Já nos aconteceu a todos não termos gente suficiente para uma party de D&D com um tamanho normal. Seja porque a maior parte da party faltou á sessão, seja porque mudamos de casa e não conhecemos jogadores suficientes no nosso novo sitio. Se calhar só temos o irmão, ou conjugue, ou até os nossos pais. Se calhar até somos mesmo só nós, sozinhos. Seja porque razão for, já todos quisemos jogar RPG e não pudemos. Venho-vos esta semana falar de algo que já investigo á algum tempo: Como jogar RPG com poucos jogadores. Gestalt Esta técnica de aumentar o poder dos jogadores funciona muito bem para uma party pequena. Para um exemplo prático, eu estou a correr uma campanha de Kingmaker só com duas outras pessoas que, para conseguirem enfrentar este Adventure Path sem nenhum ajuste, fizeram characters gestalt. Um jogador usa um Summoner/Oracle, o outro um Barbarian/Bard. Até agora, só encontram problemas com muitos inimigos ao mesmo tempo, e já vão perceber porque. Para quem não sabe, uma personagem Gestalt é uma personagem que tem duas classes, ganhando habilidades das duas e, nas habilidades que são similares, ganhando a melhor das duas. Sempre que faz level up, ambas as classes fazem level up. No caso do nosso Barbarian/Bard, em nível 1, esta personagem ganha, do Barbarian, Fast Movement e Rage. Do Bard, ganha a habilidade de fazer magia arcana, bardic knowledge, bardic performance, countersong, distraction, fascinate e inspire courage +1. Depois, ganhas as class skills de ambas as classes, ganha o melhor BAB - +1 do Barbarian - os melhores saves - +2 á Fortitude do Barbarian e +2 ao Reflex e Will do Bard - os melhores skills - 6 + Int do Bard - e o melhor HP - d12 do Barbarian. Sempre que o nosso Barbarian/Bard subir de nível, este processo repete-se. Ora, o aumento de power level é óbvio. Esta personagem faz magia arcana, tem full BAB, +2 a todos os saves e o HP mais alto do jogo. Fantástico! Mas, há uma coisa que a continua a prender a níveis de poder mais baixo, uma coisa a que chamamos Action Economy. É verdade, esta personagem parece mesmo muito boa, mas continua a ter apenas uma standard action, uma move action e uma swift action por turno. Isto torna-a extremamente mais forte em 1-on-1, mas, contra muitos inimigos ao mesmo tempo, começa a ser mais complicado. Numa party de tamanho normal, o Gestalt pode destruir completamente a campanha. Mas, para dois jogadores, é uma excelente maneira de aumentar a sobrevivência e jogabilidade da aventura. Party-of-one O modelo Party-of-one é um que quero experimentar á muito tempo. Quando somos só um GM e um jogador, parece que não há muito que se possa fazer. Mas, podemos olhar para o exemplo que os videojogos usam. Somos apenas um jogador mas, por vezes, controlamos parties de três, quatro ou ainda mais personagens. É isto que o modelo Party-of-one é: um jogador que controla mais que uma personagem e um GM que conta a história. Isto permite ao jogador ter uma história que revolve á volta do seu personagem principal, sem que outros jogadores se sintam aborrecidos com isto porque, bem, eles não existem. Uma aventura em Party-of-one pode começar apenas com a personagem principal e esta pode, como nos RPGs de computador, ir recrutando novos aliados para a sua causa. Single-player adventures Existem várias aventuras publicadas para serem jogadas apenas por um jogador e um GM, em que o jogador contra apenas uma personagem. Este One-on-One Adventures Compendium tem aventuras de vários níveis diferentes para serem jogadas apenas com uma personagem. Já li algumas, são mesmo muito interessantes e mais baseadas em interacções sociais e menos em combate. Solo player No caso extremo de estarmos mesmo sozinhos, podemos sempre fazer de GM e de jogador ao mesmo tempo. Esta tática também é muito útil para GMs que querem testar primeiro os seus encontros antes de os lançarem contra os seus jogadores, para ver se são demasiado fáceis ou difíceis. Basicamente, o GM faz uma party (se quiser apenas testar encontros, usa as characters dos seus jogadores) e joga com essa party contra os inimigos de uma aventura como se fosse um jogo de tabuleiro, controlando as suas characters e os monstros. Este método não é para todos, pois normalmente evitamos fazer decisões que façam com que o nosso lado preferido perca, mas se conseguirmos mantermo-nos isentos, este método proporciona horas de entretenimento e um conhecimento mais intimo com o combate de um sistema e com as classes e monstros desse sistema. Por hoje é tudo. Até prá semana! C.A. Image by Alexandre Duret-Lutz on Flickr
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Maio 2016
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