Boas pessoal! Hoje vou falar um pouco sobre uma maneira muito particular de jogar RPG da qual faço parte há 6 anos. Vamos falar de play-by-post! O que é isso de play-by-post afinal? Ora, o play-by-post - abreviado para pbp - encontra as suas origens nos anos 80, nos bulletin boards das principais universidades dos EUA. Este sistema permitia, já desde essa altura, jogar RPGs assincronamente. Com o aparecimento do IRC e outros serviços de chat, este sistema caiu um pouco em desuso, pois os seus utilizadores preferiam, apesar de continuar a utilizar a então primitiva internet, jogar em tempo real em vez de assincronamente. Quando começaram a aparecer os forums, a popularidade do pbp começou novamente a aumentar, tendo atingido o seu pico no inicio dos anos 2000, voltando a perder alguns seguidores para os MMORPGs. Eu também sei ir à wikipedia à procura de informações. E isto não me explica o que é de facto o pbp! Calma. Estava a chegar lá. Hoje em dia, pbp é jogado principalmente em fóruns, como já falei acima. Há uma maneira de podermos jogar com os nossos amigos sem termos de nos juntar todos ou de jogar com pessoas de todo o mundo sem sair do teclado. Alguns fóruns já estabelecidos têm algumas ferramentas para ajudar a isto e, o que eu conheço melhor, o myth-weavers, é um dos mais completos que aí anda. Para além de suportar múltiplos sistemas de RPG, tem um hosting de character sheets próprio, e ainda possui maneira de adicionarmos os rolls aos nossos posts para o GM ver de facto que valor rolámos e que não o estamos a tentar enganar. O myth-weavers tem uma base de mais de 11000 jogadores activos, mais de 1000 jogos a decorrer e com anúncios de GMs à procura de jogadores para novos jogos todos os dias. Ok, isso é de facto interessante. Mas o que é que eu ganho em jogar pbp versus jogar em tempo real? Umas das minhas coisas preferidas no pbp é a facilidade de fazer roleplay, de de facto entrar na nossa personagem e pensar, agir e falar como ela. A maior parte dos jogadores fica constrangido de fazer roleplay com pessoas que não conhece, até mesmo com os amigos. Mas em pbp, com o tempo de espera entre posts de jogadores (há jogos em que as pessoas apenas criam um post por dia), temos tempo de pensar o que queremos dizer, como o queremos dizer. Somos encorajados a escrever e descrever o que a nossa personagem diz e faz, muito mais do que numa mesa. Por exemplo, numa mesa eu digo simplesmente que vou atacar a criatura X com a minha espada, rolo os dados e o GM diz-me se acertei ou não. Em pbp, posso dizer que o meu guerreiro desembainha a espada e carrega sobre o orc, um grito de guerra ancestral a sair dos seus pulmões. Ao chegar ao pé do orc, ele ataca-o com um golpe de cima a baixo com toda a força que tem. Rolo os dados, se calhar até faço um critical hit, e o DM responde que o meu ataque certeiro e poderoso faz um enorme corte no orc, do seu ombro esquerdo até à sua coxa direita. Cambaleando, o orc cai por terra, esvaindo-se em sangue, enquanto os seus companheiros rugem desafiadoramente, prometendo vingança pelo seu companheiro caído. Fantástico, não é? Se quiserem saber mais sobre esta maneira de jogar, comentem neste post, vão até aos nossos fóruns ou juntem-se a mim no myth-weavers. Se lá forem, mandem uma mensagem ao SharkAttack, que sou eu! Até para a semana pessoal! C.A. Image by Carsten Tolkmit on Flickr
1 Comentário
Manuel
4/10/2015 12:14:19 am
É de facto interessante ver a maneira como a ficção especulativa está ser replicada no meio digital em quase todas as suas frentes. Já foi referido aqui no blog a passagem de Jogos de Tabuleiro, de livros e de RPG para o meio virtual.
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