Hoje quero falar-vos de um Senhor que revolucionou o mundo dos jogos de tabuleiro ao criar um dos jogos que mais cópias vendeu no mundo: Klaus Teuber, o criador do Settlers of Catan.
Para maior parte das pessoas o Settlers of Catan é um jogo de referência (no meu caso específico foi o jogo que me abriu as portas para os jogos de tabuleiro)... Em termos pessoais, Klaus Teuber teve, para mim, talvez um dos começos mais inesperados como criador de jogos. Durante o dia era dentista e nos tempos livres era marido, pai e criador de jogos. Foi na sua cave que criou os seus primeiros jogos. Curiosamente, Catan não foi o primeiro jogo que ele fez, aliás nem sequer foi o primeiro, ou único, dos seus jogos a receber o Spiel des Jahres. O primeiro jogo que fez e que recebeu o Spiel des Jahres foi o Barbarossa. Depois disso fez ainda vários jogos sendo que dois deles ganharam também o Spiel des Jahres: o Drunter und Drüber e o Adel Verpflichtet. Em 1995 foi publicado o Settlers of Catan que não só lhe ganhou o Spiel des Jahres (outra vez!), como permitiu que os seus jogos tivessem representação no mercado Americano. Em conjunto com a Mayfair Games lançaram no total cerca de 80 produtos relacionados com o Catan (incluindo expansões, versões de jogos com temáticas diferentes, etc) com representação em todos os mercados mundiais! O Catan foi o primeiro Eurogame (ou também chamado German-game) a ter representação em mercados em todo o mundo e é espantoso a quantidade de dinheiro que este jogo ou as suas expansões ainda movimenta. Um dos grandes objectivos dos fãs deste jogo é ultrapassar o Monopólio como jogo familiar e tornar-se o novo “conceito de jogo familiar” que Uma coisa bastante interessante é que maior parte dos playtests que Klaus Teuber fez foi com a sua família e ainda continua a ser! Com o sucesso do Catan, o designer criou uma empresa familiar onde os dois filhos e a mulher têm uma participação muito forte. Se quiserem saber mais sobre a companhia e até ler alguns posts sobre o Catan e outros jogos deste autor podem sempre ler aqui E pronto é tudo por hoje! Até para a semana IF Imagem por Matěj Baťha
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Esta semana venho-vos dar uma ideia geral do que acho que pode ser um bom processo de criação de um jogo de tabuleiro.
Passo 1: Inspiração – Acho que este é o passo inicial para a construção do nosso jogo. A inspiração pode vir de qualquer lado e sobre qualquer parte do jogo, o tema ou a mecânica por exemplo. Não interessa bem de onde e sobre o quê é que vem, a inspiração é crucial para começar! Passo 2: Elaboração – Ok temos uma ideia, agora vamos dar-lhe forma e conteúdo. A ideia é sobre a mecânica? Então e qual é o sumo por detrás? Que estória queremos contar? Tens um tema muito giro? Como é que o vais fazer brilhar? Como é que os jogadores vão jogar o jogo? Neste passo temos de tentar criar uma ideia coerente e digamos que um protótipo muito muito inicial. Passo 3: Transpiração/Iteração – Agora é que a porca torce o rabo... a maior parte dos jogos caem aqui, porque envolve mais trabalho do que qualquer outro passo. Os “sub-passos” desta fase são repetidos n vezes até conseguirmos aquilo que queremos. 3.1: Jogar a solo ou com família/amigos – a primeira coisa a fazer com o nosso protótipo é jogá-lo sozinho ou com a família e amigos, de modo a perceber o que é que está mal e bem no nosso protótipo. 3.2: Receber Criticas e saber criticar – nunca é bom ouvir que aquilo que criamos não funciona, nem é fácil admitir a nós próprios que não está a correr bem. Mas este é um passo fundamental do processo, só através de sabermos o que está mal é que podemos melhorar e ficar com o nosso jogo espectacular! 3.3: Melhorar – depois das críticas (esperemos construtivas) está na altura de melhorar o nosso jogo e pôr em prática os conselhos ou as nossas novas ideias. Passo 4: Por o jogo nas mãos de pessoas que não nos conhecem – Tudo bem que já demos aos nossos amigos e família, mas claramente essas pessoas podem ficar “biased” por ser o nosso jogo. Está na altura de levarmos o nosso jogo para um encontro de jogos de tabuleiro ou uma ludoteca e pô-lo sobre o escrutínio de outros jogadores com experiências e gostos diferentes. O feedback destes jogadores vai ser essencial para o vosso jogo e implica normalmente voltar um passo atrás para melhorarmos o jogo outra vez. Passo 5: Está na altura de tentar publicar – O jogo está pronto, as pessoas gostam, vocês gostam, é o vosso orgulho e alegria. Está na altura de mandarem as cartas às editoras, criar um “fund-raiser”. Preparem-se para negas e reviravoltas inesperadas, mas se acreditam no jogo, então... para a frente é que é caminho! E pronto, acho que assim em geral este é um bom processo para criarmos o nosso jogo! Atenção que este processo não é linear, nem estanque, mas assim em geral são os passos que vamos tentar seguir nesta rúbrica de Criar o Jogo! Já sabem que comentários, ideias e críticas (construtivas) são sempre bem vindos! Falem connosco no facebook ou deixem comentários na nossa página! Até para a semana! IF Image by Nathanaël Carré Como a semana passada vos falei dos prémios, esta semana resolvi falar de quem faz os jogos que recebem os prémios: os designers!
O primeiro designer de que vos quero falar é Uwe Rosenberg. Nascido a 27 Março de 1970 na Alemanha, Uwe Rosenberg começou a criar jogos desde muito novo. O seu primeiro jogo foi o Bohnanza, mais conhecido como Feijões em 1997. Dez anos depois publicou o Agricola, um dos jogos mais jogados e conhecidos de sempre. Uma das coisas que mais gosto do Rosenberg é o sentimento caseiro que os jogos dele transmitem. Muitos dos jogos falam sempre de histórias que poderiam ser passadas numa aldeia ou vila pesqueira. Apesar da temática ser tão simples como tratar de uma quinta, as mecânicas por detrás do jogo não são assim tão simples. Aliás uma das coisas que é mais atraente nos jogos deste designer é que as mecânicas começam simples, mas vão ficando mais complexas à medida que os jogos vão continuando. Outra das coisas que é muito interessante nestes jogos é que tu não consegues fazer tudo aquilo que queres com os recursos que tens. É preciso optimizar e gerir os recursos que existem. Mas existe mais do que uma maneira de conseguir obter o que precisas, por isso apesar do número finito de recursos, as estratégias são muitas. Por fim existe o facto de apenas se ter acesso a recursos básicos e que a partir desses é que se pode usar actividades ou criar recursos mais complexos. Outra coisa interessante é que vários dos seus jogos podem normalmente ser jogados por apenas um jogador, o que é sempre bom se estivermos longe de pessoas com quem jogar! E pronto aconselho-vos a experimentar os jogos dele! E fiquem atentos porque para em breve vamos falar em mais pormenor do Agricola! IF Image by cliquenabend.de |
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Maio 2016
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