Sou uma grande apologista de procurar o balanço e no que toca aos livros (em formato de papel ou digital) não há excepção. Mas comecei a pensar - o que gosto mais, o que traz mais vantagens - livros ou ebooks? Papel ou digital? Deixo-vos com algumas das minhas conclusões: - A dimensão emocional É verdade que acredito que uma casa sem livros é pouco mais do que um espaço com mobília (chamem-lhe predisposição genética…se vissem a casa dos meus pais percebiam). E também é verdade que isso não é conseguido com os ebooks – afinal de contas, um eReader numa prateleira não é a mesma coisa que uma estante cheia de opções, que podemos folhear, cheirar (sim, sou daquelas pessoas que adora o cheiro a livros) e virar página atrás de página. Sou honesta, adoro poder pegar num livro e usufruí-lo. No entanto, isso não tem de ser necessariamente mau. Uma das coisas que adoro no meu eReader é ter sempre à mão o próximo livro da minha (enorme, diga-se de passagem) lista de leituras. Com este modelo de leitura, não ficamos limitados de opções, elas estão é sempre móveis e se calhar até acabamos por ler aqueles livros “guilty pleasure” que não necessitamos de ter na estante. Por outro lado, no mundo da literatura especulativa, muitas vezes somos confrontados com inúmeros mapas e glossários, e é constantemente necessário voltarmos às páginas iniciais para os consultar. Admito que para isto os ebooks não são tão práticos (também devido à minha…digamos…falta de jeito). Mas não é impossível, atenção! Resumindo e baralhando. Reconheço que adoro poder pegar num livro e usufrui-lo e a mesma sensação física não é conseguida num ebook. Mas isso não me afasta deles, devido à diversidade de livros a que tenho acesso. - A dimensão da produção Se analisarmos o impacto das metodologias de produção destas duas ferramentas de leitura, a resposta não é tão simples e lógica como se poderia pensar. O fabrico tanto dos materiais electrónicos como do papel, não é livre de poluição e impacto ambiental. Mas olhando especificamente para a produção de materiais electrónicos, esta traz enormes custos também em termos humanos e sociais, o que me preocupa bastante. Especialmente se pensarmos que muitos dos minérios usados nesta produção vêm da exploração humana em condições deploráveis e alimentam conflitos de décadas, sem que haja controlo e transparência sobre a cadeia de produção associada (poderão saber mais aqui). Assim, se é verdade que os livros implicam a produção de papel, e um ebook, pelo seu carácter virtual, poderá não ter impacto por si só, o facto de implicar a detenção de um equipamento electrónico que tem de ser produzido acarreta em si preocupações específicas. - A dimensão financeira (para o consumidor) E o que nós pagamos para ter acesso a estas duas formas de leitura? O eReader, quando comparado com um livro em papel, é claramente mais caro de obter. Mas quando chega a altura de adquirir um livro electrónico, este tem um custo bastante mais reduzido se fizermos a mesma comparação, havendo mesmo plataformas legais onde são possíveis obter diversos títulos gratuitamente. Por seu lado, os livros em papel, se comparados directamente com os seus correspondentes digitais, poderão ser um pouco mais caros, dependendo sempre da língua em que os procuras, visto que as traduções também trazem custos adicionais. Em conclusão, é clara a minha incapacidade de vos dar uma resposta directa à pergunta “Livros ou eBooks?”. Como digo, acredito no balanço entre os dois e, para mim, se um livro for bom, será bom independentemente do formato em que o leio. Por isso, recomendo que ataquem as livrarias (porque não em 2ª mão? Em breve vou apresentar-vos uma extraordinária!) e aproveitem o que existe em formato digital. Faço minhas as palavras de J.R.R. Tolkien: “The most improper job of any man, even saints (…) is bossing other men.” Decidam o que faz sentido para vocês! M.I.S
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