Hoje vamos falar de algo que tem passado um pouco despercebido aqui pelas páginas do Especulatório - Clubes de Leitura: o que são e será que está na altura de organizarmos um?
Desde o começo que a equipa do Especulatório tem dedicado bastante tempo a falar de livros, quer com reviews e listas de livros a ler, quer tentando gerar uma partilha de opiniões com o nosso Clube de Leitura Mensal online. Infelizmente viemos a concluir que, ou a nossa audiência não é dada a oferecer a sua opinião nas nossas páginas e grupos das redes sociais, ou não temos conseguido chegar às pessoas certas para as cativar com o clube de leitura especulativo. Assim, hoje queremos perceber o que afinal são clubes de leitura, como funcionam, e se valerá a pena tentarmos organizar um clube presencial. Já existem clubes de leitura praticamente desde Gutenberg e a invenção do livro impresso. No século 17 criaram-se os "salões literários de Paris", reuniões sociais de senhoras de classe alta, que se juntavam para discutir literatura, arte ou política. Também nos cafés da época, reuniões deste género, mas mais informais, eram comuns entre os homens. O que nós identificamos actualmente como um clube de leitura, tem a sua origem provável no século 19, na cidade de Mattoon, Illinois, nos Estados Unidos da América, e, segundo consta, este clube ainda hoje se reúne. Existem, hoje em dia, um sem número de clubes de leitura, dos mais genéricos aos mais específicos, passando pelos literários. Eu pessoalmente sigo dois - o Vaginal Fantasy e o Sword and Laser - ambos online e bastante específicos no que toca ao género literário (como dá para perceber pelos títulos). Há várias formas de organizar um clube de leitura - escolher apenas um livro por mês, ou mais do que um dentro do mesmo tema, para alargar mais a discussão. Poderíamos também estabelecer uma votação quanto aos livros a ler, ou simplesmente cada participante escolher um por mês. O importante, sem dúvida, seria ter uma lista alargada de livros, dos vários géneros especulativos (Fantasia, Ficção-Científica, Steampunk, Horror, etc), para sabermos com antecedência o que se iria ler, assim como onde encontrar os livros escolhidos (bibliotecas, livrarias locais, livros usados, lojas online, etc.). Sendo toda a equipa do Especulatório fã acérrima de literatura especulativa, gostaríamos certamente de organizar um Clube de Leitura Mensal, presencial (aceitam-se sugestões de locais), em que pudéssemos ter a oportunidade de discutir os nossos (e os vossos) livros favoritos com outras pessoas que também adorem ficção especulativa. Sendo assim queremos ouvir as vossas opiniões sobre este assunto! Seria algo em que estariam interessados/as? Têm sugestões de livros a ler? Ou talvez de locais onde nos pudéssemos encontrar? Deixem-nos as vossas opiniões sobre o assunto para nos começarmos a organizar! Até para a semana. C.S.
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Pois é, esta semana falamos do primeiro evento oficial organizado pela equipa do Especulatório - "Vault of the Dracolich". Uma aventura de Dungeons and Dragons (5ª Edição) em que quatro equipas se unem para derrotar um inimigo em comum - o Dracolich Dretchroyaster - e recuperar o Cajado de Diamante de Chomylla, antes que o Dracolich se consiga apoderar de todos os poderes deste item mágico. Em termos práticos, cada equipa entrou na masmorra por uma sala diferente e os jogadores foram derrotando as várias ameaças à medida que avançavam, com o objectivo de encontrar um dos quatro ídolos de Bhaal, que desactivavam as protecções que rodeavam o Dracolich. Cada equipa nomeou o seu capitão de equipa, que recebeu um artefacto de telepatia (a.k.a. acesso a um grupo do Google Hangouts) de modo a poder comunicar com os outros capitães . Cada mesa teve o seu Dungeon Master, para além de um Head DM que coordenava e assistia todas as outras mesas. As personagens foram organizadas por mesa, de modo a termos equipas equilibradas (o que dependia também da área em que começava cada mesa), e os jogadores apenas tiveram que decidir qual a personagem que preferiam. Cada jogador teve ainda direito a um porta-chaves com um símbolo que identificava de alguma forma a sua personagem (armas, símbolos sagrados ou feitiços) Na nossa opinião, como organizadores, a sessão correu bastante bem, o que é bastante gratificante depois de todo o trabalho de preparação. Os últimos preparativos antes da sessão! Tivemos casa cheia, com 24 jogadores (seis por mesa), que incluíam desde principiantes a outros DM's, dos mais jovens aos mais maduros. No entanto, ficámos contentes por todos os grupos (mesmo aqueles que não se conheciam a priori) terem demonstrado excelente dinâmica entre os jogadores, independentemente da experiência, idade ou língua materna, chegando a desenvolver, na hora, alguma história pessoal entre as suas personagens. O bom humor foi também a marca do dia, com todos os jogadores a aceitar com (mais ou menos) alegria os horrores que lhes iam acontecendo. Todos os jogadores pareceram fazer bom uso das habilidades de cada personagem e demonstraram a capacidade de mudar de táctica quando necessário (às vezes combater não é a melhor alternativa...), mas nem mesmo os mais experientes conseguiram evitar certos desastres armadilhados! Cada equipa entrou por uma sala diferente e estávamos prontos a começar! Foi espectacular ver a interacção entre as mesas, com os jogadores a celebrar as vitórias, e a chorar as perdas, das outras equipas. Claro que algumas mesas tiveram mais sorte do que outras (7 Critical Hits numa tarde é um feito épico!), e noutros casos houve algum abuso por parte de um certo cefalópode gigante, mas no geral todos sobreviveram inteiros... Mais ou menos... Os capitães de equipa foram mantendo o contacto pelo Google Hangouts - quer dizer, pelos artefactos telepáticos - chegando este a ser usado para uma tradução telepática entre equipas. Isto sim é entreajuda! Algumas das batalhas mais épicas, o mapa geral da masmorra e a preparação para a batalha final! No final da tarde, quando todas as equipas conseguiram encontrar os seus ídolos de Bhaal, os capitães de equipa retiraram-se para, analisando todas as folhas de personagem, poderem melhor re-organizar as mesas de acordo com a tarefa final de cada uma. Uma equipa teve que desactivar as protecções que rodeavam o Dracolich, usando os quatro ídolos, outra teve que combater os vários undead atraídos pela energia negativa do Dracolich, outra teve a tarefa de derrotar o Dracolich, e a última teve a excelente surpresa de ter que derrotar o simulacro do Dracolich. Sim, porque só um Dracolich era pouco... A batalha final foi certamente épica e houve grande celebração quando finalmente ambos os Dracolich e a multitude de esqueletos, adeptos do mal e afins foram derrotados. Os nossos Dungeon Masters Para acabar só podemos lamentar não ter havido tempo para os jogadores explorarem todos os recantos da masmorra, mas infelizmente já estávamos apertados de tempo, já que a sala iria ser usada durante a noite para um evento de LARP. Na próxima sessão que organizarmos esperamos encontrar um local em possamos estar mais à vontade (quer em termos de tempo, quer em termos de espaço) e, de preferência, onde faça menos calor! Nós gostamos de calor humano, mas tanto também não... De certeza que os nossos jogadores concordam connosco. Só nos resta agradecer a todos os participantes, aos Dungeon Masters que os guiaram nesta aventura, à organização da LisboaCon 2016 e da área dos Role-playing Games em particular - o Grupo de Boardgamers de Lisboa e o Grupo de Roleplayers de Lisboa - por nos terem cedido o espaço e deixado organizar o que esperamos tenha sido uma tarde divertida para todos! Foi uma óptima oportunidade para dar a conhecer o Especulatório, não só a todos os jogadores, mas também ao público do LisboaCon 2016, que foi passando para investigar o que se estava a passar na masmorra do Dracolich. O grupo de intrépidos aventureiros que derrotaram esta mega-masmorra, e a equipa do Especulatório e os seus Dungeon Masters convidados! Nos próximos dias iremos partilhar mais algumas fotos e vídeos do evento.
Esperamos por vocês no nosso próximo evento (fiquem com atenção às nossas redes sociais)! Até para a semana! C.S. |
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Maio 2016
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