de bem e mal, do ponto de vista de Tolkien, e a evolução da criação, ou corrupção, dos Orcs. Não pensem que lá porque era um génio Tolkien não mudou de ideias dezenas de vezes sobre se os Orcs foram criados (e por quem) ou se surgiram da corrupção de outras raças (elfos ou homens?). Uma coisa é certa, segundo Tolkien, os Orcs, apesar de falarem e de terem diferenças entre tribos, não têm alma. E assim, há muitas análises que se podem fazer usando os Orcs para explorar a natureza do mal. Será o mal criado ou será fruto das escolhas que se fazem? Sem dúvida uma palestra interessantíssima e que nos leva a pensar um pouco mais a sério sobre estes temas. Seguiu-se uma excelente conversa com a Prof. Luísa Azuaga, intitulada "Tolkien - O Construtor de Línguas". Aqui aprendi um pouco sobre línguas construídas e descobrimos duas línguas criadas para uso no nosso mundo - Esperanto e Volapük. Claro que Tolkien considerava estas línguas construídas no mundo real línguas mortas porque não têm nem mitos nem lendas associados. E ficou bem demonstrado que Tolkien foi único não só pela criação de todo um mundo, lendas e várias línguas, mas também porque as línguas por si criadas têm uma história, uma relação entre si, evoluem e modificam-se de acordo com as regras estudadas sobre a evolução de línguas históricas. Sem dúvida uma palestra que me incentivou a pesquisar e aprender mais sobre as línguas construídas por Tolkien. De seguida falou-se sobre a ligação entre Aragorn e as lendas arturianas e todos os pontos de encontro entre as duas histórias. Uma apresentação interessantíssima por Ana Rita Martins e Diana Marques. Para quem conhece um pouco sobre os contos arturianos possivelmente já tinha dado por algumas semelhanças, tal como ambos serem guerreiros no inicio das histórias, os paralelos entre a Narsil e a Excalibur, e o facto de quer Aragorn, quer Artur, representarem o começo de novas, e melhores, épocas nos seus mundos. Se não sabem o que ler a seguir porque não enveredarem pelo mundo das lendas arturianas? O que não falta são opções de leitura, das mais fantásticas às mais históricas (sugiro "The Mists of Avalon" de Marion Zimmer Bradley para versão mais fantástica, e "The Tales of King Arthur" de Sir Thomas Malory para uma versão mais "histórica"). O Prof. Hélio Pires veio depois falar um pouco sobre o simbolismo do anel e os 4 Senhores dos Anéis Nórdicos. Uma conversa cheia de novidades para quem, como eu, não estava familiarizada com os épicos nórdicos. Falou-se de Odin, Ullr, Völlund e Hreidmar e os anéis como símbolos de poder, união, dever e maldição - tudo temas conhecidos para nós que somos fãs de Tolkien! Mais uns tantos contos para a lista de leitura. E porque não começar pela versão de Tolkien de uma saga nórdica com "The Legend of Sigurd & Gudrún"? O seminário contou com mais algumas palestras, que infelizmente não pude assistir. Mas fica já aqui a promessa que se este ano voltar a ser organizado um seminário em honra do Tolkien e da literatura especulativa, lá estarei, e espero ver-vos a todos lá também! Até para a semana! C.S. Pois é, esta semana não podia faltar a nossa"review" à Comic-Con Portugal 2015.
Afinal de contas foi um fim-de-semana imerso em ficção especulativa, cheio de diversão e muitos jogos! Começámos na Sexta-feira à tarde com um painel com David Anthony Durham, autor da saga fantástica Acacia, publicada em Portugal pela Saída de Emergência. Este escritor, mais conhecido pelos seus livros de Ficção Histórica, ficou sem dúvida na nossa lista de "Livros a Ler", não só pela paixão que demonstrou no que toca às suas obras fantásticas, mas também pela simpatia e à vontade com que interagiu com o público que se foi juntando na pequena zona da Tertúlia Comics & Literatura. O único senão da tarde foi sem dúvida o pouco (nenhum) isolamento sonoro da zona de tertúlia com autores do resto do pavilhão de merchandising, o que dificultou um pouco o contacto com os mesmos. Apesar disso a organização do espaço esteve bastante melhor este ano, sem nenhuma dúvida! No Sábado a nossa equipa dividiu-se entre várias áreas da Con. Enquanto uns aproveitaram para fazer uma mini-maratona de "Star Wars" (obrigado à FNAC pelo loop contínuo de filmes durante todo o evento!) outros aproveitaram para testar alguns jogos na zona de Boardgames. Desde já os nossos parabéns e muito obrigado a toda a equipa do Grupo de Boardgamers do Porto, que esteve sempre pronta a ensinar, e a jogar connosco, a grande variedade de jogos de tabuleiro disponíveis no evento. Confesso que foi onde a nossa equipa passou mais tempo durante todo o fim-de-semana, o que se traduziu em sairmos do evento com alguns sacos bastante pesados e as carteiras bem mais leves. Mas pelo menos temos muitos boardgames novos para a época natalícia! Não poderíamos deixar de mencionar o painel de John Noble, mais conhecido pelo seu papel de Dr. Walter Bishop em "Fringe" e Denethor em "The Lord of the Rings". Sem dúvida uma melhoria face aos painéis do ano passado, com perguntas muito pertinentes e interessantes, por parte do público e do moderador Mário Augusto. Com uma personalidade fascinante e excelente conversador, esperamos ver John Noble cada vez mais nas nossas televisões e ecrãs de cinema! No Domingo fomos assistir à estreia da nova série do SyFy "The Magicians" e ficámos muito bem impressionados, ou não fosse baseada numa série de livros de Lev Grossman, que também estão na nossa lista de "Livros a Ler"! A data de estreia nos E.U.A. é a 25 de Janeiro, e esperamos que não seja muito depois disso por cá! No total foi um evento com muita diversidade, quer de actividades, quer de painéis, com algo para todos os gostos, de anime a comics, filmes a livros, e muito merchadising para todo o tipo de carteiras. Temos ainda que destacar os excelentes cosplays presentes, desde os mais elaborados aos mais simples, e a simpatia e abertura de todos os artistas presentes na Artist's Alley que só demonstraram o nível de trabalho que se faz em Portugal Parabéns à organização e a todos os presentes por um excelente evento! Para o ano haverá mais e a Equipa do Especulatório estará sem dúvida presente! C.S. Ora bem, meus companheiros escritores, Novembro aproxima-se como uma tempestade cafeínada de palavras, que promete muitas noites sem dormir, almoços comidos à pressa, e casas a precisar de limpezas urgentes.
Para todos os outros que não fazem ideia do que aí vem, deixem-me elucidar-vos sobre o National Novel Writing Month - NaNoWriMo. Criado em Julho de 1999 por um grupo de vinte e poucos amigos, com vinte e poucos anos, na cidade de São Francisco (EUA), rapidamente evoluiu para um evento nacional, e posteriormente mundial. O objectivo do NaNoWriMo é, em teoria, simples: escrever um livro num mês. Para efeitos deste evento um livro são 50.000 palavras, e o mês é Novembro, escolhido a partir da segunda edição para aproveitar o facto de o tempo lá fora estar miserável. Participar no NaNoWriMo é fácil. Inscrevam-se no website do evento, onde podem ir actualizando a vossa contagem de palavras, conhecer outros participantes e ter acesso a muitos recursos destinados a vos acompanhar durante todo o mês. Depois disso, basta escrever 50.000 palavras em 30 dias, ou aproximadamente 1667 palavras por dia. Simples, certo? Talvez não! Apesar de ser uma principiante (é apenas o meu segundo ano) devo dizer participar no NaNoWriMo é mais difícil do que à partida parece. Por muito boas intenções com que comecem o mês haverá sempre um altura em que só vos apetece desistir. Eu sei o que isso é, visto que ano passado também não cheguei ao fim. Mas não se preocupem, novatos ou veteranos nestas andanças, este artigo serve exactamente para vos deixar algumas dicas para vos ajudar nesta jornada. Sejam consistentes! Estabeleçam horários e metas pessoais antes de começarem e depois mantenham-nas. Quanto mais escreverem mais fácil será continuar a escrever, por isso nunca parem! Não interrompam as vossas rotinas de escrita por nada, porque será muito mais difícil voltarem a entrar no ritmo. O início é sempre o mais fácil e o meio é sempre o mais difícil. Não se preocupem que não são os únicos a chegar a meio do mês sem fazer ideia onde é que a vossa história está a ir, ou como é que vão chegar àquele final espectacular que já têm pensado. Se se virem confrontados com um obstáculo deste género a primeira coisa a fazer é tentar superá-lo. Tentem escrever primeiro o fim que já têm definido, ou algumas cenas mais à frente que não vos saem da cabeça. Dediquem algumas horas a retraçar o enredo da vossa história, usem uma das milhares writing prompts disponíveis por essa Internet fora para vos estimular ou peçam ajuda a um dos outros participantes do NaNoWriMo para um pouco de brainstorming. Se chegarem à conclusão que neste momento não conseguem ultrapassar esta lomba no caminho, virem o tempo a passar e o prazo final a aproximar-se, não entrem em pânico! Descrevam. Descrevam as vossas personagens, a sua percepção do mundo que as rodeia, os locais que elas ainda vão visitar no vosso conto. O que interessa é que estejam a escrever. Pode não ser bom, mas é escrever! Podem chegar a uma altura do mês em que acham que não têm tempo para isto, estão demasiado ocupados. Mas a verdade é que estar ocupado é bom! Quando há mil coisas para fazer, mil e uma não é assim tão mau! Se tivessem o mês de folga, sem nada para fazer sem ser escrever, iriam certamente arranjar desculpas para fazer tudo menos escrever. Ter prazos é bom. Sintam a pressão do dia 30 de Novembro a aproximar-se e escrevam! Podem começar sem saber para onde vão, não precisam de ter tudo planeado. Mesmo para o tipo de escritor que precisa de ter um enredo planeado, o NaNoWriMo é uma excelente altura para partirem à descoberta. Ninguém disse que no final do mês têm que ter um livro finalizado, nem sequer que tem que fazer muito sentido. Aproveitem a oportunidade para arriscarem, experimentarem e praticarem coisas que normalmente estariam fora da vossa zona de conforto como escritores. Nunca sintam que falharam! Podem não ter chegado às 50.000 palavras e o que escreveram pode não ser uma obra de arte, mas é prática! O melhor que podem fazer para serem melhores escritores é escrever. O NaNoWriMo pode vos ajudar a escrever mais e mais depressa, a manter os vossos horários e principalmente a desligar o vosso editor interno. Lembrem-se das palavras de Ray Bradbury: "Your intuition knows what it wants to write, so get out of the way." C.S. Esta semana venho-vos falar de um evento privado especial, organizado por três quartos da Equipa do Especulatório.
Refiro-me, como o título sugere, ao Geekend, uma clara junção das palavras "Geek" e "Weekend", visto que foi isso mesmo que tentámos organizar. Este primeiro (de muitos) Geekends foi passado por terras alentejanas, num monte perto de Évora. Dois dias e meio, num espaço amplo e muito calmo, com muitos jogos de tabuleiro à mistura. Foi jogos ao pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar! Apesar de ter sido algo entre amigos, este primeiro fim-de-semana mergulhados em jogos serviu um duplo propósito. Se por um lado estávamos mesmo a precisar de passar dois dias inteiros a jogar, sem mais preocupações, para recarregar energias, por outro lado queríamos perceber como funcionaria, em termos organizacionais, um mini-evento deste tipo. E, apesar da nossa amostra ser reduzida (e restringida maioritariamente a viciados em jogos de tabuleiro) pareceu-nos que é algo que possivelmente tem pernas para andar como evento organizado por nós para o público em geral (ou o mais geral possível, visto que é maioritariamente para jogadores). O espaço que encontramos é espectacular (e os donos uma simpatia), e apesar de serem 16 pessoas para gerir, tudo correu pelo melhor, e todos se divertiram imenso. Para já o Especulatório é apenas este pequeno espaço virtual, mas esperamos, com o vosso incentivo e muito trabalho da nossa parte, poder um dia tornar esta ideia num projecto real e físico. Uma das nossas (muitas) ideias seria sem dúvida organizar Geekends no campo, para todos os que quisessem participar, sem terem sequer que pensar em encontrar jogos ou coordenar sessões de RPG's. Apenas teriam que pegar no vosso grupo de amigos e aparecer para um fim-de-semana cheio de diversão! Fica para já a ideia e a nossa esperança de um dia o podermos tornar real para todos os fãs por esse Portugal fora! Digam-nos vocês o que acham desta ideia. Gostariam de participar num futuro Geekend? Até para a semana, C.S. Faz hoje exactamente 2 meses que o Instituto Superior Técnico se viu invadido por Daleks de crochet, Stormtroopers e Steampunkers, entre outros aficionados da ficção científica, naquela que foi a primeira (de muitas) Convenção Internacional de Ficção Científica de Lisboa.
Durante dois dias o Sci-Fi Lx 2015 encheu o Pavilhão de Civil do IST de bancas, workshops, palestras, jogos, filmes e livros para agradar a todo o tipo de fãs do género. Tendo tido o privilégio de ajudar na organização do evento este ano, posso confirmar que muito sangue, suor e lágrimas jorrou para trazer este evento ao público (mais suor e menos lágrimas, claro!). Para todos os interessados no tema fiquem a saber que a organização do Sci-Fi Lx está em constante procura por mais voluntários. Dá trabalho mas também muito gozo, por isso espero que alguns de vós aproveitem a oportunidade de ajudar com o Sci-Fi Lx 2016! O ponto do alto do evento, na minha opinião pessoal, foi a Masterclass de Escrita Criativa de Ficção Científica, dada por Luís Filipe Silva. Este autor português de ficção científica e fantástico é também editor do blog/revista Trëma e foi galardoado em 1991 com o Prémio Editorial Caminho de Ficção Científica. Tem contos publicados em diversas revistas e jornais, nacionais e internacionais, foi crítico literário no Diário de Notícias e ainda editor de romances na Devir. De entre as suas obras destacamos "O Futuro à Janela" ( Editorial Caminho, 2010) e a antologia "Pulp Fiction Portuguesa" (Saída de Emergência, 2011). Apesar dos contratempos logísticos no início da workshop (se fosse um conto de ficção científica de certeza que a tecnologia não avariava!) foram três horas de muita conversa e aprendizagem sobre o género. Na minha lista de coisas a fazer ficou claramente a necessidade de conhecer melhor o género para mais facilmente conseguir gerar novas ideias dentro do mesmo. Claro que esta sugestão não veio só. Veio acompanhada de uma lista bastante extensa de livros de ficção científica a ler, entre os quais posso destacar: Mars Trilogy (K. S. Robinson), I, Robot (I. Asimov), Childhood's End (A. C. Clarke), Lucifer's Hammer (L. Niven & J. Pournelle), The Postman (D. Brin), The Years of Rice and Salt (K. S. Robinson), Judgement in Stone (R. Rendell), The Dispossessed (U. Le Guin), entre muitos outros! Claro que a ficção científica, tal como todos os outros géneros, tem uma tradição que deve ser estudada mas também pode, e deve, ter variações sobre o tema, criando novas ideias e mesmo sub-géneros. E, para além dessas variações, deve também ser alvo de uma evolução, respeitando a sua tradição. No entanto, há que ter algum cuidado quando escrevemos em sub-géneros muito limitados, pois podemos estar a restringir muito o nosso público-alvo. Por último, foi também discutido nesta masterclass o assunto do negócio da escrita (e publicação) em Portugal, e as dificuldades de escrever na nossa bela língua materna. Um tema com muito pano para mangas, mas sem dúvida com o melhor professor possível. Fica desde já prometido que um destes meses o livro do Clube de Leitura será deste grande escritor português! E vocês? Estiveram também no Sci-Fi Lx 2015? O que acharam? E no que toca a Ficção Científica, têm sugestões de leitura, portuguesas ou não? Deixem-nos o vosso comentário! Até para a semana! C.S. Como já especulava o grande Douglas Adams, se soubéssemos exactamente porque este foi o último pensamento do vaso de petúnias, enquanto caia a pique vários quilómetros em direcção ao chão, saberíamos muito mais sobre a natureza do universo.
Infelizmente não sabemos, logo só nos resta especular! Mas não sobre vasos de petúnias. Esse assunto está mais que enterrado. Literalmente. Esta secção do Especulatório, e cujo nome lhe deu origem, procura assim ser um ponto de encontro e discussão sobre os mais variados temas. E se faltar variedade contamos convosco para nos darem ideias! Aqui vão poder encontrar todos os meses o nosso Clube de Leitura, onde esperamos que nos acompanhem na leitura e análise dos nossos livros favoritos ou das novidades do mundo da ficção especulativa. Possivelmente até já adivinharam qual será o livro deste mês. Será também um espaço para comentarmos os eventos, palestras e workshops em que participamos, assim como darmos a nossa opinião sobre temas transversais às outras duas secções do nosso website, Ler e Jogar. Por último, queremos falar sobre Escrita Criativa de Ficção Especulativa. Não porque somos profissionais ou mestres no assunto - longe disso- mas porque pretendemos reunir alguma da informação disponível por esse mundo fora, e talvez oferecer alguns conselhos, tanto para nosso próprio benefício (somos um bocadinho egoístas), como para vosso. Esperamos ter a vossa companhia nesta travessia e contamos sempre com as vossas opiniões e sugestões! Registem-se no nosso fórum para participarem na discussão ou deixem o vosso comentário! Até breve, C.S. |
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