"And that is the very end of the adventure of the wardrobe. But if the Professor was right it was only the beginning of the adventures of Narnia."
E assim acaba o nosso último Clube do Livro de 2015. No entanto é apenas o começo das aventuras na Terra de Narnia. O nosso conselho é que aproveitem a época de festas para continuarem a vossa viagem pelas Crónicas de Narnia. Estes dois primeiros livros são, de longe, os meus favoritos. Porém, a inspiração católica que os permeia é bastante óbvia aos meus olhos adultos (o mito da criação ou Aslan como Cristo), e se na maioria do texto é facilmente ignorável, algumas passagens deixam um formigueiro desconfortável no meu espírito moderno e feminista. Mas temos que perdoar C. S. Lewis, já que ele, como todos nós, foi em parte fruto da educação e cultura da época. E há que referir que não foi só aos textos religiosos que foi buscar inspiração. A existência de anéis mágicos e o nascimento de Narnia através de música são muito reveladores da sua amizade com J. R. R. Tolkien. Mas falando em particular do primeiro livro da série, “The Magician’s Nephew” é bastante interessante o seu começo semelhante aos livros de aventuras da Enyd Blyton, que muito marcaram a minha infância. Claro que se torna um livro bastante diferente quando as nossas duas personagens principais, Digory e Polly, colocam os anéis e são transportados para o bosque ente mundos. Mas estes livros são caracterizados pelas oposições claras que neles encontramos, um pouco como o confronto entre o Bem e o Mal. Um dos grandes contrastes do primeiro livro é sem dúvida os temas de destruição e criação – a destruição e morte de Charn, com o seu sol vermelho em fim de vida, e a criação de Narnia, um mundo tão novo que só existe quando o par de pequenos aventureiros mergulha no charco errado. Quando passamos para o segundo volume, “The Lion, the Witch and the Wardrobe”, temos um contraste diferente entre o Inverno provocado pela bruxa – um Inverno onde o Natal nunca chega - e a Primavera provocada pelo regresso de Aslan – que acorda todo a Terra de Narnia. Obviamente as questões de amizade, coragem, perseverança e boa-educação são bastantes claras nestes dois livros, ou não fosse o público-alvo as crianças. E na minha modesta opinião, salvo algumas frases menos bem adaptadas aos nossos tempos contemporâneos e mais igualitários, continuam a ser excelentes histórias para miúdos e graúdos. Deixo-vos com a nossa Banda Sonora Literária para estes dois volumes - 5 músicas escolhidas de propósito para cada um, pela ordem que mais nos inspiraram ao ler os livros. E sigam-nos no Spotify!
Espero que continuem a navegar as Crónicas de Narnia enquanto aguardam o nosso regresso em 2016.
O próximo Clube do Livro começará na primeira semana de Janeiro com “The Name of the Wind” de Patrick Rothfuss. E não se esqueçam que a partir de hoje a Equipa do Especulatório irá estar de férias. Voltaremos dia 4 de Janeiro de 2016 com mais novidades! Boas festas, Boas leituras e Boas jogatanas! C.S.
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No passado sábado, pelas 14h30, entrei na Biblioteca de S. Lázaro pela primeira vez. E que espaço perfeito para acolher a apresentação da nova antologia de contos da Editorial Divergência – Nos Limites do Infinito. É descrita como um conjunto de histórias de “Amores que desafiam o tempo, bibliotecas assombradas, histórias enraizadas no interior de Portugal, janelas que nos motivam a fazer o impensável e encontros com a morte (…)”. Resultado de uma parceria de sucesso com o blogue FLAMES e com ilustrações de Ana Santo, traz-nos 6 contos que, embora distintos, colaboram para uma lógica comum. Junta os nomes Ana Luiz, Ângelo Teodoro, João Rogaciano, Ricardo Dias, Rui Bastos, Yves Robert. Apenas Ricardo Dias não esteve presente nesta sessão de apresentação, onde tive a oportunidade de aumentar a minha vontade de conhecer estes 6 contextos especulativos (podem aguardar uma critica muito brevemente, é só darem-me tempo de terminar a leitura!). Foi uma apresentação onde cada autor tomou a palavra para abrir o apetite dos presentes sobre o seu conto, de nos falar da sua inspiração, do seu processo de criação, de escrita e revisão, do que caracteriza as suas personagens, da sua interpretação de quais podem ser os limites do infinito. Faço minhas as palavras de Rui Bastos, foi “uma honra estar no meio de autores a sério”. E acrescento, um privilégio acompanhar um momento que demonstra o compromisso da Editorial Divergência com a literatura especulativa e com os autores portugueses que a caracterizam, num esforço para quebrar com um estereótipo muitas vezes ainda negativo do que é o fantástico. E aqui no Especulatório vamos continuar a acompanhar a Divergência nesta viagem! M.I.S. Hoje tu és o herói!
Quem é que se lembra da frase “Uma aventura emocionante onde o leitor é o herói”? Se se lembram então é porque partilharam de uma das colecções que fizeram da infância de muitos de nós uma época bem menos aborrecida e que foram também um dos primeiros passos para um começo de muitos jogadores por este mundo. Os livros das aventuras fantásticas foram criados pelo Steve Jackson (não o criador do Munchkin) e o Ian Livingstone, sendo que o primeiro a ser lançado foi o Feiticeiro da Montanha de Fogo. Para quem não conhece estes livros são a companhia perfeita para uma pessoa que gosta de jogar e de ler. A ideia base é que o jogador é um aventureiro, que é caracterizado por uma série de atributos que são lançados pelos leitores no início da aventura (força, sorte e perícia). Esses atributos são utilizados ao longo da aventura para o jogador se safar de situações e combates. Qual é a maneira de evitar que a história seja demasiado previsível? E como é que sabemos por onde é que vamos? Os autores criaram uma história não linear, particionada por números. Seguir números não servia de nada (o parágrafo 1 não tinha nada a ver com o 2). Para podermos seguir a história tínhamos de ver o número no fim de cada parágrafo e seguir para esse. Para resolver os combates eram utilizados dados e força da personagem. É claro que estes livros baseavam-se nos leitores serem honestos. Não era grande divertimento simplesmente ler e ganhar sempre. Com uns quantos dados e um lápis aqueles livros faziam a delicia de muitas tardes chuvosas. E vocês também conhecem as Aventuras Fantásticas? Deixem os vossos comentários e juntem-se à discussão no nosso grupo de facebook! I.F. Pois é, esta semana não podia faltar a nossa"review" à Comic-Con Portugal 2015.
Afinal de contas foi um fim-de-semana imerso em ficção especulativa, cheio de diversão e muitos jogos! Começámos na Sexta-feira à tarde com um painel com David Anthony Durham, autor da saga fantástica Acacia, publicada em Portugal pela Saída de Emergência. Este escritor, mais conhecido pelos seus livros de Ficção Histórica, ficou sem dúvida na nossa lista de "Livros a Ler", não só pela paixão que demonstrou no que toca às suas obras fantásticas, mas também pela simpatia e à vontade com que interagiu com o público que se foi juntando na pequena zona da Tertúlia Comics & Literatura. O único senão da tarde foi sem dúvida o pouco (nenhum) isolamento sonoro da zona de tertúlia com autores do resto do pavilhão de merchandising, o que dificultou um pouco o contacto com os mesmos. Apesar disso a organização do espaço esteve bastante melhor este ano, sem nenhuma dúvida! No Sábado a nossa equipa dividiu-se entre várias áreas da Con. Enquanto uns aproveitaram para fazer uma mini-maratona de "Star Wars" (obrigado à FNAC pelo loop contínuo de filmes durante todo o evento!) outros aproveitaram para testar alguns jogos na zona de Boardgames. Desde já os nossos parabéns e muito obrigado a toda a equipa do Grupo de Boardgamers do Porto, que esteve sempre pronta a ensinar, e a jogar connosco, a grande variedade de jogos de tabuleiro disponíveis no evento. Confesso que foi onde a nossa equipa passou mais tempo durante todo o fim-de-semana, o que se traduziu em sairmos do evento com alguns sacos bastante pesados e as carteiras bem mais leves. Mas pelo menos temos muitos boardgames novos para a época natalícia! Não poderíamos deixar de mencionar o painel de John Noble, mais conhecido pelo seu papel de Dr. Walter Bishop em "Fringe" e Denethor em "The Lord of the Rings". Sem dúvida uma melhoria face aos painéis do ano passado, com perguntas muito pertinentes e interessantes, por parte do público e do moderador Mário Augusto. Com uma personalidade fascinante e excelente conversador, esperamos ver John Noble cada vez mais nas nossas televisões e ecrãs de cinema! No Domingo fomos assistir à estreia da nova série do SyFy "The Magicians" e ficámos muito bem impressionados, ou não fosse baseada numa série de livros de Lev Grossman, que também estão na nossa lista de "Livros a Ler"! A data de estreia nos E.U.A. é a 25 de Janeiro, e esperamos que não seja muito depois disso por cá! No total foi um evento com muita diversidade, quer de actividades, quer de painéis, com algo para todos os gostos, de anime a comics, filmes a livros, e muito merchadising para todo o tipo de carteiras. Temos ainda que destacar os excelentes cosplays presentes, desde os mais elaborados aos mais simples, e a simpatia e abertura de todos os artistas presentes na Artist's Alley que só demonstraram o nível de trabalho que se faz em Portugal Parabéns à organização e a todos os presentes por um excelente evento! Para o ano haverá mais e a Equipa do Especulatório estará sem dúvida presente! C.S. |
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Maio 2016
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