Ora bem, meus companheiros escritores, Novembro aproxima-se como uma tempestade cafeínada de palavras, que promete muitas noites sem dormir, almoços comidos à pressa, e casas a precisar de limpezas urgentes.
Para todos os outros que não fazem ideia do que aí vem, deixem-me elucidar-vos sobre o National Novel Writing Month - NaNoWriMo. Criado em Julho de 1999 por um grupo de vinte e poucos amigos, com vinte e poucos anos, na cidade de São Francisco (EUA), rapidamente evoluiu para um evento nacional, e posteriormente mundial. O objectivo do NaNoWriMo é, em teoria, simples: escrever um livro num mês. Para efeitos deste evento um livro são 50.000 palavras, e o mês é Novembro, escolhido a partir da segunda edição para aproveitar o facto de o tempo lá fora estar miserável. Participar no NaNoWriMo é fácil. Inscrevam-se no website do evento, onde podem ir actualizando a vossa contagem de palavras, conhecer outros participantes e ter acesso a muitos recursos destinados a vos acompanhar durante todo o mês. Depois disso, basta escrever 50.000 palavras em 30 dias, ou aproximadamente 1667 palavras por dia. Simples, certo? Talvez não! Apesar de ser uma principiante (é apenas o meu segundo ano) devo dizer participar no NaNoWriMo é mais difícil do que à partida parece. Por muito boas intenções com que comecem o mês haverá sempre um altura em que só vos apetece desistir. Eu sei o que isso é, visto que ano passado também não cheguei ao fim. Mas não se preocupem, novatos ou veteranos nestas andanças, este artigo serve exactamente para vos deixar algumas dicas para vos ajudar nesta jornada. Sejam consistentes! Estabeleçam horários e metas pessoais antes de começarem e depois mantenham-nas. Quanto mais escreverem mais fácil será continuar a escrever, por isso nunca parem! Não interrompam as vossas rotinas de escrita por nada, porque será muito mais difícil voltarem a entrar no ritmo. O início é sempre o mais fácil e o meio é sempre o mais difícil. Não se preocupem que não são os únicos a chegar a meio do mês sem fazer ideia onde é que a vossa história está a ir, ou como é que vão chegar àquele final espectacular que já têm pensado. Se se virem confrontados com um obstáculo deste género a primeira coisa a fazer é tentar superá-lo. Tentem escrever primeiro o fim que já têm definido, ou algumas cenas mais à frente que não vos saem da cabeça. Dediquem algumas horas a retraçar o enredo da vossa história, usem uma das milhares writing prompts disponíveis por essa Internet fora para vos estimular ou peçam ajuda a um dos outros participantes do NaNoWriMo para um pouco de brainstorming. Se chegarem à conclusão que neste momento não conseguem ultrapassar esta lomba no caminho, virem o tempo a passar e o prazo final a aproximar-se, não entrem em pânico! Descrevam. Descrevam as vossas personagens, a sua percepção do mundo que as rodeia, os locais que elas ainda vão visitar no vosso conto. O que interessa é que estejam a escrever. Pode não ser bom, mas é escrever! Podem chegar a uma altura do mês em que acham que não têm tempo para isto, estão demasiado ocupados. Mas a verdade é que estar ocupado é bom! Quando há mil coisas para fazer, mil e uma não é assim tão mau! Se tivessem o mês de folga, sem nada para fazer sem ser escrever, iriam certamente arranjar desculpas para fazer tudo menos escrever. Ter prazos é bom. Sintam a pressão do dia 30 de Novembro a aproximar-se e escrevam! Podem começar sem saber para onde vão, não precisam de ter tudo planeado. Mesmo para o tipo de escritor que precisa de ter um enredo planeado, o NaNoWriMo é uma excelente altura para partirem à descoberta. Ninguém disse que no final do mês têm que ter um livro finalizado, nem sequer que tem que fazer muito sentido. Aproveitem a oportunidade para arriscarem, experimentarem e praticarem coisas que normalmente estariam fora da vossa zona de conforto como escritores. Nunca sintam que falharam! Podem não ter chegado às 50.000 palavras e o que escreveram pode não ser uma obra de arte, mas é prática! O melhor que podem fazer para serem melhores escritores é escrever. O NaNoWriMo pode vos ajudar a escrever mais e mais depressa, a manter os vossos horários e principalmente a desligar o vosso editor interno. Lembrem-se das palavras de Ray Bradbury: "Your intuition knows what it wants to write, so get out of the way." C.S.
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Clube de Leitura - O fim de "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy" e o início de "The Martian"23/10/2015 "Hey Earthman? You hungry kid?" said Zaphod's voice. "Er, well, yes, a little peckish I suppose," said Arthur. "Ok baby, hold tight," said Zaphod. "We'll take in a quick bite at the Restaurant at the End of the Universe." E assim chega ao fim a nossa viagem pela galáxia, e consequentemente por este livro. Sendo já uma obra bastante conhecida não vale a pena estar aqui a explicar todo o enredo e personagens. Vamos, por isso, falar antes um pouco das ideias e questões que este livro levanta, ou não fosse Douglas Adams conhecido pela sua crítica certeira à nossa sociedade. Começando pelo início. É muito clara a mensagem inicial do quão insignificantes somos em relação à escala do universo. Acho que é para nos por logo no nosso lugar. Do mesmo modo, é bastante óbvio o contraste entre a importância dos nossos problemas e os problemas do mundo em geral. A maneira como Douglas Adams contrapõe os dois eventos - a destruição da casa de Arthur e a destruição do planeta Terra - é o que torna toda a situação mórbidamente engraçada. Uma das perguntas que nos é colocada é se precisamos mesmo de um guia para a Galáxia, com todas as coisas. Claro que seria óptimo ter um único sítio onde pesquisar toda a informação (hmm... talvez como o Wikipedia?) mas a verdade é que mesmo este guia falha espectacularmente em alguns detalhes importantes (também como o Wikipedia?). Basta ver a entrada referente ao nosso planeta: "Earth: Mostly harmless". Talvez, talvez não! Mas uma ideia que esta história também passa é que é melhor não sabermos tudo! A diversão está no acto da descoberta! Como escreve Adams, se descobrirmos porque é que o universo existe, ele seria substituído por algo ainda mais bizarro e inexplicável. O que possivelmente até já aconteceu.Várias vezes... Olhando para a questão de um modo mais profundo esta obra expressa uma vontade de todos os humanos (e aparentemente de seres extraterrestres também) de ter um guia que nos ajudasse a navegar ao longo das nossas vidas. Claro que também nos mostra que, tal como na vida, não há guia que resolva todos os nossos problemas e desafios. Chama-se a isso viver e crescer! Como aliás vemos pela maneira fantástica como os personagens falham constantemente ao longo da história. Douglas Adams é aliás muito bom a mostrar-nos a comédia do falhanço, sempre levando a cabo um acto perfeito de malabarismo entre manter as personagens vivas enquanto fracassam das maneiras mais divertidas. No que toca à burocracia existente na nossa sociedade, Adams tem certamente muito a dizer. Podemos usar o exemplo dos Vogons que precisam de tudo assinado em triplicado e que, tal como o governo da Terra, assumem que os seus habitantes estão cientes de todas as questões legais envolvidas em construir auto-estradas e que, portanto, se não se dirigiram aos departamentos responsáveis, dentro dos prazos legais, já não podem reclamar. É a ideia que "ignorância da lei não é justificação para a não a cumprir" levada ao expoente máximo, com a consequente destruição do planeta Terra. Temos também o caso do Presidente da Galáxia, Zaphod Beeblebrox, o homem mais incompetente nesta história, que não manda grande coisa e é famoso apenas por ser famoso. Tal como muita gente neste nosso calhau à beira do Sol... Por último, não podíamos deixar de falar na toalha, o bem mais precioso para todos os que andam à boleia pelo espaço. Adams descreve a toalha como um objecto que, não só tem imensas funções práticas no espaço, como tem imenso valor psicológico, pois uma pessoa que saiba sempre onde está a sua toalha é vista como alguém que de valor, que claramente se sabe movimentar pela galáxia. Pode assim ser vista como um símbolo de status, uma forma de julgar os outros pelas suas possessões e aspecto, tal como todos nós fazemos às vezes. Deixo-vos agora com algumas das minhas citações favoritas:
Se tiverem outras citações que também adoraram, deixem nos comentários ou nas nossas redes sociais! Apresentando agora o próximo livro do nosso Clube de Leitura: "The Martian", de Andy Weir.
Depois de o filme baseado neste livro ter feito sucesso nas bilheteiras por todo o mundo, aconselhamo-vos a ler agora o livro (mesmo que já o tenham feito! É ainda melhor à segunda leitura. Ou mesmo à terceira!) É um dos meus livros favoritos publicados em 2014. Para os que estiveram enfiados num buraco nos últimos meses, espreitem a review na nossa secção Ler para terem uma ideia do quão espectacular é este livro. Como costume, vamos dividir o livro em partes pelas quatro semanas do Clube de Leitura, para vos ajudar a organizar as vossas leituras ao longo do mês: 24 Outubro - 29 Outubro - Capítulo 1 a Capítulo 8 30 Outubro - 05 Novembro - Capítulo 9 a Capítulo 14 06 Novembro a 12 Novembro - Capítulo 15 a Capítulo 20 13 Novembro a 20 Novembro - Capítulo 21 a Capítulo 26 Durante todo o mês estaremos a partilhar as nossas citações favoritas nas redes sociais e dia 23 de Novembro estaremos aqui para analisar esta magnífica obra. Agarrem-se à vossa cadeira, porque esta é uma viagem atribulada, mas que vale muito a pena. C.S. Esta semana venho-vos falar de um evento privado especial, organizado por três quartos da Equipa do Especulatório.
Refiro-me, como o título sugere, ao Geekend, uma clara junção das palavras "Geek" e "Weekend", visto que foi isso mesmo que tentámos organizar. Este primeiro (de muitos) Geekends foi passado por terras alentejanas, num monte perto de Évora. Dois dias e meio, num espaço amplo e muito calmo, com muitos jogos de tabuleiro à mistura. Foi jogos ao pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar! Apesar de ter sido algo entre amigos, este primeiro fim-de-semana mergulhados em jogos serviu um duplo propósito. Se por um lado estávamos mesmo a precisar de passar dois dias inteiros a jogar, sem mais preocupações, para recarregar energias, por outro lado queríamos perceber como funcionaria, em termos organizacionais, um mini-evento deste tipo. E, apesar da nossa amostra ser reduzida (e restringida maioritariamente a viciados em jogos de tabuleiro) pareceu-nos que é algo que possivelmente tem pernas para andar como evento organizado por nós para o público em geral (ou o mais geral possível, visto que é maioritariamente para jogadores). O espaço que encontramos é espectacular (e os donos uma simpatia), e apesar de serem 16 pessoas para gerir, tudo correu pelo melhor, e todos se divertiram imenso. Para já o Especulatório é apenas este pequeno espaço virtual, mas esperamos, com o vosso incentivo e muito trabalho da nossa parte, poder um dia tornar esta ideia num projecto real e físico. Uma das nossas (muitas) ideias seria sem dúvida organizar Geekends no campo, para todos os que quisessem participar, sem terem sequer que pensar em encontrar jogos ou coordenar sessões de RPG's. Apenas teriam que pegar no vosso grupo de amigos e aparecer para um fim-de-semana cheio de diversão! Fica para já a ideia e a nossa esperança de um dia o podermos tornar real para todos os fãs por esse Portugal fora! Digam-nos vocês o que acham desta ideia. Gostariam de participar num futuro Geekend? Até para a semana, C.S. Este mês vamos falar de bons hábitos de escrita porque, se forem como eu, é algo que muitas vezes nos falta e repetidamente nos impede de escrever tanto como gostaríamos.
Vou aqui falar essencialmente de três ideias: Espaço de Escrita, Tempo de Escrita e Mentalidade de Escrita. Espaço de Escrita: Alguns de vós têm já o vosso espaço de escrita definido. Pode ser uma divisão específica da vossa casa, uma mesa ou secretária favoritas, uma biblioteca ou café que costumem frequentar. Pode até ser um espaço móvel. A mera presença dos vossos utensílios de escrita, o ritual de os dispor de uma certa forma, pode criar o vosso espaço criativo, onde quer que estejam. O que interessa é que se sintam confortáveis. Para algumas pessoas pode ser preciso ter uma certa camisola vestida, ter sapatos calçados ou, até, ter ou não calças vestidas! Podem precisar do vosso caderno ou caneta favoritos, ou abrir um software específico para criarem a vossa história. Algumas pessoas gostam de escrever com música, outras em silêncio, e ainda outras com barulho de fundo. Para aqueles que se distraem facilmente com música deixo a sugestão: experimentem o editor de texto online Noisli. Esta página oferece um temporizador, vários sons de fundo - como chuva, uma fogueira a crepitar, o vento ou os barulhos de um café - e um ecrã sem grandes distracções. É só escrever e depois guardar no vosso computador. O que interessa é que identifiquem as condições que precisam para escrever, repliquem-nas sempre que possível, e vão ver a vossa vida muito facilitada. Tempo de Escrita: Todos nós nos queixamos de não ter tempo para escrever. É possivelmente das desculpas que eu mais uso! Temos que trabalhar, ir às aulas, arrumar a casa, fazer o jantar, ir às compras ou lidar com filhos, pais ou cônjuges. Depois de tudo isto quem é que tem tempo para se sentar e escrever?! A primeira coisa que têm que fazer é prioritizar o vosso dia-a-dia, de modo a encontrarem tempo para escrever. Uma excelente sugestão que encontrei quando me preparava para o último NaNoWriMo foi a seguinte: durante uma semana, ao final de cada dia, façam um calendário de todas as coisas que fizeram ao longo do dia, e o tempo que demorou cada uma. Por exemplo: 08h-09h - Viagem para o trabalho, 09h-12h - Trabalhar; 12h-12:30h - Almoçar; (...); 21h-22:30h - Ver TV. Depois identifiquem a tarefas que (infelizmente) não podem deixar de fazer (como trabalhar ou ir às aulas); as tarefas que podem fazer ou não nesse dia (se calhar essa loiça pode ficar para amanhã ou podes pedir a alguém que trate do jantar) e por último as actividades que claramente podem dar lugar à escrita (como ver TV). No final vão conseguir identificar como melhor ajustar o vosso dia-a-dia para criarem tempo para escrever. Para a maioria de nós o ideal seria podermos reservar um bloco de três ou quatro horas só para nos dedicarmos à nossa escrita. Afinal de contar, os primeiros três quartos de hora são normalmente de "aquecimento". Muitos de nós gostam de reler o que escreveram no dia anterior, fazer alguma pesquisa ou simplesmente fazer outras coisas que nos ajudem a encher o poço da criatividade. Para alguns isto pode ser jogar, navegar na internet ou espreitar as redes sociais. Todas estas coisas podem ser importantes para nos ajudar a passar do "Modo Trabalho" ou "Modo Família" para o "Modo Escrita". O meu conselho desde já é arranjarem um temporizador (pode ser aquele que têm na cozinha) e determinarem à priori quanto tempo vão gastar com estas actividades. Quando o relógio tocar, está na hora de começar a criar (até rima e tudo!). Mas para aqueles que não têm mesmo oportunidade de reservar quatro horas do seu dia para a escrita, terão de aprender a fazer o vosso "aquecimento" antes de sequer se sentarem à secretária. Talvez possam reler o que escreveram no caminho para casa ou dedicar algum espaço mental ao que vão escrever hoje enquanto tomam conta de algumas tarefas de casa. Uma nota importante - Nunca subestimem a vossa capacidade de escrever muito em pouco tempo! Para muitos de nós, quanto menos tempo temos, mais produtivos somos! Mentalidade de Escrita: O problema de muito boa gente, incluindo eu, é que dizemos a nós mesmos que agora não conseguimos escrever, que "um dia" (aquele mítico ponto no futuro longínquo em que vamos fazer todas as coisas) teremos mais tempo para escrever ou que os outros nos impedem de escrever. A verdade é que temos primeiro que assumir perante nós mesmos que queremos escrever! Há que fazer a transição de escrever por hobby para escrever a sério, e assumir que se queremos ter escrito um livro, temos que começar a escrever! É verdade que as pessoas que nos rodeiam podem inadvertidamente estar a tentar dizer-nos o que fazer, no sentido de acharem que devíamos estar a fazer outras coisas mais importantes, em vez de escrever. Mas temos que ser nós a mostrar-lhes que queremos que a nossa escrita seja tratada seriamente. Se não levarmos o acto de escrever a sério, quem nos rodeia também não levará. Se por outro lado, precisam de ajuda para começar a escrever todos os dias, experimentem deixar já escrita a primeira linha do vosso próximo capítulo, ou deixar a meio uma cena que estão a adorar escrever. Podem achar que vão perder o ímpeto, mas pode também servir para começarem a vossa próxima sessão de escrita mais motivados para continuar aquele momento dramático da vossa história. Para os que precisam de motivação mais fofinha, experimentem o Written? Kitten!. Por cada 100 ou 200 palavras que escreverem neste editor de texto online, ele oferece-vos uma nova imagem de um gatinho (ou cachorrinho, ou coelhinho, é o que preferirem!) Se isto for demasiado fofo para vocês (como é para mim) fiquem-se pelo papel e caneta, e deixem os gatinhos para quando forem relaxar a ver vídeos do YouTube. Este em particular é bastante bom para encher o poço da criatividade. Desafio-vos a escreverem uma pequena história sobre este pobre gato e a partilharem com todos nós as vossas criações! Toca a escrever! C.S. Muito se tem escrito sobre adaptações de livros a filmes. Parece que, ultimamente, por entre reboots e remakes, as adaptações têm sido predominantes no mundo do cinema.
Mas se existem filmes espectaculares, adaptados de livros, existem talvez um igual número de adaptações que falharam miseravelmente. Mas comecemos pelas nossas favoritas. Nenhum artigo que fale de adaptações de livros a filmes pode ignorar a grande trilogia do realizador Peter Jackson (e não, não nos estamos a referir ao Hobbit - já lá chegaremos): "The Lord of the Rings", de J.R.R. Tolkien. Apesar de algumas críticas por parte dos fãs mais protectores (sim, ficámos todos com muita pena do Tom Bombadil não ter sido incluído) é sem dúvida uma fantástica adaptação de um livro que muitos, incluindo o autor, acreditavam ser impossível de passar para o grande ecrã. É especialmente incrível que o último filme da trilogia tenha tido tanto sucesso (11 Oscars!) considerando que, em muitas trilogias, é difícil manter o interesse do público até à terceira, e última, parte. Basta lembrarmo-nos da trilogia "The Matrix". Ou não. Pois, se calhar é mesmo melhor não pensarmos muito naquele terceiro filme do Matrix… Continuando pelas boas adaptações (na minha humilde opinião, claro) temos que referir os oito filmes de "Harry Potter", de J.K. Rowling. Claro que entre tanto filme haverá sempre altos e baixos. De todos os filmes considero que o primeiro é o que melhor trouxe a magia de Potter para os nossos ecrãs, possivelmente porque era também o mais “simples” de traduzir para o meio cinemático. E apesar daquele 4º filme ("Harry Potter and the Goblet of Fire") me ter trazido alguns pesadelos (Harry Potter fechado num armário com a jornalista Rita Skeeter deve ter dado origem a muitas fanfictions estranhas…) acho que no geral a maioria dos filmes da série foram bem conseguidos. Mas infelizmente nem todos os livros dão origem aboas adaptações em filme. E acho que vamos ter que falar aqui da trilogia “The Hobbit”, também realizado por Peter Jackson, baseado no livro de J.R.R. Tolkien. Deixem-me dizer que, apesar de tudo, eu gosto bastante destes filmes! E penso que, em parte, as críticas negativas que esta adaptação recebeu vêm do facto de não conseguir chegar ao patamar de “The Lord of the Rings”. Mas vamos ser honestos, é um patamar difícil de atingir! Para quem ficou com a sensação que esta seria uma adaptação em que menos seria mais, aconselho-vos a procurar pela internet a adaptação resumida de um fã, que juntou as 3 partes num único filme de 4 horas, retirando todo o material que não aparece originalmente no livro. E o livro que possivelmente mais tinta (e lágrimas) já fez correr, ao ser convertido para o grande ecrã, é sem dúvida “Dune”, de Frank Herbert. Quer as adaptações que acabaram por ser feitas, como as que nunca se tornaram realidade. Se existe filme adaptado que mais confusão criou, foi sem dúvida “Dune”. Se quiserem saber tudo sobre a história caótica desta adaptação espreitem este link. Apesar de tudo, a adaptação de 1984 de David Lynch tem vindo a ser vista com melhores olhos, talves porque está a entrar no Clube dos Clássicos (e não se deve dizer mal dos clássicos, por muito estranhos que nos pareçam hoje…). Pessoalmente, acho que a mini-série do canal Sci-Fi “Frank Herbert's Dune” é mais fácil de ver, e apreciar, no que toca à história em si. E chegou a hora de falarmos das adaptações que estão mesmo, mesmo, para sair. Tenho que começar por mencionar “The Martian”, de Andy Weir, que, por estranha coincidência, estreia hoje em filme. Ainda não vi, mas pelos trailers, sneak-peeks e outros clips que têm sido divulgados, parece-me uma boa adaptação do que considero ser um dos melhores livros de 2014. Se ainda não leram, esperem pelo próximo mês (sim, será obviamente o livro do Clube de Leitura mensal). E agora que já estreou, aproveitem para irem ao cinema! Uma outra adaptação a filme que estou bastante entusiasmada por ver é a do livro “Ready Player One”, de Ernest Cline, com data prevista de estreia em Dezembro de 2017. Um excelente livro para todos nós que crescemos nos anos 80 (e mesmo para os mais novos) que promete ser um brilhante filme, não fosse estar a ser realizado pelo grande Steven Spielberg. Ainda temos que esperar bastante mas acho que valerá a pena. Para finalizar este artigo, tenho que falar nos livros que adorava ver em filme, mas que são talvez impossíveis de adaptar ao grande ecrã. Podemos começar pelo "The Silmarillion", de J.R.R. Tolkien, que é claramente um conjunto de histórias e não uma narrativa contínua. Torna-se assim muito difícil de adaptar a filme. Mas continuo a achar que seria visualmente espectacular. Seguidamente na minha lista vêm duas grandes séries de livros que, pelo seu enorme tamanho, muito dificilmente serão um dia adaptadas para cinema: “The Belgariad” e ”The Malloreon”, de David Eddings, com um total de 13 livros, e “Kushiel’s Legacy”, de Jacqueline Carey, com um total de 9 livros. Ambos são mundos que cativaram a minha imaginação, mas com aproximadamente 12.000 páginas entre eles, são um projecto sem dúvida difícil. Quem sabe se não serão um dia a adaptação a série de televisão? E vocês? Quais são as vossas adaptações a filme favoritas? Houve livros que consideram que foram arruinados na sua adaptação ao cinema? E quanto a livros que gostariam ver adaptados, têm sugestões? Como sempre, gostaríamos de ter a vossa opinião sobre estes, e outros assuntos no mundo especulativo. Participem deixando o vosso comentário, nos nossos fóruns e redes sociais! C.S. |
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