Bem, já faz um tempo desde que publicámos uma crítica. Pois bem, vamos começar de novo e agora vão ser sempre nas segundas terças-feiras de cada mês, para vos dar alento na vossa leitura do livro do clube de leitura. Este mês estamos a ler o “The Name of the Wind”, de Patrick Rothfuss. Como vão as vossas leituras? Tenho de admitir que não foi um livro que me tenha agarrado do princípio ao fim, daqueles que não conseguia pousar durante horas, embora não saiba explicar o porquê. A história, na maioria do tempo contada em estilo de autobiografia pelo outrora famoso e agora recluso músico e mágico Kvothe, leva-nos numa aventura na primeira pessoa que revela um estilo de escrita bastante extraordinário. Com breves interrupções ao longo da conversa, é Kvothe quem conta a sua história, quem tem dificuldade por vezes em explicar ou recontar determinada situação, quem decide o que conta ou o que deixa de fora. O facto de vivermos a vida da personagem central quase desde o seu início, acompanhando-o na infância e na adolescência, por momentos difíceis e conturbados mas também por situações de sucesso e felicidade, torna todo o livro em algo bastante íntimo e pessoal, envolto num mistério obscuro. Talvez por isso não me tenha sido tão fácil criar uma ligação imediata a esta obra, por ser algo quase idêntico a um diário que não tens a certeza se deverias estar a folhear. Mas mesmo com alguma reticência, nunca consegui deixar o livro de lado, lendo de pouco em pouco, descobrindo e querendo descobrir sempre mais sobre o que se segue, querendo desvendar um mistério aliado a mitos e lendas contadas em canções: “When the hearthfire turns to blue, what to do? what to do? run outside, run and hide. When his eyes are black as crow? where to go? where to go? near and far. Here they are. See a man without a face? move like ghosts from place to place. whats their plan? whats their plan? Chandrian. Chandrian” Sem contar muito do que a história vos guarda, recomendo a todos que dêem uma oportunidade a esta história, que vos leva desde um acampamento sempre em andamento para uma grande cidade cheia de vícios e recantos até a uma universidade onde a magia impera. Porque, afinal de contas, quem não quer descobrir o nome do vento? M.I.S.
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São muitas vezes as primeiras frases ou parágrafos que nos agarram imediatamente e, mesmo quando não acontece esse “enamoramento” imediato, são estas primeiras palavras que nos dão logo um cheirinho do que poderá estar para vir, nos permitem olhar pela janela do que nos espera, por mais vagas ou incompreensíveis que possam parecer à primeira leitura. No início de mais um ano, em que começamos a escrever as nossas primeiras frases, não há altura mais perfeita para olhar para o início daqueles livros favoritos. Basta lermos as primeiras palavras, escritas pela mão de J. K. Rowling, em Harry Potter e a Pedra Filosofal, para nos afastarmos imediatamente imediatamente do Mundo muggle, por muito que os Dursley’s nos queiram forçosamente demonstrar a sua (inexistente) normalidade, e começarmos logo a ponderar que coisas misteriosas e estranhas ( e mágicas) andam por aí: «Mr. and Mrs. Dursley, of number four, Privet Drive, were proud to say that they were perfectly normal, thank you very much. They were the last people you'd expect to be involved in anything strange or mysterious, because they just didn't hold with such nonsense» Ou lermos o início de O Senhor dos Anéis – a Irmandade do Anel, de J. R. R. Tolkien, para começarmos a pensar no que são os Hobbits e em que aventuras nos vão levar que nos vão permitir conhecer o seu verdadeiro carácter: «This book is largely concerned with Hobbits, and from its pages a reader may discover much of their character and a little of their history.» Admito, a primeira frase do primeiro capítulo em si vem mesmo a calhar para uma altura de festas de ano novo, cheias de resoluções e divertimento e expectativa do que estará por vir: «When Mr Bilbo Baggins of Bag End announced that he would shortly be celebrating his eleventy-first birthday with a party of special magnificence, there was much talk and excitment in Hobbiton» E já que estamos a celebrar o mês de Tolkien, com o seu aniversário no passado dia 3 de Janeiro, não podíamos deixar de falar daquela que vejo como uma das melhores introduções, em O Hobbit: «In a hole in the ground there lived a hobbit. Not a nasty, dirty, wet hole, filled with the ends of worms and an oozy smell, nor yet a dry, bare, sandy hole with nothing in it to sit down on or to eat: it was a hobbit-hole, and that means comfort.» Logo aqui começamos a questionarmo-nos: afinal quem é este Hobbit que vive num buraco (porquê um buraco?) e que inicia toda a história? Mas claro, há aqueles inícios que simplesmente nos fazem pensar: We’re doomed! Estamos fritos! Claro, estou a falar de O Marciano, de Andy Weir: «I’m pretty much fucked. That’s my considered opinion.» Se isto não significa o desastre à espreita, não sei o o faz! (E admitam, é que todos pensamos quando fazemos listas de resoluções de ano novo que começam a ficar demasiado grandes e começamos a desconfiar que não vão sair do papel =D ). Estando a falar de livros que já lemos desde o início desta aventura que é o Especulatório, não podia deixar de fora uma visão completamente desvairada do universo: «Far out in the uncharted backwaters of the unfashionable end of the western spiral arm of the galaxy lies a small unregarded yellow Sun.» Faz-nos pensar na nossa insignificância no universo (afinal de contas, estamos na zona fora de moda e despercebida dos recantos da galáxia) e, face a esse facto, que aventures imprevisíveis nos poderão efectivamente acontecer. Mas claro, tudo vai suceder da forma mais alucinante possível no The Hitch Hicker’s Guide to the Galaxy, de Douglas Adams. Uma outra colecção que adoro absolutamente e que começou o meu gosto por Urban Fantasy, chega-nos pela caneta de Karen Marie Moning. Darkfever começa com a promessa de que o que se irá seguir não será fácil… e ficamos logo desejosos de perceber o porquê: «My philosophy is pretty simple – any day nobody’s trying to kill me is a good day in my book.» Que voltas tem a nossa vida de dar para chegarmos a esta resolução?! A trilogia Mistborn, de Brandon Sanderson, inicia-se com uma imagem cinzenta de um mundo desconhecido. É uma frase simples e directa mas faz-nos querer descobrir mais sobre aquela realidade: «Ash fell from the sky» Um livro que li em 2015 e que me surpreendeu imenso, por retratar um universo tão diferente, com personagens centrais tão rodeadas de sensualidade, começa com um aviso: nem tudo é o que parece, e um bom início não significa um percurso sem precalços. Falo de Kushiel's Dart, de Jacqueline Carey: «Lest anyone should suppose that I am a cuckoo’s child, goto n the wrong side of the blanket by lusty peasant stock and sold into indenture in a shortfallen season, I may say that I am House-born and reared in the Night Court proper, for all the good it did me.» Voltando à Urban Fantasy, uma história que tem um início no mínimo insólito: «The first time I encountered Death, I hurled my mother’s medical chart at him. As far as impressions went, I blew it, but I was five at the time, so he eventually forgave me. Some days I wished he hadn’t – particularly when we crossed paths on the Job.» Grave Witch, de Kalayna Price, marca o início de uma trilogia (por enquanto, que diz-se que o quarto livro está em construção) com triângulos amorosos, outros Mundos e uma Morte muito interessante. E por fim, um dos meus livros favoritos dos últimos tempos - Uprooted, de Naomi Novik - leva-nos a conhecer uma floresta cheia de segredos e criaturas negras, num mundo cheio de magia. «Our dragon doesn’t eat the girls he takes, no matter what stories they tell outside our valley. We wear them sometimes, from travelers passing through. They talk as though we were doing human sacrifice, and he were a real dragon. Of course that’s not true: he may be a wizard and immortal, but he’s still a man, and our fathers would band toguether and kill him if he wanted to eat one of us every tem years. He protects us against the Wood, and we’re grateful, but not that grateful.» Sim, as primeiras frases levantam-nos imediatamente questões e dão-nos um cheirinho, por mais disfarçado, do que está para vir. Diferentes frases, diferentes janelas que nos oferecem os primeiros vislumbres, diferentes aventuras. Mas um mesmo resultado: uma inescapável incapacidade de pousar o livro antes do fim, de ir dormir antes do amanhecer, antes de descobrir o que vem a seguir. Por essa razão, e seguindo o exemplo dado pelas extraordinárias frases que marcam o início de um livro, o meu desejo para todos é que estes primeiros dias do ano sejam apenas o início de muitas aventuras ao virar da página! M.I.S. Naquela que já é conhecida como a “Star Wars Week”, em honra do mais recente filme da saga que todos adoramos, pareceu-me uma óptima ideia olharmos para o que caracteriza aquilo que apelidamos de Ficção Cientifica. Desde o início do Especulatório que a Ficção-científica tem marcado presença nos livros que temos vindo a ler e, com absoluta certeza, continuará a estar nas nossas listas de leitura. Se formos ao dicionário, é definida como “Um tipo de conto, história que se propõe a fantasiar algo possível, mesmo que não seja no presente. Uma fantasia literária que tem ligação, na maioria das vezes, com ciência” [Dicionário inFormal]. Ou seja, por mais distante que sejam os mundos, as tecnologias, as viagens, os seres, o que a caracteriza é o facto de ter sempre alguma ligação à ciência possível (mesmo que ainda só teoricamente). É explorado o impacto das inovações tecnológicas no nosso conhecimento sobre o Universo que nos rodeia. Permite-nos experimentar ideias que poderão ainda não ser testadas na realidade. Mostra-nos algo extraordinário mas que pode mesmo vir a acontecer um dia num futuro mais ou menos longínquo. Em suma, permite-nos ser visionários de uma nova realidade, de uma nova sociedade. Como diz Úrsula Le Guinn: "Hard times are coming when we will be wanting the voices of writers who can see alternatives to how we live now and can see through our fear-stricken society and its obsessive technologies to other ways of being, and even imagine some real grounds for hope. We will need writers who can remember freedom. Poets, visionaries, the realists of a larger reality." [discurso de aceitação da Medal for Distinguished Contribution to American Letters, 2014] Na verdade, muito mais há para dizer e explorar no que significa ler ficção científica mas, em vez disso, deixo-vos com algumas sugestões inadiáveis (que obviamente são apenas um abrir ligeiramente da porta para o Mundo gigantesco dos livros de Sci-Fi). Para além de "The Hitch Hicker's Guide to the Galaxy" e "The Martian", que já vos falámos tanto nas nossas reviews como no nosso Clube de Leitura, trazemos novas opções: 1) O inescapável – Dune, de Frank Herbert Num contexto de rivalidades entre dinastias planetárias no seio de um império interestelar, seguimos Paul Atreides e o seu controlo sobre o cobiçado planeta de Arrakis, num livro que nos consegue mostrar as complexidades da política, religião, tecnologia e relações humanas. 2) Em honra do aniversário do seu autor, um título a não esquecer - Do Androids Dream of Electric Sheep? de Philip K. Dick Conhecido por ter dado origem ao clássico filme “Blade Runner”, procura fazer pensar sobre as implicações da inteligência artificial e até onde lutarão os androids pelo seu lugar numa sociedade. 3) Um dos meus favoritos - The Left Hand of Darkness, the Ursula Le Guinn A história de um emissário a um planeta onde o género é algo sempre em mutação. Um livro que obriga a personagem principal, e o leitor, a ultrapassar os seus estereótipos e representações na ligação com um Outro completamente diferente. 4) Bem, e porque 2015 tem sido um fantástico ano de leituras, um livro bem recente: Seveneves, de Neal Stephenson. De Maio de 2015, e com muito boas reviews, levanta a questão: o que aconteceria se o Mundo estivesse para acabar, fosse uma autêntica bomba-relógio? Um épico excelente de aniquilação e sobrevivência, de busca e descoberta, que leva o leitor numa viagem por mais de cinco mil anos. 5) E a minha escolha portuguesa – Por Mundos Divergentes. Uma antologia da Editorial Divergência, agrega cinco contos distópicos escritos por Ana C. Nunes, Nuno Almeida, Pedro G. Martins, Ricardo Dias e Sara Farinha. Retratos de uma visão futurista de Portugal, um país governado por regimes ditatoriais. E pronto, espero ter-vos deixado com algumas opções para as vossas leituras e viagens cientificamente especulatórias. M.I.S. Foto: NASA O Natal aproxima-se e não queremos que vos faltem oportunidades imperdíveis bem pertinho e de fácil acesso! O que faz mesmo falta é uma promoção (e porque não promoções?), algo que ajude na busca por aquele presente perfeito para a nossa família e amigos. Esta semana trazemos mesmo isso, em forma de três diferentes oportunidades. Até amanhã, dia 9, a Bertrand Livreiros está a oferecer 20% de desconto (em cartão) em mais de 10.000 livros e ebooks, de uma grande lista de editoras, como a Saída de Emergência. Com a possibilidade de portes grátis (garantidos com levantamento em loja e também possíveis no envio para a tua morada), porque não aproveitar? Por falar na Saída de Emergência, para quem não conhece, esta é uma editora independente e totalmente nacional, responsável pela Colecção Bang!, que agrega inúmeros títulos de literatura fantástica de autores portugueses e estrangeiros. Também esta editora tem a decorrer uma promoção a não perder: a Promoção 2=3, onde por cada 2 livros poderás ter a oportunidade de levar um terceiro grátis, de uma lista sempre em actualização. E claro, também está a oferecer descontos de 30% e 40% em mais de 100 livros, por isso encontrar oportunidades a não perder não vai ser difícil! O esforço vai ser resistir a comprar mais uns para as vossas prateleiras. Esperamos que com estas promoções encontrar aquele livro perfeito se torne ainda mais fácil. M.I.S. Sábias palavras de Leena Marjola, proprietária da Bookshop Bívar. Uma livraria de livros em inglês e em segunda mão, com enorme oferta de diferentes géneros, abriu em Lisboa há 2 anos. Fruto de um amor pela leitura, este sonho viajou desde a Finlândia até Portugal e aqui deu frutos (para grande alegria nossa!). Quando começámos o “Especulatório” imediatamente pensei que seria fantástico poder dar a conhecer um dos meus espaços favoritos em Lisboa e onde encontro sempre algo que me chama a atenção em fantasia ou ficção científica. E assim, não perdi a oportunidade de me sentar com a Leena, que já nos conhece e sabe sempre ao que vamos, para falar um pouco desta história e, claro, descobrir o que pensa sobre os géneros literários da ficção especulativa. Deixo-vos com um resumo (nas minhas palavras, porque não é possível passar tudo o que foi dito na nossa conversa de 1h30) daquela que foi uma conversa muito interessante: 1) Como surgiu esta ideia de abrir uma livraria em Lisboa? Sempre sonhei em ter um trabalho relacionado com livros quando crescesse, como bibliotecária, mas acabei por seguir um percurso diferente na universidade. Mas a paixão pelos livros ficou e continuou. Comecei a pensar se poderia abrir uma livraria na Finlândia mas quando viemos a Portugal imediatamente pensei: onde estão os livros em 2ª mão e em inglês? Notei que em Lisboa estavam em falta este tipo de livros. 2) E por isso decidiu por avançar com uma livraria de livros em 2ª mão? Senti que era algo que faltava em Lisboa. E por serem mais baratos em 2ª mão temos a oportunidade de coleccionar mais títulos. Claro, também adoro o cheiro de livros antigos e a ideia de outra pessoa já os ter lido. Mas existe uma grande diferença em relação a espaços de venda de novos livros, uma vez que em 2ª mão é um processo menos selectivo, não encomendamos de um catálogo nem temos conhecimento de todos os títulos que estão disponíveis. A verdade é que descobri que para conseguir descontrair verdadeiramente, desligar e parar de prensar no negócio e outras coisas, é através de um livro, e o facto de ler em inglês, não sendo a minha primeira língua, ainda me faz concentrar mais e deixar as preocupações de lado. Mas ainda não leio em português. 3) Existe procura de livros de ficção especulativa (fantasia, ficção cientifica, horror) na Bívar? Que géneros são mais procurados? A pergunta mais comum é: tem algum dos livros e autores clássicos? Na área da ficção especulativa, é mais difícil de dizer. Depende do número de vezes que as pessoas vêm à loja, se se tornam mais habituais. Mas sim, há procura. A verdade é que são mais difíceis de obter, porque outros géneros consigo encontrar mais localmente, mas de ficção especulativa tenho sempre de encomendar. Há alguma procura mas acredito que seria difícil garantir um negócio, pela dificuldade de encontrar opções e porque não teria clientes. Dizem-me que, porque há tantos novos livros a sair neste género, acabam por apenas comprar aqueles que gostam mesmo depois de lerem online, são mais “picky” (também por questões monetárias). 4)Na sua opinião, o que faz com que a literatura especulativa tenha seguidores? Somos contadores de histórias por natureza. Estes livros permitem-nos ter histórias mais interessantes e acrescentar camadas a uma história. No entanto, não é nada fácil para mim separar livros por estes géneros. Livros que li sem pensar em que género se encaixam venho a descobrir que são identificados como fantasia ou ficção científica. Não gosto de colocar livros em “caixas”, depende muito de cada leitor. Por exemplo, The Handmaid’s Tale (de Margaret Atwood), que já li imensas vezes, nunca o vi como ficção científica. 5) Vê futuro para estes géneros de literatura? Talvez, mas não gosto de analisar os livros. Um livro ganha vida quando o lemos. O autor não pode saber qual vai ser a experiência de cada pessoa que o ler. 6) Se pudesse conhece conhecer uma personagem de qualquer livro do mundo especulativo, quem seria? Porquê?
O Gandalf, ele tem de vir ao meu 50º aniversário! Tem aquele carácter de personagem mitológica e é o mais poderoso. 7) Se vivesse no mundo do último livro de ficção especulativa que leu, onde estaria neste momento? Na Finlândia, em Tampere, no mundo de Troll: a Love Story, também traduzido como Not Before Sundown. Uma história, da autoria de Johanna Sinisalo, que, embora passada na Finlândia contemporânea, nos faz descobrir que os trolls existem mesmo. Bem, conversámos sobre mil e um outros livros mas por agora recomendo-vos a fazerem uma visita à Leena na Bookshop Bívar, não vão ficar desiludidos! M.I.S. Fotografias: Leena Marjola Todos nós amantes de livros de histórias fantásticas já sentimos aquele fervilhar na ponta dos dedos quando vemos uma edição de capa rija, com aquele design perfeito, daquela trilogia que adoramos, que só nos faz querer dizer “meu!”. Mas por outro lado, quantos de vocês, como eu, adoram as vossas edições de capa mole, completamente perfeitas para levarmos sem preocupações por onde andarmos e viajarmos por novos Mundos sem o correspondente peso na carteira? Pois, é um pequeno dilema com que nos deparamos na altura de adicionar mais um título à nossa (sempre crescente) colecção. Reconheço, sou uma grande aficionada dos chamados paperbacks, dos livros “user-friendly”, que nos imploram para andar sempre connosco, fáceis de segurar apenas com uma mão enquanto andamos nos solavancos que são os transportes públicos na hora de ponta. Admito, não troco a minha colecção do “Hitch Hicker’s Guide to the Galaxy” (e tantos outros) por nada! No entanto, não sou indiferente ao carácter apelativo dos hardbacks, com os quais sentimos quase estar a homenagear os nossos favoritos autores e autoras com uma obra de arte na nossa estante (já viram algumas das edições de Tolkien? Ou aquelas colecções do Harry Potter simplesmente fantásticas?). Pedem mesmo para serem lidas com uma lareira como pano de fundo, quem sabe imaginando que estamos em Bag End. Mas e vocês? Têm uma clara preferência? Esta semana lançamos a questão: será pela capa que se honra o conteúdo? Queremos mesmo saber o que pensam! Partilhem connosco as vossas inquietações literárias, estamos aqui para as receber e partilhá-las entre boook-lovers. M.I.S. Novembro marca a nossa chegada aos livros de fantasia. E que fantástica forma de começar!
As Crónicas de Nárnia, uma coleção de 7 livros, foram escritas por Clive Staples Lewis, mais conhecido por C.S. Lewis, entre 1949 and 1954. Não seguindo sempre o mesmo conjunto de personagens, os livros desta coleção relacionam-se entre si pela ligação a um Mundo fantástico – Narnia – onde tudo pode acontecer e onde todas as personagens vivem as suas aventuras. Incluí os títulos: • “The Magician’s Nephew”; • “The Lion, the Witch and the Wardrobe” • “The Horse and His Boy” • “Prince Caspian” • “The Voyage of the Dawn Treader” • “The Silver Chair” • “The Last Battle” Com viagens até ao fim do Mundo, animais falantes, personagens que estão longe de ser perfeitas mas com quem nos conseguimos relacionar, batalhas inesquecíveis entre o bem e o mal. Tudo isto caracteriza estas Crónicas de Nárnia, uma das colecções centrais da literatura de fantasia infantil, tendo sempre personagens mais novas no centro de cada história. E embora a linguagem seja obviamente direcionada para crianças, enquanto adulta não me impediu de viajar ao lado destas personagens e de partilhar as mil e uma emoções e aventuras. Admito: não adorei o final da série. Mas voltarei a ler no futuro sem quaisquer dúvidas. Com claras inspirações de contos tradicionais e temas religiosos, mostra-nos temáticas que não costumamos ver em livros infantis e que, por isso mesmo, continuam a despertar o interesse também nos adultos. Falando por mim, só descobri esta coleção já nos meus 20 e poucos anos mas continuo a sonhar com um armário antigo por onde atravessar, pelo meio de casacos pesados de Inverno, para Narnia. Who wouldn’t?! Por isso, recomendo-vos: comecem já e partam à descoberta de mais uma terra cheia de oportunidades! No nosso clube de leitura, vamos começar a ler os 2 primeiros livros desta saga (na minha opinião dos mais interessantes!) já na próxima semana. Partem connosco à descoberta? Contamos convosco. M.I.S. Olá a tod@s!
Em primeiro lugar quero informar que nos próximos 2 meses a nossa critica literária mensal, ao invés de ser lançada na primeira segunda-feira de cada mês, sairá a meio do mês, antes do início do nosso espectacular clube de leitura (uma pequena experiência que vamos conduzir). Pronto, e agora sim, vamos ao que interessa. Desde o início deste projecto que ando a anunciar que vão poder encontrar as melhores promoções e passatempos nesta rubrica das Oportunidades Imperdíveis. É verdade que isso ainda não tinha acontecido (embora por óptimas razões, como podem descobrir nas Oportunidades anteriores). Pois bem, é desta, chegou o momento. Apresento-vos o passatempo promovido pelo blogue As Histórias de Elphaba. Para quem não conhece, é o espaço de “uma amante de literatura, fantástica em particular”, cujo nome surge em homenagem à mítica Elphaba, a Bruxa de Oz (livro de Gregory Maguire). Até dia 14 de Novembro, vai estar a premiar um exemplar do livro “A Chave do Céu – Endgame 2”, dos autores James Frey e Nils Johnson-Sheldon. O segundo volume de uma aventura que nos vai levar de Nova Iorque à Etiópia e a Londres, numa disputa de vida ou morte. Para saberem mais e participarem, basta responderem a algumas perguntas e seguirem as regras à letra. Saibam mais aqui. Eu vou com certeza agarrar esta chance de conhecer um novo Mundo. E vocês, vão mesmo perder esta Oportunidade Imperdível? M.I.S. Temos estado imersos na temática da ficção especulativa já faz 2 meses, nos livros que a representam, nos jogos que a animam, nos eventos que nos puxam cada vez mais para estes novos mundos.
Mas dei por mim a pensar: O que distingue cada uma das áreas existentes dentro do chapéu da ficção especulativa? Mais especificamente, quais são os livros que as marcam? E assim nasce esta rubrica de descobertas. E, em (clara) honra do Halloween, porque não começar com o género Horror?! Sou honesta, as minhas viagens pela literatura de horror têm sido escassas até ao momento, sou por vezes (e com isto quero dizer bastantes vezes) um pouco medricas para me aventurar, mas decidi que não há melhor forma de criar (mais) uma lista de leituras e de me auto-motivar do que me sentar a pesquisar. A palavra Horror é usualmente descrita como agitação, estremecimento, terror. A repulsão, o espectáculo que faz arrepiar (Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013). Como o termo indica, a literatura de horror procura assustar os leitores, criando ambientes sinistros e, desta forma, é capaz de apelar a um dos nossos impulsos e sentimentos mais básicos: o medo. Pode ser vista como algo transversal dentro da temática da ficção especulativa, uma vez que pode conter elementos do sobrenatural ou representar diferentes universos. Aquilo que a define é, na sua essência, a capacidade de despertar em nós, enquanto leitores, imaginários e sensações de terror (para mim, uma manifestação clara destes sentimentos passa pela necessidade de dormir agarrada ao interruptor da luz do candeeiro da mesa de cabeceira). A história deste género da literatura é longa, baseada muitas vezes em tradições ancestrais. Por isso, a melhor forma de o ficar a conhecer melhor é passar da teoria à prática. Assim, vamos procurar 5 leituras imperdíveis (que obviamente não procuram representar não representam o todo…isso seria impossível): 1) Começando com um clássico – Frankestein, de Mary Shelley. Admito, não foi um livro que tenha conseguido ler na primeira tentativa, mas quando ganhei coragem e voltei a pegar-lhe foi uma experiência fantástica, a oportunidade de seguir os passos do famoso Dr. Frankestein e da sua mais famosa criação. 2) Um pouco mais recente (embora longe de ser uma novidade), está um livro que me arrepiou bastante – O Perfume, de Patrick Süskind. Um conto que liga algo tão elementar como o fabrico de um perfume a uma busca macabra pelo cheiro da pureza e perfeição, centrado numa personagem ela própria sem qualquer odor. 3) Mas, para muitos, o âmago do género de Horror está, não num livro em especifico, mas num nome – H.P. Lovecraft. Com um enorme leque de contos, talvez a sua mais conhecida criação centra-se em Cthulhu, uma colecção que explora tradições e seres sinistros num imaginário arrepiante. 4) E claro, não o podia deixar de fora – Edgar Allan Poe. Com escritos de enorme diversidade, é muito reconhecido pela sua poesia lírica, onde relata contos fantasmagóricos de terror e homicídio. 5) Para terminar, um exemplo muito português – A Sombra sobre Lisboa. Reunindo contributos de diversos autores nacionais (editado pela Saída de Emergência), e numa clara homenagem a H.P.Lovecraft, convida-nos a ir mais fundo no conhecimento sobre a história da nossa capital, através dos seus segredos mais sinistros e de criaturas assustadoras. Estes são apenas alguns nomes, que certamente me levarão a descobrir muitos outros. E espero que tenham ficado com mais vontade de usufruir esta noite de Halloween. E porque não aproveitar para trocar leituras aterrorizantes? M.I.S Hoje dei por mim a pensar: o que considero uma oportunidade imperdível?
Será que é apenas aquela novidade fresquíssima? Será que é algo que apenas acontece uma vez? A verdade é que não tem de ser uma mega promoção, um passatempo espectacular (embora esses também contem, claro!). Pode ser algo que seja único no nosso país, que represente o que de bom se faz em Portugal. E por essa razão, a oportunidade imperdível que vos trago é, nem mais nem menos, a selecção de livros da Editorial Divergência, uma editora Portuguesa inteiramente dedicada à ficção especulativa. O catálogo pode ainda estar no início mas dá a voz a novos autores portugueses, permite-lhes explorar mundos fantásticos, desde a ficção científica ao thriller. E a nós, ávidos leitores, dá-nos a oportunidade de viajar por novos imaginários a preços imperdíveis! Vais deixar passar? M.I.S. |