Podemos começar o artigo desta semana por avisar já que vai ser bastante curto.
Na nossa demanda por continuar a série de artigos de opinião sobe "Adaptações de X a Y" chegámos à conclusão que não existem muitos jogos adaptados a séries. Existem obviamente vários programas de televisão que são baseados em jogos de tabuleiro clássicos, como o Trivial Pursuit, Scrabble, Monopólio e afins, mas não é bem o género de jogos que nos interessa. Se incluirmos os videojogos conseguimos encontrar várias adaptações a séries de animação, de onde se pode destacar os clássicos, "Sonic", "Super Mario" ou "Legend of Zelda". Só quando passamos aos RPG's é que conseguimos finalmente algumas pérolas interessantes. Começando pela, provavelmente, mais conhecida: "Dungeons and Dragons" a série de animação, passou pelas televisões (americanas) entre 1983 e 1986, no canal CBS. Sem dúvida uma série a espreitar para quem gosta de coisas vintage. Mais recentemente em 2011, também baseado num RPG (por sua vez baseado num videojogo da BioWare), tivemos a websérie "Dragon Age: Redemption". Apesar de apenas ter 6 episódios aconselho-vos a todos a espreitarem esta mini-série criada (e interpretada) pela excelente Felicia Day. E por último não podemos deixar de falar em duas séries de Sci-Fi espectaculares que tiveram o seu mito de criação também em RPG's. Sempre em primeiro, Firefly, cuja ideia nasceu, em parte (e segundo reza a lenda), do jogo de Traveller RPG que Joss Whedon jogava nos anos 80. E uma das melhores séries de ficção-científica do ano passado, The Expanse, baseada nos livros de S.A. Corey (a.k.a. Ty Franck e Daniel Abraham) que por sua vez foram inspirados por um RPG, num fórum post-to-play, e que quase esteve para ser tornado num MMO. Só nos resta esperar que um dia alguém olhe para "Betrayal at the House on the Hill" ou "T.I.M.E. Stories" e resolva fazer uma série! Se conhecerem mais séries adaptadas de jogos, ou tiverem sugestões de jogos adaptáveis, deixem o vosso comentário aqui ou na nossa página de facebook. Até para a semana! C.S.
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Esta semana queremos falar-vos de um projecto novo que descobrimos nas nossas viagens por esse mundo virtual fora - Storium: um cruzamento entre um role-playing game e um exercício de escrita criativa colaborativa.
Não tendo ainda começado a jogar em Storium, posso no entanto falar um pouco de como funciona o sistema. Em Storium cada jogo tem um anfitrião que convida os jogadores para o jogo, e serve de organizador e moderador. Existirá também um narrador que guia a história, iniciando cada cena e apresentando desafios para os jogadores ultrapassarem. O narrador pode ou não ser o anfitrião, e o papel do narrador pode também ir mudando de cena em cena, entre todos os jogadores. Para além de se tornar um exercício mais colaborativo, este modo rotativo tem também outra vantagem: se um dos narradores estiver ausente demasiado tempo ou simplesmente estiver preso, sem ideias para continuar a cena, o anfitrião pode passar o papel de narrador ao próximo jogador na lista. A mecânica central de Storium são as "story cards", que representam diferentes aspectos da história, tal como pessoas, lugares ou situações. Cada jogo vem com um baralho de cartas (normalmente associadas ao mundo escolhido aquando da criação do jogo, ou escolhidas pelo anfitrião) que podem ser usadas pelos jogadores e pelo narrador para evoluir a história, quase como writing prompts. Os narradores têm três tipos de cartas para estabelecer cenas e criar desafios para os jogadores: Place, Character e Obstacle. Os jogadores têm seis tipos de cartas para criar os seus personagens, descrever as suas acções ou ultrapassar os desafios propostos pelo narrador: Nature, Strength, Weakness, Subplot, Asset e Goal. Quando o anfitrião cria inicialmente o jogo pode também escolher que tipo de história será: uma "Short story", uma "Novella" ou "Epic". Todos os tipos de história seguem o mesmo formato de três actos, com um determinado número de cenas por acto, e o sistema vai deixando dicas narrativas sobre o acto em que os jogadores se encontram. Claro que também podem ignorar esta formatação ou personalizar o vosso tipo de jogo. No setup do jogo podem também definir o estilo de jogo - mais focado na parte de jogo, mais focado na parte de escrita, ou ambas em coisas de igual modo - assim como o estilo de colaboração - cada jogador só pode escrever sobre a sua personagem, ou escrever sobre as outras personagens com autorização dos outros jogadores, ou ainda escrever sobre qualquer personagem desde que seja importante para a história. Podem também definir a velocidade do jogo, quantas cenas esperam fazer por semana (ou dia!). Sempre que um jogador ficar para trás o sistema irá enviar-lhes um email a relembrar que precisam de participar. Claro que algumas das opções de jogo encontram-se fechadas para quem não é membro, mas considerando que o custo de adesão anual ronda os 40.00 USD não se pode dizer que seja impossível aderir. Mesmo com as opções mais limitadas para os utilizadores que não paguem adesão, continua a ser um sistema interessante e com muitas possibilidades. Deixo-vos com o video explicativo do Storium se quiserem saber mais.
A única questão que sobra é: quem se juntaria a nós num jogo de Storium?
Esperamos pelos vossos comentários e sugestões! Até para a semana. C.S. Clube de Leitura - O fim de "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy" e o início de "The Martian"23/10/2015 "Hey Earthman? You hungry kid?" said Zaphod's voice. "Er, well, yes, a little peckish I suppose," said Arthur. "Ok baby, hold tight," said Zaphod. "We'll take in a quick bite at the Restaurant at the End of the Universe." E assim chega ao fim a nossa viagem pela galáxia, e consequentemente por este livro. Sendo já uma obra bastante conhecida não vale a pena estar aqui a explicar todo o enredo e personagens. Vamos, por isso, falar antes um pouco das ideias e questões que este livro levanta, ou não fosse Douglas Adams conhecido pela sua crítica certeira à nossa sociedade. Começando pelo início. É muito clara a mensagem inicial do quão insignificantes somos em relação à escala do universo. Acho que é para nos por logo no nosso lugar. Do mesmo modo, é bastante óbvio o contraste entre a importância dos nossos problemas e os problemas do mundo em geral. A maneira como Douglas Adams contrapõe os dois eventos - a destruição da casa de Arthur e a destruição do planeta Terra - é o que torna toda a situação mórbidamente engraçada. Uma das perguntas que nos é colocada é se precisamos mesmo de um guia para a Galáxia, com todas as coisas. Claro que seria óptimo ter um único sítio onde pesquisar toda a informação (hmm... talvez como o Wikipedia?) mas a verdade é que mesmo este guia falha espectacularmente em alguns detalhes importantes (também como o Wikipedia?). Basta ver a entrada referente ao nosso planeta: "Earth: Mostly harmless". Talvez, talvez não! Mas uma ideia que esta história também passa é que é melhor não sabermos tudo! A diversão está no acto da descoberta! Como escreve Adams, se descobrirmos porque é que o universo existe, ele seria substituído por algo ainda mais bizarro e inexplicável. O que possivelmente até já aconteceu.Várias vezes... Olhando para a questão de um modo mais profundo esta obra expressa uma vontade de todos os humanos (e aparentemente de seres extraterrestres também) de ter um guia que nos ajudasse a navegar ao longo das nossas vidas. Claro que também nos mostra que, tal como na vida, não há guia que resolva todos os nossos problemas e desafios. Chama-se a isso viver e crescer! Como aliás vemos pela maneira fantástica como os personagens falham constantemente ao longo da história. Douglas Adams é aliás muito bom a mostrar-nos a comédia do falhanço, sempre levando a cabo um acto perfeito de malabarismo entre manter as personagens vivas enquanto fracassam das maneiras mais divertidas. No que toca à burocracia existente na nossa sociedade, Adams tem certamente muito a dizer. Podemos usar o exemplo dos Vogons que precisam de tudo assinado em triplicado e que, tal como o governo da Terra, assumem que os seus habitantes estão cientes de todas as questões legais envolvidas em construir auto-estradas e que, portanto, se não se dirigiram aos departamentos responsáveis, dentro dos prazos legais, já não podem reclamar. É a ideia que "ignorância da lei não é justificação para a não a cumprir" levada ao expoente máximo, com a consequente destruição do planeta Terra. Temos também o caso do Presidente da Galáxia, Zaphod Beeblebrox, o homem mais incompetente nesta história, que não manda grande coisa e é famoso apenas por ser famoso. Tal como muita gente neste nosso calhau à beira do Sol... Por último, não podíamos deixar de falar na toalha, o bem mais precioso para todos os que andam à boleia pelo espaço. Adams descreve a toalha como um objecto que, não só tem imensas funções práticas no espaço, como tem imenso valor psicológico, pois uma pessoa que saiba sempre onde está a sua toalha é vista como alguém que de valor, que claramente se sabe movimentar pela galáxia. Pode assim ser vista como um símbolo de status, uma forma de julgar os outros pelas suas possessões e aspecto, tal como todos nós fazemos às vezes. Deixo-vos agora com algumas das minhas citações favoritas:
Se tiverem outras citações que também adoraram, deixem nos comentários ou nas nossas redes sociais! Apresentando agora o próximo livro do nosso Clube de Leitura: "The Martian", de Andy Weir.
Depois de o filme baseado neste livro ter feito sucesso nas bilheteiras por todo o mundo, aconselhamo-vos a ler agora o livro (mesmo que já o tenham feito! É ainda melhor à segunda leitura. Ou mesmo à terceira!) É um dos meus livros favoritos publicados em 2014. Para os que estiveram enfiados num buraco nos últimos meses, espreitem a review na nossa secção Ler para terem uma ideia do quão espectacular é este livro. Como costume, vamos dividir o livro em partes pelas quatro semanas do Clube de Leitura, para vos ajudar a organizar as vossas leituras ao longo do mês: 24 Outubro - 29 Outubro - Capítulo 1 a Capítulo 8 30 Outubro - 05 Novembro - Capítulo 9 a Capítulo 14 06 Novembro a 12 Novembro - Capítulo 15 a Capítulo 20 13 Novembro a 20 Novembro - Capítulo 21 a Capítulo 26 Durante todo o mês estaremos a partilhar as nossas citações favoritas nas redes sociais e dia 23 de Novembro estaremos aqui para analisar esta magnífica obra. Agarrem-se à vossa cadeira, porque esta é uma viagem atribulada, mas que vale muito a pena. C.S. Muito se tem escrito sobre adaptações de livros a filmes. Parece que, ultimamente, por entre reboots e remakes, as adaptações têm sido predominantes no mundo do cinema.
Mas se existem filmes espectaculares, adaptados de livros, existem talvez um igual número de adaptações que falharam miseravelmente. Mas comecemos pelas nossas favoritas. Nenhum artigo que fale de adaptações de livros a filmes pode ignorar a grande trilogia do realizador Peter Jackson (e não, não nos estamos a referir ao Hobbit - já lá chegaremos): "The Lord of the Rings", de J.R.R. Tolkien. Apesar de algumas críticas por parte dos fãs mais protectores (sim, ficámos todos com muita pena do Tom Bombadil não ter sido incluído) é sem dúvida uma fantástica adaptação de um livro que muitos, incluindo o autor, acreditavam ser impossível de passar para o grande ecrã. É especialmente incrível que o último filme da trilogia tenha tido tanto sucesso (11 Oscars!) considerando que, em muitas trilogias, é difícil manter o interesse do público até à terceira, e última, parte. Basta lembrarmo-nos da trilogia "The Matrix". Ou não. Pois, se calhar é mesmo melhor não pensarmos muito naquele terceiro filme do Matrix… Continuando pelas boas adaptações (na minha humilde opinião, claro) temos que referir os oito filmes de "Harry Potter", de J.K. Rowling. Claro que entre tanto filme haverá sempre altos e baixos. De todos os filmes considero que o primeiro é o que melhor trouxe a magia de Potter para os nossos ecrãs, possivelmente porque era também o mais “simples” de traduzir para o meio cinemático. E apesar daquele 4º filme ("Harry Potter and the Goblet of Fire") me ter trazido alguns pesadelos (Harry Potter fechado num armário com a jornalista Rita Skeeter deve ter dado origem a muitas fanfictions estranhas…) acho que no geral a maioria dos filmes da série foram bem conseguidos. Mas infelizmente nem todos os livros dão origem aboas adaptações em filme. E acho que vamos ter que falar aqui da trilogia “The Hobbit”, também realizado por Peter Jackson, baseado no livro de J.R.R. Tolkien. Deixem-me dizer que, apesar de tudo, eu gosto bastante destes filmes! E penso que, em parte, as críticas negativas que esta adaptação recebeu vêm do facto de não conseguir chegar ao patamar de “The Lord of the Rings”. Mas vamos ser honestos, é um patamar difícil de atingir! Para quem ficou com a sensação que esta seria uma adaptação em que menos seria mais, aconselho-vos a procurar pela internet a adaptação resumida de um fã, que juntou as 3 partes num único filme de 4 horas, retirando todo o material que não aparece originalmente no livro. E o livro que possivelmente mais tinta (e lágrimas) já fez correr, ao ser convertido para o grande ecrã, é sem dúvida “Dune”, de Frank Herbert. Quer as adaptações que acabaram por ser feitas, como as que nunca se tornaram realidade. Se existe filme adaptado que mais confusão criou, foi sem dúvida “Dune”. Se quiserem saber tudo sobre a história caótica desta adaptação espreitem este link. Apesar de tudo, a adaptação de 1984 de David Lynch tem vindo a ser vista com melhores olhos, talves porque está a entrar no Clube dos Clássicos (e não se deve dizer mal dos clássicos, por muito estranhos que nos pareçam hoje…). Pessoalmente, acho que a mini-série do canal Sci-Fi “Frank Herbert's Dune” é mais fácil de ver, e apreciar, no que toca à história em si. E chegou a hora de falarmos das adaptações que estão mesmo, mesmo, para sair. Tenho que começar por mencionar “The Martian”, de Andy Weir, que, por estranha coincidência, estreia hoje em filme. Ainda não vi, mas pelos trailers, sneak-peeks e outros clips que têm sido divulgados, parece-me uma boa adaptação do que considero ser um dos melhores livros de 2014. Se ainda não leram, esperem pelo próximo mês (sim, será obviamente o livro do Clube de Leitura mensal). E agora que já estreou, aproveitem para irem ao cinema! Uma outra adaptação a filme que estou bastante entusiasmada por ver é a do livro “Ready Player One”, de Ernest Cline, com data prevista de estreia em Dezembro de 2017. Um excelente livro para todos nós que crescemos nos anos 80 (e mesmo para os mais novos) que promete ser um brilhante filme, não fosse estar a ser realizado pelo grande Steven Spielberg. Ainda temos que esperar bastante mas acho que valerá a pena. Para finalizar este artigo, tenho que falar nos livros que adorava ver em filme, mas que são talvez impossíveis de adaptar ao grande ecrã. Podemos começar pelo "The Silmarillion", de J.R.R. Tolkien, que é claramente um conjunto de histórias e não uma narrativa contínua. Torna-se assim muito difícil de adaptar a filme. Mas continuo a achar que seria visualmente espectacular. Seguidamente na minha lista vêm duas grandes séries de livros que, pelo seu enorme tamanho, muito dificilmente serão um dia adaptadas para cinema: “The Belgariad” e ”The Malloreon”, de David Eddings, com um total de 13 livros, e “Kushiel’s Legacy”, de Jacqueline Carey, com um total de 9 livros. Ambos são mundos que cativaram a minha imaginação, mas com aproximadamente 12.000 páginas entre eles, são um projecto sem dúvida difícil. Quem sabe se não serão um dia a adaptação a série de televisão? E vocês? Quais são as vossas adaptações a filme favoritas? Houve livros que consideram que foram arruinados na sua adaptação ao cinema? E quanto a livros que gostariam ver adaptados, têm sugestões? Como sempre, gostaríamos de ter a vossa opinião sobre estes, e outros assuntos no mundo especulativo. Participem deixando o vosso comentário, nos nossos fóruns e redes sociais! C.S. |
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