E chegámos ao fim de mais um livro do nosso Clube de Leitura, com o "The Name of the Wind" de Patrick Rothfuss.
Apesar de comprida, esta é uma viagem que certamente valeu a pena! O primeiro de uma trilogia ainda por acabar, "The Kingkiller Chronicles", esta história mostra-nos o crescimento de Kvothe, desde a sua infância até finalmente chegar à Universidade para se tornar num mago poderoso. Mas o que destaca este livro entre outros do género, para além na magnífica prosa de Patrick Rothfuss, é a maneira como a história de Kvothe é contada, por ele mesmo, num futuro onde o seu nome é sinónimo de lenda e poder, apesar de ele se esconder numa pequena aldeia. A história começa no presente, passado num pequeno pub, onde Kvothe conta a sua história ao "Chronicler". Também é no presente que a história acaba, notando que desde logo Kvothe afirma que demorará três dias (ou seja, três livros) a contar toda a sua história. Como todo o passado é contado pela personagem principal nunca sabemos muito bem o que está a ser exagerado ou omitido, já que Kvothe tem uma personalidade bastante particular. O mundo de "The Name of the Wind" é também descrito com imenso pormenor, e fica sempre a ideia que o autor sabe ainda mais sobre toda a geografia e história que rodeia o conto principal. Pessoalmente fiquei bastante contente com a notícia que todo este universo de Rothfuss vai ser transformado não só num filme, mas também numa série de TV e ainda num videojogo. Para quando, não sabemos, mas só nos resta esperar para podermos ter ainda mais detalhes deste mundo maravilhoso. E se, agora que chegaram ao fim, querem começar o próximo livro da saga, mas já estão confusos com alguns detalhes (afinal de contas, este livro é mesmo grande!), deixo-vos com o link para uma excelentemini comic de Patrick Rothfuss que resume todo o livro.
E para variar, este mês a playlist literária que vos trazemos não foi organizada por nós, mas sim composta por Mark Haas. Para quê inventar se existe esta pérola, com letra de Patrick Rothfuss?
No próximo mês, dada a temática romântica do dia 14 de Fevereiro, resolvemos escolher como livro do Clube de Leitura "Kushiel's Dart" de Jacqueline Carey.
Para os leitores mais sensíveis, notamos que partes deste livro são bastante eróticas e podem não agradar a todos. Para os que estão dispostos a atirarem-se de cabeça connosco, sigam-nos por mais uma viagem a um estranho mundo novo. O Clube de leitura volta dia 1 de Março para revermos e falarmos de "Kushiel's Dart". Esperamos os vossos comentários e sugestões, quer aqui, quer no nosso facebook. E fiquem atentos à nossa página de facebook que vamos precisar das vossas opiniões para decidirmos os livros dos próximos meses! Até para a semana. C.S.
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Depois de, há uns meses, termos falado aqui sobre a adaptação de livros a filmes, esta semana viramo-nos para os jogos: quer de jogos de tabuleiro, quer jogos de video.
No que toca a jogos de tabuleiro adaptados a filmes, não se pode dizer que hajam muitos, mas existe pelo menos um que toda a gente conhece, Dungeons & Dragons. E não se ficaram por apenas um filme! Em 2000 tivemos "Dungeons & Dragons", em 2005 "Dungeons & Dragons: Wrath of the Dragon God", e em 2012 "Dungeons & Dragons: The Book of Vile Darkness". Nenhum dos três é um filme excelente, nem nada que se pareça, mas não se preocupem quem vêm aí mais filmes baseados neste RPG. Aparentemente a Warner Bros. conseguiu finalmente resolver os problemas de direitos associados a D&D e está a planear um filme baseado no setting de "Forgotten Realms". Vamos esperar para ver qual vai ser o resultado desta nova incursão de D&D no mundo cinematográfico e até lá aconselhamo-vos a ver os vários filmes de "The Gamers" ou "Mythica". E se calhar não sabiam mas existe um filme, de 1985, baseado no famoso jogo de tabuleiro, Cluedo (ou "Clue", em inglês). Uma comédia com bastantes actores conhecidos, que vale a pena espreitarem! Falando agora de jogos de video adaptados a filmes (dos quais há cada vez mais), começo por mencionar "World of Warcraft", que tem data prevista de estreia a 9 de Junho deste ano, em Portugal. Este filme, baseado no popular MMO (Massively Multiplayer Online Game), segue a história do contacto inicial entre humanos e orcs no mundo de Azeroth. Este verão estarei no cinema para descobrir se foi um projecto com sucesso ou não, mas estou a fazer figas para que sim. Quem sabe se isso não abre portas a que mais jogos fantásticos sejam adaptados a filmes? Também este ano, mais lá para Dezembro, estreia a adaptação ao cinema de "Assassin's Creed" do qual não posso falar muito por nunca ter jogado tal coisa. Posso, no entanto, referir que existe também um jogo de tabuleiro deste franchising (que, confesso, não adorei). E, claro, a lista de videojogos adaptados ao cinema não podia acabar sem mencionarmos os filmes adaptados do jogo "Tomb Raider". Todos conhecem os filmes "Lara Croft: Tomb Raider" e "Lara Croft Tomb Raider: The Cradle of Life" mas se calhar não sabem que, para além do recente reboot da série de videojogos com "Rise of the Tomb Raider", está também em pré-produção um novo filme, agendado para 2017, do realizador norueguês Roar Uthaug. Para acabar gostaria de mencionar alguns jogos que seriam interessantes ver adaptados a filme. Um jogo na minha lista recente de jogos a experimentar (a.k.a. a comprar eventualmente) é o "Mice and Mystics", um RPG de tabuleiro em que os heróis são pequenos ratos com poderes mágicos que lutam contra ratazanas e aranhas de modo a salvar o reino. Parece-me que daria um excelente filme de animação! E claro, há que falar dos vários jogos de tabuleiros baseados nos textos de H. P. Lovecraft, como "Eldritch Horror", "Arkham Horror" ou "Elder Sign". Dada a existência de filmes baseados nos seus contos, um filme com um espírito mais de aventura, que se aproximasse mais da experiência que é jogar estes jogos (às vezes bastante assustadora, dado o número de horas e regras...). E vocês, que outros jogos, gostariam de ver adaptados a filme? Ou talvez conheçam outros que já foram adaptados e que nos escaparam? Deixem-nos os vossos comentários, sugestões, opiniões e afins! Até para a semana! C.S. Existem tantos “tipos” de escritores como existem pessoas, já que cada um de nós escreve à sua maneira.
No entanto, a maioria dos autores descreve uma escala que varia entre os chamados “Jardineiros” ou “Pantsers” – que tendem a descobrir a sua história à medida que a escrevem – e os “Arquitectos” ou “Plotters” – que esboçam e planeiam todos os acontecimentos antes de os escreverem. Não existe apenas uma maneira de escrever uma história, mas é importante falarmos desta escala de tipos de escritores, já que existe uma colecção de técnicas que todos devemos experimentar de forma a encontrarmos as ferramentas certas para nós. Os Jardineiros escrevem normalmente melhor sem muita estrutura ou restrições, aborrecem-se se já tiverem um plano do que vão escrever, porque já sabem o que vai acontecer e sentem que já escreveram esta história e querem já passar à próxima. Stephen King é um exemplo deste tipo de escritor, já que na sua opinião nunca se deve usar um esboço prévio. Mas lá porque este tipo de escritor não planeia o que vai escrever previamente, não quer dizer que fiquem à espera da “Musa”! Como diz o Stephen King, têm que se obrigar a sentar na cadeira para escrever, mesmo sem saber muito bem para onde vão. Uma das grandes vantagens de partir à descoberta da vossa escrita é porque muitas vezes as ideias fluem de forma mais espontânea, tudo parece mais real. Também tem a vantagem de vos obrigar a escrever, mesmo que não saibam o quê. Pode ser excelente para desbloquear a vossa escrita. Claro que também tem os seus contras. Normalmente os “Jardineiros” tendem a rever muitas vezes, porque quando chegam ao segundo capítulo descobrem mais umas quantas coisas sobre a sua história, e voltam atrás para voltar a rever e a editar. A solução aqui é mesmo desligar o editor interno! Obriguem-se a continuar e a deixar as revisões para o fim. Quem escreve sem um plano pode ter algumas falsas partidas, e as primeiras coisas que escrevem não vão ser utilizáveis para a vossa história. Mas se reconhecerem o problema, usem isso a vosso favor e utilizem esse trabalho de escrita (que, no fundo, é sempre prática que ganham) para descobrirem novas ideias sobre as vossas personagens, o vosso mundo e o vosso enredo. Depois, arquivem esses parágrafos, e comecem de novo agora já com alguma noção da história que vão contar. Outro grande problema para escritores “Jardineiros” é escrever um bom final, porque não sabem para onde vão, e só quando lá chegam é que sabem o que vai acontecer. Regra geral isso apenas quer dizer que vão precisar de um segundo rascunho para melhor conseguirem tecer na história os fios que levam ao vosso final espectacular. A revisão pode ser mais dramática, mas apenas precisam de identificar todas as promessas que foram fazendo aos vossos futuros leitores para as conseguirem satisfazer no vosso final. Se tiverem alguns problemas com isto, peçam aos vossos amigos (escritores ou não) para lerem a vossa história e vos ajudarem a “brainstorming” o final. Para quem está habituado a planear antecipadamente a sua história mas gostaria de experimentar o método dos “Jardineiros”, tentem fixar apenas um ou outro detalhe da vossa história, e usar essa rede de apoio para partirem à descoberta e ver onde a vossa história vos leva! Falando agora dos “Arquitectos”, como por exemplo Orson Scott Card, estes escrevem melhor se souberem qual é o objectivo da sua história e qual é a sequência de eventos prevista. Existem diferentes tipos de esboços possíveis mas, regra geral, vão dividindo os objectivos em passos mais pequenos de modo a irem construindo a sua história antecipadamente. Uma das grandes vantagens deste planeamento todo é que acabam com finais que convergem num grande momento explosivo, em que todos os fios se juntam numa tapeçaria espectacular. Claro que também tem os seus problemas. Um dos quais é a chamada “Worldbuilder’s Disease”, que se traduz em quererem sempre continuar a construir o vosso mundo, e todos os pequenos detalhes das vossas personagens, até à exaustão, e nunca mais passarem ao resto da história. Estabeleçam um tempo pré-determinado para desenvolverem o vosso mundo e depois forcem-se a seguir em frente e escrever a história. Os “Arquitectos” tendem também a passar mais tempo a detalhar todo o esboço e depois escrevem o livro em si num instante. Claro que o problema é que depois não querem voltar atrás e rever tudo o que já escreveram. Querem é passar ao próximo projecto. A solução passa sempre por se obrigarem a sentar, reler e rever toda a vossa história, porque apesar de todo o planeamento do mundo, ela vai sempre precisar de alguns ajustes. Para quem não costuma planear grande coisa e gostaria de experimentar de modo a melhorar a sua escrita têm várias hipóteses. Podem sentar-se e escrever um resumo geral da vossa história (descobrindo à medida que vão escrevendo) ou fazer uma lista de tópicos que refiram os vários eventos que devem acontecer. Depois é só agarrarem em cada tópico ou parágrafo e começarem, passo a passo, a desenvolver cada cena. De certeza que aqui vão descobrir novas ideias, possivelmente mais interessantes que as que tinham anotado originalmente. Sintam-se sempre à vontade para mudar o vosso plano inicial – afinal de contas é um guia da vossa viagem e não uma estrutura fixa e inalterável. Quando tiverem uma sequência de cenas mais ou menos desenvolvidas vão de certeza encontrar buracos nas vossas histórias, sítios onde precisam de uma cena para vos levar do ponto A ao B, ou onde precisam de demonstrar consequências ou antecipar o vosso final. Lembrem-se sempre que a maioria de nós situa-se algures no meio desta escala. Há quem prefira descobrir as suas personagens mas ter um esboço detalhado do seu enredo, ou descobrir o início da história e, depois de saber para onde vai, planear o resto do caminho. Como se costuma dizer, no meio é que está a virtude, e é sempre bom tentar usar ambos os métodos de modo a termos o melhor dos dois mundos. Deixo-vos esta semana com o desafio de se sentarem, analisarem que tipo de escritor acham que são, e depois tentarem usar o método oposto de escrita. Se não experimentarem todas as técnicas disponíveis podem não saber o que estão a perder. Boas escritas e até para a semana! C.S. Esta semana venho-vos falar de um evento já um pouco antigo mas que, a meu ver, se justifica referir este mês, dado o aniversário de J.R.R. Tolkien ter sido há uns dias atrás.
Falo então do terceiro Seminário sobre "Tolkien: Construtor de mundos..." organizado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que decorreu no dia 29 de Maio de 2015. Para já devo dizer que o grupo de professores e alunos que organizam este, e outros seminários na área da literatura especulativa, são excelentes e todas as palestras são interessantes e esclarecedoras. Aconselho-vos desde já a seguirem a sua página de facebook para ficarem a par de novos eventos do género. Mas falando um pouco sobre o seminário em si. A primeira palestra, dada pela Prof. Angélica Varandas, instruiu-nos sobre os conceitos de bem e mal, do ponto de vista de Tolkien, e a evolução da criação, ou corrupção, dos Orcs. Não pensem que lá porque era um génio Tolkien não mudou de ideias dezenas de vezes sobre se os Orcs foram criados (e por quem) ou se surgiram da corrupção de outras raças (elfos ou homens?). Uma coisa é certa, segundo Tolkien, os Orcs, apesar de falarem e de terem diferenças entre tribos, não têm alma. E assim, há muitas análises que se podem fazer usando os Orcs para explorar a natureza do mal. Será o mal criado ou será fruto das escolhas que se fazem? Sem dúvida uma palestra interessantíssima e que nos leva a pensar um pouco mais a sério sobre estes temas. Seguiu-se uma excelente conversa com a Prof. Luísa Azuaga, intitulada "Tolkien - O Construtor de Línguas". Aqui aprendi um pouco sobre línguas construídas e descobrimos duas línguas criadas para uso no nosso mundo - Esperanto e Volapük. Claro que Tolkien considerava estas línguas construídas no mundo real línguas mortas porque não têm nem mitos nem lendas associados. E ficou bem demonstrado que Tolkien foi único não só pela criação de todo um mundo, lendas e várias línguas, mas também porque as línguas por si criadas têm uma história, uma relação entre si, evoluem e modificam-se de acordo com as regras estudadas sobre a evolução de línguas históricas. Sem dúvida uma palestra que me incentivou a pesquisar e aprender mais sobre as línguas construídas por Tolkien. De seguida falou-se sobre a ligação entre Aragorn e as lendas arturianas e todos os pontos de encontro entre as duas histórias. Uma apresentação interessantíssima por Ana Rita Martins e Diana Marques. Para quem conhece um pouco sobre os contos arturianos possivelmente já tinha dado por algumas semelhanças, tal como ambos serem guerreiros no inicio das histórias, os paralelos entre a Narsil e a Excalibur, e o facto de quer Aragorn, quer Artur, representarem o começo de novas, e melhores, épocas nos seus mundos. Se não sabem o que ler a seguir porque não enveredarem pelo mundo das lendas arturianas? O que não falta são opções de leitura, das mais fantásticas às mais históricas (sugiro "The Mists of Avalon" de Marion Zimmer Bradley para versão mais fantástica, e "The Tales of King Arthur" de Sir Thomas Malory para uma versão mais "histórica"). O Prof. Hélio Pires veio depois falar um pouco sobre o simbolismo do anel e os 4 Senhores dos Anéis Nórdicos. Uma conversa cheia de novidades para quem, como eu, não estava familiarizada com os épicos nórdicos. Falou-se de Odin, Ullr, Völlund e Hreidmar e os anéis como símbolos de poder, união, dever e maldição - tudo temas conhecidos para nós que somos fãs de Tolkien! Mais uns tantos contos para a lista de leitura. E porque não começar pela versão de Tolkien de uma saga nórdica com "The Legend of Sigurd & Gudrún"? O seminário contou com mais algumas palestras, que infelizmente não pude assistir. Mas fica já aqui a promessa que se este ano voltar a ser organizado um seminário em honra do Tolkien e da literatura especulativa, lá estarei, e espero ver-vos a todos lá também! Até para a semana! C.S. Pois é, meus amigos, parece que começou um novo ano. Desde já, bem vindos a 2016, e que este seja um ano cheio de novas oportunidades para todos nós. Mas deixando a conversa lamechas de parte, vamos ao que interessa: as famosas resoluções de ano novo! De certeza que todos vocês já têm uma ou outra resolução para este novo ano, mas resolvemos acrescentar mais algumas à vossa lista. Para começar, porque não começar a investir mais em livros e jogos em segunda-mão, em vez de comprar novo? Cada vez há mais oferta deste âmbito e para além de fazerem um favor à vossa carteira, fazem um favor ao planeta. Espreitem a nossa entrevista com a Bookshop Bívar para saberem onde encontrar centenas de livros em segunda-mão, ou os classificados do fórum Abre o Jogo para darem uma segunda vida a dezenas de jogos de tabuleiro. Se és daquelas pessoas que tem mais livros, ou jogos, dos que os consegue ler, ou jogar, porque não esta excelente ideia para 2016: escreve os nomes de todos os livros ou jogos que ainda não conseguiste abrir em pedaços de papel; guarda todos os papéis numa caixa ou frasco e da próxima vez que tiveres um tempo livre para jogar, ou ler, vai ao pote e descobre algo de novo, em vez de caíres no hábito de ir buscar os teus favoritos do costume! E para os que gostam de desafios, temos muitas ideias para vocês! Primeiro que tudo podem sempre juntar-se ao Desafio de Leitura 2016 do Goodreads. Basta apenas definirem o número de livros que gostariam de ler este ano, e daqui para a frente registarem todos os livros lidos no vosso Goodreads. Ele até vos vai dizendo quantos livros de atraso, ou de avanço, têm. E se precisam de inspiração para diversificarem as vossas leituras ou jogatanas, deixamo-vos com alguns dos desafios para 2016 que encontrámos. Para os nossos leitores acérrimos temos três desafios, do mais simples ao mais completo: E para os nossos viciados em Jogos de Tabuleiro porque não um desafio para 52 semanas de jogos, com 52 categorias diferentes para tentarem preencher?
Ou para simplificar o desafio do ABC dos Jogos, em que a ideia será jogarem um jogo que comece por cada letra do abecedário. As hipóteses são mais que muitas, mas o objectivo é sempre o mesmo, leiam mais, joguem mais e experimentem coisas novas! Se tiverem mais desafios ou quiserem partilhar connosco as vossas resoluções para 2016, já sabem! Deixem-nos um comentário aqui ou no nosso facebook! Desejamo-vos um excelente 2016!
"And that is the very end of the adventure of the wardrobe. But if the Professor was right it was only the beginning of the adventures of Narnia."
E assim acaba o nosso último Clube do Livro de 2015. No entanto é apenas o começo das aventuras na Terra de Narnia. O nosso conselho é que aproveitem a época de festas para continuarem a vossa viagem pelas Crónicas de Narnia. Estes dois primeiros livros são, de longe, os meus favoritos. Porém, a inspiração católica que os permeia é bastante óbvia aos meus olhos adultos (o mito da criação ou Aslan como Cristo), e se na maioria do texto é facilmente ignorável, algumas passagens deixam um formigueiro desconfortável no meu espírito moderno e feminista. Mas temos que perdoar C. S. Lewis, já que ele, como todos nós, foi em parte fruto da educação e cultura da época. E há que referir que não foi só aos textos religiosos que foi buscar inspiração. A existência de anéis mágicos e o nascimento de Narnia através de música são muito reveladores da sua amizade com J. R. R. Tolkien. Mas falando em particular do primeiro livro da série, “The Magician’s Nephew” é bastante interessante o seu começo semelhante aos livros de aventuras da Enyd Blyton, que muito marcaram a minha infância. Claro que se torna um livro bastante diferente quando as nossas duas personagens principais, Digory e Polly, colocam os anéis e são transportados para o bosque ente mundos. Mas estes livros são caracterizados pelas oposições claras que neles encontramos, um pouco como o confronto entre o Bem e o Mal. Um dos grandes contrastes do primeiro livro é sem dúvida os temas de destruição e criação – a destruição e morte de Charn, com o seu sol vermelho em fim de vida, e a criação de Narnia, um mundo tão novo que só existe quando o par de pequenos aventureiros mergulha no charco errado. Quando passamos para o segundo volume, “The Lion, the Witch and the Wardrobe”, temos um contraste diferente entre o Inverno provocado pela bruxa – um Inverno onde o Natal nunca chega - e a Primavera provocada pelo regresso de Aslan – que acorda todo a Terra de Narnia. Obviamente as questões de amizade, coragem, perseverança e boa-educação são bastantes claras nestes dois livros, ou não fosse o público-alvo as crianças. E na minha modesta opinião, salvo algumas frases menos bem adaptadas aos nossos tempos contemporâneos e mais igualitários, continuam a ser excelentes histórias para miúdos e graúdos. Deixo-vos com a nossa Banda Sonora Literária para estes dois volumes - 5 músicas escolhidas de propósito para cada um, pela ordem que mais nos inspiraram ao ler os livros. E sigam-nos no Spotify!
Espero que continuem a navegar as Crónicas de Narnia enquanto aguardam o nosso regresso em 2016.
O próximo Clube do Livro começará na primeira semana de Janeiro com “The Name of the Wind” de Patrick Rothfuss. E não se esqueçam que a partir de hoje a Equipa do Especulatório irá estar de férias. Voltaremos dia 4 de Janeiro de 2016 com mais novidades! Boas festas, Boas leituras e Boas jogatanas! C.S. No passado sábado, pelas 14h30, entrei na Biblioteca de S. Lázaro pela primeira vez. E que espaço perfeito para acolher a apresentação da nova antologia de contos da Editorial Divergência – Nos Limites do Infinito. É descrita como um conjunto de histórias de “Amores que desafiam o tempo, bibliotecas assombradas, histórias enraizadas no interior de Portugal, janelas que nos motivam a fazer o impensável e encontros com a morte (…)”. Resultado de uma parceria de sucesso com o blogue FLAMES e com ilustrações de Ana Santo, traz-nos 6 contos que, embora distintos, colaboram para uma lógica comum. Junta os nomes Ana Luiz, Ângelo Teodoro, João Rogaciano, Ricardo Dias, Rui Bastos, Yves Robert. Apenas Ricardo Dias não esteve presente nesta sessão de apresentação, onde tive a oportunidade de aumentar a minha vontade de conhecer estes 6 contextos especulativos (podem aguardar uma critica muito brevemente, é só darem-me tempo de terminar a leitura!). Foi uma apresentação onde cada autor tomou a palavra para abrir o apetite dos presentes sobre o seu conto, de nos falar da sua inspiração, do seu processo de criação, de escrita e revisão, do que caracteriza as suas personagens, da sua interpretação de quais podem ser os limites do infinito. Faço minhas as palavras de Rui Bastos, foi “uma honra estar no meio de autores a sério”. E acrescento, um privilégio acompanhar um momento que demonstra o compromisso da Editorial Divergência com a literatura especulativa e com os autores portugueses que a caracterizam, num esforço para quebrar com um estereótipo muitas vezes ainda negativo do que é o fantástico. E aqui no Especulatório vamos continuar a acompanhar a Divergência nesta viagem! M.I.S. Hoje tu és o herói!
Quem é que se lembra da frase “Uma aventura emocionante onde o leitor é o herói”? Se se lembram então é porque partilharam de uma das colecções que fizeram da infância de muitos de nós uma época bem menos aborrecida e que foram também um dos primeiros passos para um começo de muitos jogadores por este mundo. Os livros das aventuras fantásticas foram criados pelo Steve Jackson (não o criador do Munchkin) e o Ian Livingstone, sendo que o primeiro a ser lançado foi o Feiticeiro da Montanha de Fogo. Para quem não conhece estes livros são a companhia perfeita para uma pessoa que gosta de jogar e de ler. A ideia base é que o jogador é um aventureiro, que é caracterizado por uma série de atributos que são lançados pelos leitores no início da aventura (força, sorte e perícia). Esses atributos são utilizados ao longo da aventura para o jogador se safar de situações e combates. Qual é a maneira de evitar que a história seja demasiado previsível? E como é que sabemos por onde é que vamos? Os autores criaram uma história não linear, particionada por números. Seguir números não servia de nada (o parágrafo 1 não tinha nada a ver com o 2). Para podermos seguir a história tínhamos de ver o número no fim de cada parágrafo e seguir para esse. Para resolver os combates eram utilizados dados e força da personagem. É claro que estes livros baseavam-se nos leitores serem honestos. Não era grande divertimento simplesmente ler e ganhar sempre. Com uns quantos dados e um lápis aqueles livros faziam a delicia de muitas tardes chuvosas. E vocês também conhecem as Aventuras Fantásticas? Deixem os vossos comentários e juntem-se à discussão no nosso grupo de facebook! I.F. Pois é, esta semana não podia faltar a nossa"review" à Comic-Con Portugal 2015.
Afinal de contas foi um fim-de-semana imerso em ficção especulativa, cheio de diversão e muitos jogos! Começámos na Sexta-feira à tarde com um painel com David Anthony Durham, autor da saga fantástica Acacia, publicada em Portugal pela Saída de Emergência. Este escritor, mais conhecido pelos seus livros de Ficção Histórica, ficou sem dúvida na nossa lista de "Livros a Ler", não só pela paixão que demonstrou no que toca às suas obras fantásticas, mas também pela simpatia e à vontade com que interagiu com o público que se foi juntando na pequena zona da Tertúlia Comics & Literatura. O único senão da tarde foi sem dúvida o pouco (nenhum) isolamento sonoro da zona de tertúlia com autores do resto do pavilhão de merchandising, o que dificultou um pouco o contacto com os mesmos. Apesar disso a organização do espaço esteve bastante melhor este ano, sem nenhuma dúvida! No Sábado a nossa equipa dividiu-se entre várias áreas da Con. Enquanto uns aproveitaram para fazer uma mini-maratona de "Star Wars" (obrigado à FNAC pelo loop contínuo de filmes durante todo o evento!) outros aproveitaram para testar alguns jogos na zona de Boardgames. Desde já os nossos parabéns e muito obrigado a toda a equipa do Grupo de Boardgamers do Porto, que esteve sempre pronta a ensinar, e a jogar connosco, a grande variedade de jogos de tabuleiro disponíveis no evento. Confesso que foi onde a nossa equipa passou mais tempo durante todo o fim-de-semana, o que se traduziu em sairmos do evento com alguns sacos bastante pesados e as carteiras bem mais leves. Mas pelo menos temos muitos boardgames novos para a época natalícia! Não poderíamos deixar de mencionar o painel de John Noble, mais conhecido pelo seu papel de Dr. Walter Bishop em "Fringe" e Denethor em "The Lord of the Rings". Sem dúvida uma melhoria face aos painéis do ano passado, com perguntas muito pertinentes e interessantes, por parte do público e do moderador Mário Augusto. Com uma personalidade fascinante e excelente conversador, esperamos ver John Noble cada vez mais nas nossas televisões e ecrãs de cinema! No Domingo fomos assistir à estreia da nova série do SyFy "The Magicians" e ficámos muito bem impressionados, ou não fosse baseada numa série de livros de Lev Grossman, que também estão na nossa lista de "Livros a Ler"! A data de estreia nos E.U.A. é a 25 de Janeiro, e esperamos que não seja muito depois disso por cá! No total foi um evento com muita diversidade, quer de actividades, quer de painéis, com algo para todos os gostos, de anime a comics, filmes a livros, e muito merchadising para todo o tipo de carteiras. Temos ainda que destacar os excelentes cosplays presentes, desde os mais elaborados aos mais simples, e a simpatia e abertura de todos os artistas presentes na Artist's Alley que só demonstraram o nível de trabalho que se faz em Portugal Parabéns à organização e a todos os presentes por um excelente evento! Para o ano haverá mais e a Equipa do Especulatório estará sem dúvida presente! C.S. Pois é meus amigos!
Hoje é oficialmente o último dia do NaNoWriMo de 2015. E digo oficialmente porque nada vos impede de continuarem a escrever! Garanto-vos que não serão os únicos a ainda não ter terminado as vossas 50.000 palavras. Ou então até já atingiram o objectivo de palavras escritas, mas a vossa história ainda não chegou ao fim. Mudem o vosso prazo e continuem a escrever! Para todos os que estão a chegar ao fim, os que ficaram pelo caminho ou aqueles que nem sequer começaram, há sempre qualquer coisa a aprender com o NaNoWriMo. Temos que começar por repetir aquilo que já aqui foi dito antes: uma das melhores vantagens do NaNoWriMo é servir de prática! Se querem escrever têm que praticar a vossa escrita! A primeira regra da escrita é escrever! E essa tem que ser também a mentalidade do escritor. Uma coisa que todos os participantes do NaNoWriMo também precisam de aprender rapidamente é como escrever apesar de todas as distracções do dia-a-dia. Muitos de nós caem no erro de pensar "Um dia, quando eu tiver muito tempo livre, vou escrever!" A verdade é que esse dia nunca chegará. Mesmo os escritores profissionais têm distracções. Talvez um pouco diferentes das distracções das pessoas normais, mas elas estão lá na mesma! A única maneira de escreverem 50.000 palavras (ou qualquer que seja o vosso objectivo) num mês é desligarem o vosso editor interno e ignorarem todas as regras que já aprenderam sobre como escrever. Quando finalmente escreverem "O Fim", podem então começar a pensar em rever todo o vosso trabalho. De certeza que que vão ter muito que editar, porque ninguém acaba o NaNoWriMo com um livro perfeito e acabado. Se não chegaram ainda ao fim, continuem a escrever. Nenhum escritor que se preze escreve só um mês por ano! Dezembro vem aí, com uns feriados pelo meio e, para muita gente, uns dias de férias também. Aproveitem para escrever! Podem fazê-lo durante a consoada ou almoço de Natal! Afinal, quem é que precisa de duas mãos para comer peru? Comam à moda dos homens das cavernas enquanto teclam como se não houvesse amanhã com a outra mão! Ou enquanto toda a gente estiver a digerir a mega-refeição de Natal e a ver os filmes do costume na televisão, vocês podem sentar-se num cantinho e escrever mais uns milhares de palavras! Quem sabe se a injecção de açúcar que levaram a comer todos aqueles doces de Natal não vos ajudam a escrever mais rápido? E para aqueles que não conseguiram começar este mês, o NaNoWriMo pode ser quando vocês quiserem (tal como o Natal). stabeleçam os vossos objectivos de palavras e o vosso prazo e depois obriguem-se a escrever! É sempre o esforço que conta. E hoje ficamos por aqui porque de certeza muitos que alguns de vós ainda precisam de ir escrever! Para a semana estaremos de volta à "programação" normal, com a nossa opinião sobre a Comic-Con Portugal 2015. Esperamos ver-vos por lá! C.S. |
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