"Anyway, my ribs hurt like hell, my vision is still blurry from acceleration sickness, I'm really hungry, it'll be another 211 days before I'm back on Earth and, apparently I smell like a skunk took a shit on some sweat socks. This is the happiest day of my life."
E assim acabam as aventuras de Mark Watney em Marte. Este é, na minha modesta opinião, um parágrafo final que consegue fazer jus ao espectacular início deste livro. Para quem já não se lembra, visto que já passou teoricamente um mês desde que começámos este clube do livro, Andy Weir abre as hostilidades em Marte com as seguintes linhas: "I’m pretty much fucked. That’s my considered opinion. Fucked." Nem vou pedir desculpas pelos palavrões porque vamos ser sinceros: se vocês estivessem na pele de Mark Watney diriam estas, e outras, asneiras bem piores! Mas deixando as excelentes citações que se extraem desta obra para mais à frente, vamos falar da história em si, e da sua criação. Para quem não ouviu ainda entrevistas com o autor, Andy Weird, aconselho vivamente. Não podíamos pedir um maior "nerd" ou maior entusiasta por ciência! "The Martian" começou por ser publicado em capítulos, online e à borla, no website do autor. Só quando, a pedido dos fãs, Weir o converteu para formato Kindle e o pôs à venda na Amazon por $0.99 (o valor mais baixo aceite pela Amazon) é que o livro chegou aos tops das listas de downloads, e as pessoas certas começaram a prestar atenção. A nossa personagem principal, o astronauta da Missão Ares 3, Mark Watney, já foi chamado de muita coisa, incluindo o MacGyver Marciano ou o filho ilegítimo (e impossível) de MacGyver e Bill Nye (The Science Guy). As comparações alastram-se ao livro em geral, que muitos consideram uma junção de "Apollo 13" com o "O Náufrago". Pessoalmente faz-me lembrar "A Ilha Misteriosa", de Jules Verne, um dos meus livros favoritos quando era criança (o que talvez explique o facto de já o ter lido, e relido, 4 vezes). Este livro é, primeiro que tudo, uma ode à ciência. E muito se tem escrito sobre a sua importância na renovação de interesse público por tudo o que tenha a ver com o espaço. Quer tenham percebido todos os detalhes científicos que o autor incluiu, ou não, se este livro não vos deixar com o bichinho de irem brincar com aqueles kits científicos para miúdos, ou simplesmente explorar o Instructables, e outros websites afins, algo se passa! Claro que toda a história já foi esmiuçada por vários cientistas e astronautas e muito já discutiu sobre os erros científicos que o autor cometeu. Mas considerando que ele não teve uma equipa da NASA a acompanhá-lo durante todo o processo (apenas a ajuda do Google), acho que muitos desses erros são perdoáveis. Se quiserem explorar mais este tema aconselho-vos a espreitarem os vídeos e tweets do astrofísico Neil deGrasse Tyson e a excelente conversa entre Andy Weir, Adam Savage e o ex-comandante da Estação Espacial Internacional, Chris Hadfield no canal do youtube, Tested. Uma outra falha apontada é o facto de este livro não lidar com o impacto mental que a solidão prolongada iria ter em Watney. Já para não falar de estar constantemente em perigo de morte e à beira de uma nova avaria ou falha mortal. ealisticamente a nossa personagem principal iria desenvolver sinais de depressão e outras doenças mentais. Mas, segundo o autor, não queremos cá um livro deprimente, nem uma tese sobre a espiral de desespero que estes eventos iriam causar no mais comum dos mortais. E eu concordo! Para eventos deprimentes e causadores de ataques de ansiedade temos a vida real! Este livro é especial, a meu ver, também por conjugar diferentes pontos de vista narrativos. Começamos por ter Watney, na primeira pessoa, a escrever-nos o diário das suas (des)aventuras. Mais tarde passamos a acompanhar os dilemas da NASA e dos restantes membros da equipa de Watney, na terceira pessoa. E em ocasiões pontuais temos uma visão omnipresente, regra geral para mostrar todos os passos que levaram a uma falha catastrófica de um dos muitos equipamentos que falham do decorrer desta história. Apesar de ser uma "mixórdia" de pontos de vista, Andy Weir consegue conjugá-los com sucesso. Não posso deixar aqui de mencionar a versão audiobook deste livro, narrada por R. C. Bray, que faz um excelente trabalho! E por falar em audio, este mês estreamos uma nova secção do nosso Clube do Livro - a banda sonora para o livro em questão. Para descobrirem quais os temas que seleccionámos para relembrar, ou acompanhar, o "The Martian" sigam o nosso perfil no Spotify! Aguardamos o vosso feedback, e sugestões de mais músicas para esta viagem marciana.
E agora, para finalizar, as nossas citações favoritas:
"Yes, of course duct tape works in a near-vacuum. Duct tape works anywhere. Duct tape is magic and should be worshiped." "I started the day with some nothin’ tea. Nothin’ tea is easy to make. First, get some hot water, then add nothin’." "As with most of life's problems, this one can be solved by a box of pure radiation." "[12:04] JPL: Also, please watch your language. Everything you type is being broadcast live all over the world. [12:15] WATNEY: Look! A pair of boobs! -> (.Y.)." "They say once you grow crops somewhere, you have officially ‘colonised’ it. So technically, I colonised Mars. In your face, Neil Armstrong!" "I’ll spend the rest of the evening enjoying a potato. And by “enjoying” I mean “hating so much I want to kill people"."
Vamos agora apresentar o nosso livro do próximo mês. E desta vez não é só um!
Este mês vamos ler dois livros da colectânea "The Chronicles of Narnia" de C. S. Lewis, mais concretamente o primeiro e o segundo livro, "The Magician's Nephew" e "The Lion, the Witch and the Wardrobe". Alguns volumes desta série, incluindo o segundo, já tiveram direito a filme e tudo, mas confesso que nada ultrapassa a maravilhosa escrita de C. S. Lewis. Se por algum motivo não fazem ideia de que livros estamos a falar, espreitem a review na nossa secção Ler. Para simplificar este mês vamos apenas apontar o dia 8 como o objectivo para concluir o primeiro volume da série "The Magician's Nephew", e de dia 9 até 24, véspera de Natal, para lermos o segundo volume, "The Lion, the Witch and the Wardrobe". Como sempre a nossa página e grupo do facebook estão abertos a comentários e discussões. Agasalhem-se bem e atravessem o guarda-roupa connosco! Até para a semana e boas leituras! C.S.
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Agora que agarraram nas vossas boas ideias e as transformaram numa história podem estar a perguntar-se: “Será a minha história original o suficiente?“
Normalmente a originalidade vem da combinação de duas ideias pré-existentes, de uma maneira que nunca ninguém se lembrou de juntar. E uma boa maneira de o fazer é combinar uma ideia banal com uma ideia extraordinária – o familiar e o estranho – algo normal que vos atraia, que já conhecem, mas que tenha algo estranho. Por exemplo, o normal pode ser uma história passada numa escola (algo que todos conhecemos) e o extraordinário pode ser os Professores serem extraterrestres/vampiros/*inserir ser paranormal da vossa escolha*. O extraordinário pode também ser algo que seja familiar, mas que quando inserido na vossa história, se torne estranho. Têm que se lembrar que algumas pessoas definem "génio" como alguém que agarra em duas áreas de estudo, bastante normais, e os junta para criar um novo campo de uma forma que ninguém se lembrou antes. Por isso, também vocês podem agarrar em duas ideias bastante normais e as juntar numa maneira bastante original! Há que ter a noção que algumas ideias que em tempos foram extraordinárias podem agora já ser consideradas banais. Por exemplo, depois da série da Buffy, os livros do Twilight e uma série de mangas, hoje em dia numa história passada num liceu é quase expectável que existirão seres sobrenaturais. Por isso há que ter cuidado para não utilizarem a mesma justaposição de ideias normais-sobrenaturais que já foram usadas - ou usá-las conhecendo o risco de poderem já ser muito batidas! E para saber se o vosso bizarro se está a tornar o normal no mundo literário têm que saber o que por aí anda, o que está a ser publicado e o que o público anda a ler, ou a ver. Às vezes o que vos parece original pode não ser original o suficiente! Podem ter que levar a vossa ideia um pouco mais longe! Mas não desesperem! É sempre possível criar uma nova história interessante com ideias que já foram usadas, se quiserem, se gostarem muito da ideia e se a souberem contar de uma forma interessante! É sempre melhor escreverem algo pelo qual estão apaixonados! Também podem usar essa ideia que já foi bizarra – por exemplo, o liceu com seres sobrenaturais - para ser a vossa ideia normal, e juntarem-lhe outra ideia ainda mais estranha. E há que lembrar que se algumas pessoas preferem 99% familiar e 1% estranho – é possivelmente por isso que a literatura romântica parece tão uniforme, porque os leitores assim gostam! – outras pessoas podem querer 70% original e 30% familiar – como é normalmente o caso dos fãs de ficção científica. Depende muito dos leitores. Há normalmente um maior número de pessoas a quererem uma proporção mais equitativa de original e familiar, mas só vocês podem decidir para quem querem escrever! Atenção que no mundo da ficção especulativa pode existir o problema de originalidade a mais - se a história for passada numa sociedade de tal forma futurista em que as personagens já não são de alguma forma identificáveis para os leitores, em que não conseguem estabelecer uma relação com as mesmas. No entanto pode ser uma história muito interessante do ponto de vista da criação do mundo e como ensaio sobre o futuro. Só vocês sabem que história querem escrever! Desde que conheçam os problemas em serem demasiado familiares ou demasiado originais, decidam que história gostariam de contar e escrevam-na! É sempre possível darem demasiada importância à originalidade da vossa história. Existem livros que foram considerados muito originais pelos seus leitores porque nunca antes tinham lido nada assim, mas que para outras gerações de leitores foram trabalhos derivativos dos clássicos - por exemplo Eragon para uma geração de leitores foi um livro espectacularmente original e para outraa geração foi a mesma história que já haviam lido noutras obras. Às vezes aquilo que consideramos original pode ser apenas o primeiro exemplo daquele tipo de conto que lemos. E o facto de a vossa história não ser 100% original pode ser bom! Se existe uma audiência para livros como o vosso, será certamente mais fácil chamar leitores para a vossa história! Eles já sabem que gostam dessa ideia, por isso vão querer ler mais histórias passadas nesse tipo de mundo! Depois de tantos prós e contras, não se esqueçam: Escrevam a história que querem ler! Haverá sempre alguém que a quererá ler! Agora sentem-se e escrevam! C.S. (Faltam 14 dias para o fim do NaNoWriMo - não interessa quantas palavras vos faltam! Continuem a escrever!) Para escrever uma história são precisas mais do que algumas ideias soltas.
Por muito boas que sejam, só por si não fazem um conto com principio, meio e fim. Hoje vamos falar do passo seguinte nesta jornada criativa. O que fazer quando têm uma ideia? Como tornar essa ideia numa boa história? O primeiro passo será procurar o conflito gerado pela vossa ideia. Pode ser um conflito entre diferentes personagens, ou talvez um choque entre a vossa personagem principal e o mundo onde ela se insere. O que interessa é que alguém tem que estar em sofrimento (literal ou figurativo), alguém terá o dia arruinado por essa excelente ideia. Têm que perceber como a vossa ideia vai afectar as diferentes classes de pessoas no mundo, quem é que tem mais a perder ou a ganhar com este problema? De que forma é que a vossa ideia impacta o mundo ou o enredo? Todos estes pontos são boas formas de criar conflitos nas vossas histórias. Agora que criaram vários pontos de tensão têm que decidir como eles se vão resolver. Encontrem várias soluções possíveis para os problemas que criaram às vossas personagens, e decidam qual faz mais sentido para a vossa história, qual é a mais original e, particularmente, qual é o caminho que gera ainda mais conflitos, de modo a acabarem com uma boa história para contar. Muitas vezes encontrar o problema que ainda não conseguem resolver pode ser a melhor história, aquela que vai ser mais interessante de contar. Porque se vocês não conseguem solucionar o problema à primeira, de certeza que os vossos leitores também não vão conseguir. E se essa história é interessante para vocês, também o será para outros. Possivelmente por esta altura vão ter que decidir que tipo de história querem contar, e como querem que ela acabe, de modo a melhor "planearem" o caminho das vossas personagens. Claro que não precisam de saber todos os passos nessa viagem! Se tiverem boas ideias de personagens e souberem onde eles começam a jornada, comecem a escrever diálogo e deixem as vossas personagens indicarem-vos o caminho. Muitas vezes ajuda anotarem todas as ideias que geraram até agora. Há quem organize as várias ideias por tópicos - personagens, mundo, enredo - para melhor descortinar as ligações entre entre elas. Podem simplesmente escrever um resumo da vossa história para tentarem perceber como as várias ideias se interligam. Para algumas pessoas ajuda tentar contar a história a alguém, para solidificar a história na vossa cabeça ou talvez até descobrir para onde ela vai. Até podem chegar à conclusão que ainda não conseguem explicar a vossa ideia, que se calhar precisam de trabalhar nela um pouco mais. As reacções do outros, ou as perguntas que vos colocam podem ser bastante relevantes no desenvolvimento da vossa história. Uma sessão de brainstorming com outros escritores sonhadores pode ajudar a evoluir a ideia e descobrir quais são as questões mais interessantes a colocar. O que interessa é que no final do dia tenham criado uma história interessante para contar. Agora sentem o rabo na cadeira e escrevam! (Faltam 21 dias para o fim do NaNoWriMo - Não percam a motivação!) C.S. Em honra ao NaNoWriMo, até ao final do mês esta secção será (quase) exclusivamente dedicada à escrita criativa.
E um dos grandes problemas em começar uma história é muitas vezes a falta de (boas) ideias. Sendo assim hoje vamos falar da geração de ideias para as nossas histórias. Alguns autores argumentam que as ideias são baratas, mas muitas vezes na rotina do dia-a-dia torna-se difícil ter espaço criativo mental para gerar novas ideias. A primeira coisa a fazer é encontrar um espaço e um tempo para darmos asas à imaginação. Pode ser tomar um banho de imersão, dar um passeio longo, ir ao ginásio, fazer viagens longas ou ouvir música. O que interessa é que dês oportunidade ao teu inconsciente de trazer para o consciente algumas das questões, eventos ou personalidades que já lá ficaram retidos. Onde quer que estejas olha à tua volta. Por vezes são os sítios por onde passamos todos os dias que serão os catalisadores da nossa história. Lê! Não só no género que queres escrever mas também noutros géneros literários. Nunca sabes de onde virá a inspiração. Da mesma maneira, usa os filmes que vês e a música que ouves como inspiração. Talvez porque encontraste uma ideia espectacular com que também queres brincar ou porque encontraste uma ideia excelente mas que achas que foi mal aproveitada e consegues fazer melhor. Não tenhas medo de "roubar" dos vários meios de entretenimento. Estamos rodeados deles todos os dias, por isso porque não aproveitá-los como inspiração? Utiliza as conversas que ouviste nos transportes, na fila de espera do supermercado ou enquanto bebias o teu café. Quem sabe não encontras a fala perfeita para despoletar a tua criatividade? Se ainda não tens um caderno de ideias (ou uma aplicação no smartphone onde apontar notas), arranja! Sempre que tenhas uma ideia, por muito parva que possa parecer, anota-a. E descobre onde tens mais ideias - quando estás a adormecer, a conduzir, no duche, enquanto fazes limpezas, na viagem diária para o trabalho - e depois certifica-te que tens sempre sítio para apontar todas as ideias que te vieram à cabeça. Muitas vezes quando passamos as nossas ideias para o papel tudo fica a fazer mais sentido. Geralmente para gerar ideias só é preciso teres um problema e tentar chegar às várias soluções. Isso é na sua base a criatividade. Se a tua primeira solução ou ideia não te motivar a escrever, tentar levá-la ao próximo nível até encontrares algo que te inspire a escrever. Da mesma maneira que podes usar o entretenimento actual para te inspirar, tenta pesquisar por inovações científicas ou tecnológicas e pergunta-te: o que poderia correr mal com esta nova tecnologia? As notícias são também uma boa forma de geração de ideias, pois por esse mundo fora há acontecimentos interessantes que podem ser uma boa base de partida para a tua narrativa. A História do nosso mundo pode também ser um bom ponto por onde começar. Pega num evento histórico que te desperte curiosidade e imagina o mundo se o desfecho tivesse sido diferente. O recontar de mitos ou contos de fadas pouco conhecidos pode também dar uma óptima história original. Uma boa técnica quando não sabes por onde começar é fazer uma lista de ideias que gostas, por exemplo dos livros ou filmes que adoras, escreve-as em pequenos pedaços de papel e depois tira à sorte uma mão cheia de ideias e parte à descoberta! Uma forma mais tecnológica de fazeres o mesmo é utilizares uma aplicação de smartphone ou um dos muitos websites que existem por aí, para gerar writing prompts ou inícios de ideias. O que tens que te lembrar é que quanto mais escreveres mais ideias terás. E quantas mais ideias tiveres, maior a probabilidade de algumas delas serem mesmo boas! Por isso, se ainda não sabes o que escrever, quer estejas a participar no NaNoWriMo ou não, espero que consigas tirar daqui algumas dicas para chegares àquela grande ideia! Para a semana estaremos de volta com mais ideias. Agora senta-te e escreve! (Faltam 28 dias para o fim do NaNoWriMo - Quantas palavras ainda te faltam?) C.S. Ora bem, meus companheiros escritores, Novembro aproxima-se como uma tempestade cafeínada de palavras, que promete muitas noites sem dormir, almoços comidos à pressa, e casas a precisar de limpezas urgentes.
Para todos os outros que não fazem ideia do que aí vem, deixem-me elucidar-vos sobre o National Novel Writing Month - NaNoWriMo. Criado em Julho de 1999 por um grupo de vinte e poucos amigos, com vinte e poucos anos, na cidade de São Francisco (EUA), rapidamente evoluiu para um evento nacional, e posteriormente mundial. O objectivo do NaNoWriMo é, em teoria, simples: escrever um livro num mês. Para efeitos deste evento um livro são 50.000 palavras, e o mês é Novembro, escolhido a partir da segunda edição para aproveitar o facto de o tempo lá fora estar miserável. Participar no NaNoWriMo é fácil. Inscrevam-se no website do evento, onde podem ir actualizando a vossa contagem de palavras, conhecer outros participantes e ter acesso a muitos recursos destinados a vos acompanhar durante todo o mês. Depois disso, basta escrever 50.000 palavras em 30 dias, ou aproximadamente 1667 palavras por dia. Simples, certo? Talvez não! Apesar de ser uma principiante (é apenas o meu segundo ano) devo dizer participar no NaNoWriMo é mais difícil do que à partida parece. Por muito boas intenções com que comecem o mês haverá sempre um altura em que só vos apetece desistir. Eu sei o que isso é, visto que ano passado também não cheguei ao fim. Mas não se preocupem, novatos ou veteranos nestas andanças, este artigo serve exactamente para vos deixar algumas dicas para vos ajudar nesta jornada. Sejam consistentes! Estabeleçam horários e metas pessoais antes de começarem e depois mantenham-nas. Quanto mais escreverem mais fácil será continuar a escrever, por isso nunca parem! Não interrompam as vossas rotinas de escrita por nada, porque será muito mais difícil voltarem a entrar no ritmo. O início é sempre o mais fácil e o meio é sempre o mais difícil. Não se preocupem que não são os únicos a chegar a meio do mês sem fazer ideia onde é que a vossa história está a ir, ou como é que vão chegar àquele final espectacular que já têm pensado. Se se virem confrontados com um obstáculo deste género a primeira coisa a fazer é tentar superá-lo. Tentem escrever primeiro o fim que já têm definido, ou algumas cenas mais à frente que não vos saem da cabeça. Dediquem algumas horas a retraçar o enredo da vossa história, usem uma das milhares writing prompts disponíveis por essa Internet fora para vos estimular ou peçam ajuda a um dos outros participantes do NaNoWriMo para um pouco de brainstorming. Se chegarem à conclusão que neste momento não conseguem ultrapassar esta lomba no caminho, virem o tempo a passar e o prazo final a aproximar-se, não entrem em pânico! Descrevam. Descrevam as vossas personagens, a sua percepção do mundo que as rodeia, os locais que elas ainda vão visitar no vosso conto. O que interessa é que estejam a escrever. Pode não ser bom, mas é escrever! Podem chegar a uma altura do mês em que acham que não têm tempo para isto, estão demasiado ocupados. Mas a verdade é que estar ocupado é bom! Quando há mil coisas para fazer, mil e uma não é assim tão mau! Se tivessem o mês de folga, sem nada para fazer sem ser escrever, iriam certamente arranjar desculpas para fazer tudo menos escrever. Ter prazos é bom. Sintam a pressão do dia 30 de Novembro a aproximar-se e escrevam! Podem começar sem saber para onde vão, não precisam de ter tudo planeado. Mesmo para o tipo de escritor que precisa de ter um enredo planeado, o NaNoWriMo é uma excelente altura para partirem à descoberta. Ninguém disse que no final do mês têm que ter um livro finalizado, nem sequer que tem que fazer muito sentido. Aproveitem a oportunidade para arriscarem, experimentarem e praticarem coisas que normalmente estariam fora da vossa zona de conforto como escritores. Nunca sintam que falharam! Podem não ter chegado às 50.000 palavras e o que escreveram pode não ser uma obra de arte, mas é prática! O melhor que podem fazer para serem melhores escritores é escrever. O NaNoWriMo pode vos ajudar a escrever mais e mais depressa, a manter os vossos horários e principalmente a desligar o vosso editor interno. Lembrem-se das palavras de Ray Bradbury: "Your intuition knows what it wants to write, so get out of the way." C.S. Clube de Leitura - O fim de "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy" e o início de "The Martian"23/10/2015 "Hey Earthman? You hungry kid?" said Zaphod's voice. "Er, well, yes, a little peckish I suppose," said Arthur. "Ok baby, hold tight," said Zaphod. "We'll take in a quick bite at the Restaurant at the End of the Universe." E assim chega ao fim a nossa viagem pela galáxia, e consequentemente por este livro. Sendo já uma obra bastante conhecida não vale a pena estar aqui a explicar todo o enredo e personagens. Vamos, por isso, falar antes um pouco das ideias e questões que este livro levanta, ou não fosse Douglas Adams conhecido pela sua crítica certeira à nossa sociedade. Começando pelo início. É muito clara a mensagem inicial do quão insignificantes somos em relação à escala do universo. Acho que é para nos por logo no nosso lugar. Do mesmo modo, é bastante óbvio o contraste entre a importância dos nossos problemas e os problemas do mundo em geral. A maneira como Douglas Adams contrapõe os dois eventos - a destruição da casa de Arthur e a destruição do planeta Terra - é o que torna toda a situação mórbidamente engraçada. Uma das perguntas que nos é colocada é se precisamos mesmo de um guia para a Galáxia, com todas as coisas. Claro que seria óptimo ter um único sítio onde pesquisar toda a informação (hmm... talvez como o Wikipedia?) mas a verdade é que mesmo este guia falha espectacularmente em alguns detalhes importantes (também como o Wikipedia?). Basta ver a entrada referente ao nosso planeta: "Earth: Mostly harmless". Talvez, talvez não! Mas uma ideia que esta história também passa é que é melhor não sabermos tudo! A diversão está no acto da descoberta! Como escreve Adams, se descobrirmos porque é que o universo existe, ele seria substituído por algo ainda mais bizarro e inexplicável. O que possivelmente até já aconteceu.Várias vezes... Olhando para a questão de um modo mais profundo esta obra expressa uma vontade de todos os humanos (e aparentemente de seres extraterrestres também) de ter um guia que nos ajudasse a navegar ao longo das nossas vidas. Claro que também nos mostra que, tal como na vida, não há guia que resolva todos os nossos problemas e desafios. Chama-se a isso viver e crescer! Como aliás vemos pela maneira fantástica como os personagens falham constantemente ao longo da história. Douglas Adams é aliás muito bom a mostrar-nos a comédia do falhanço, sempre levando a cabo um acto perfeito de malabarismo entre manter as personagens vivas enquanto fracassam das maneiras mais divertidas. No que toca à burocracia existente na nossa sociedade, Adams tem certamente muito a dizer. Podemos usar o exemplo dos Vogons que precisam de tudo assinado em triplicado e que, tal como o governo da Terra, assumem que os seus habitantes estão cientes de todas as questões legais envolvidas em construir auto-estradas e que, portanto, se não se dirigiram aos departamentos responsáveis, dentro dos prazos legais, já não podem reclamar. É a ideia que "ignorância da lei não é justificação para a não a cumprir" levada ao expoente máximo, com a consequente destruição do planeta Terra. Temos também o caso do Presidente da Galáxia, Zaphod Beeblebrox, o homem mais incompetente nesta história, que não manda grande coisa e é famoso apenas por ser famoso. Tal como muita gente neste nosso calhau à beira do Sol... Por último, não podíamos deixar de falar na toalha, o bem mais precioso para todos os que andam à boleia pelo espaço. Adams descreve a toalha como um objecto que, não só tem imensas funções práticas no espaço, como tem imenso valor psicológico, pois uma pessoa que saiba sempre onde está a sua toalha é vista como alguém que de valor, que claramente se sabe movimentar pela galáxia. Pode assim ser vista como um símbolo de status, uma forma de julgar os outros pelas suas possessões e aspecto, tal como todos nós fazemos às vezes. Deixo-vos agora com algumas das minhas citações favoritas:
Se tiverem outras citações que também adoraram, deixem nos comentários ou nas nossas redes sociais! Apresentando agora o próximo livro do nosso Clube de Leitura: "The Martian", de Andy Weir.
Depois de o filme baseado neste livro ter feito sucesso nas bilheteiras por todo o mundo, aconselhamo-vos a ler agora o livro (mesmo que já o tenham feito! É ainda melhor à segunda leitura. Ou mesmo à terceira!) É um dos meus livros favoritos publicados em 2014. Para os que estiveram enfiados num buraco nos últimos meses, espreitem a review na nossa secção Ler para terem uma ideia do quão espectacular é este livro. Como costume, vamos dividir o livro em partes pelas quatro semanas do Clube de Leitura, para vos ajudar a organizar as vossas leituras ao longo do mês: 24 Outubro - 29 Outubro - Capítulo 1 a Capítulo 8 30 Outubro - 05 Novembro - Capítulo 9 a Capítulo 14 06 Novembro a 12 Novembro - Capítulo 15 a Capítulo 20 13 Novembro a 20 Novembro - Capítulo 21 a Capítulo 26 Durante todo o mês estaremos a partilhar as nossas citações favoritas nas redes sociais e dia 23 de Novembro estaremos aqui para analisar esta magnífica obra. Agarrem-se à vossa cadeira, porque esta é uma viagem atribulada, mas que vale muito a pena. C.S. Esta semana venho-vos falar de um evento privado especial, organizado por três quartos da Equipa do Especulatório.
Refiro-me, como o título sugere, ao Geekend, uma clara junção das palavras "Geek" e "Weekend", visto que foi isso mesmo que tentámos organizar. Este primeiro (de muitos) Geekends foi passado por terras alentejanas, num monte perto de Évora. Dois dias e meio, num espaço amplo e muito calmo, com muitos jogos de tabuleiro à mistura. Foi jogos ao pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar! Apesar de ter sido algo entre amigos, este primeiro fim-de-semana mergulhados em jogos serviu um duplo propósito. Se por um lado estávamos mesmo a precisar de passar dois dias inteiros a jogar, sem mais preocupações, para recarregar energias, por outro lado queríamos perceber como funcionaria, em termos organizacionais, um mini-evento deste tipo. E, apesar da nossa amostra ser reduzida (e restringida maioritariamente a viciados em jogos de tabuleiro) pareceu-nos que é algo que possivelmente tem pernas para andar como evento organizado por nós para o público em geral (ou o mais geral possível, visto que é maioritariamente para jogadores). O espaço que encontramos é espectacular (e os donos uma simpatia), e apesar de serem 16 pessoas para gerir, tudo correu pelo melhor, e todos se divertiram imenso. Para já o Especulatório é apenas este pequeno espaço virtual, mas esperamos, com o vosso incentivo e muito trabalho da nossa parte, poder um dia tornar esta ideia num projecto real e físico. Uma das nossas (muitas) ideias seria sem dúvida organizar Geekends no campo, para todos os que quisessem participar, sem terem sequer que pensar em encontrar jogos ou coordenar sessões de RPG's. Apenas teriam que pegar no vosso grupo de amigos e aparecer para um fim-de-semana cheio de diversão! Fica para já a ideia e a nossa esperança de um dia o podermos tornar real para todos os fãs por esse Portugal fora! Digam-nos vocês o que acham desta ideia. Gostariam de participar num futuro Geekend? Até para a semana, C.S. Este mês vamos falar de bons hábitos de escrita porque, se forem como eu, é algo que muitas vezes nos falta e repetidamente nos impede de escrever tanto como gostaríamos.
Vou aqui falar essencialmente de três ideias: Espaço de Escrita, Tempo de Escrita e Mentalidade de Escrita. Espaço de Escrita: Alguns de vós têm já o vosso espaço de escrita definido. Pode ser uma divisão específica da vossa casa, uma mesa ou secretária favoritas, uma biblioteca ou café que costumem frequentar. Pode até ser um espaço móvel. A mera presença dos vossos utensílios de escrita, o ritual de os dispor de uma certa forma, pode criar o vosso espaço criativo, onde quer que estejam. O que interessa é que se sintam confortáveis. Para algumas pessoas pode ser preciso ter uma certa camisola vestida, ter sapatos calçados ou, até, ter ou não calças vestidas! Podem precisar do vosso caderno ou caneta favoritos, ou abrir um software específico para criarem a vossa história. Algumas pessoas gostam de escrever com música, outras em silêncio, e ainda outras com barulho de fundo. Para aqueles que se distraem facilmente com música deixo a sugestão: experimentem o editor de texto online Noisli. Esta página oferece um temporizador, vários sons de fundo - como chuva, uma fogueira a crepitar, o vento ou os barulhos de um café - e um ecrã sem grandes distracções. É só escrever e depois guardar no vosso computador. O que interessa é que identifiquem as condições que precisam para escrever, repliquem-nas sempre que possível, e vão ver a vossa vida muito facilitada. Tempo de Escrita: Todos nós nos queixamos de não ter tempo para escrever. É possivelmente das desculpas que eu mais uso! Temos que trabalhar, ir às aulas, arrumar a casa, fazer o jantar, ir às compras ou lidar com filhos, pais ou cônjuges. Depois de tudo isto quem é que tem tempo para se sentar e escrever?! A primeira coisa que têm que fazer é prioritizar o vosso dia-a-dia, de modo a encontrarem tempo para escrever. Uma excelente sugestão que encontrei quando me preparava para o último NaNoWriMo foi a seguinte: durante uma semana, ao final de cada dia, façam um calendário de todas as coisas que fizeram ao longo do dia, e o tempo que demorou cada uma. Por exemplo: 08h-09h - Viagem para o trabalho, 09h-12h - Trabalhar; 12h-12:30h - Almoçar; (...); 21h-22:30h - Ver TV. Depois identifiquem a tarefas que (infelizmente) não podem deixar de fazer (como trabalhar ou ir às aulas); as tarefas que podem fazer ou não nesse dia (se calhar essa loiça pode ficar para amanhã ou podes pedir a alguém que trate do jantar) e por último as actividades que claramente podem dar lugar à escrita (como ver TV). No final vão conseguir identificar como melhor ajustar o vosso dia-a-dia para criarem tempo para escrever. Para a maioria de nós o ideal seria podermos reservar um bloco de três ou quatro horas só para nos dedicarmos à nossa escrita. Afinal de contar, os primeiros três quartos de hora são normalmente de "aquecimento". Muitos de nós gostam de reler o que escreveram no dia anterior, fazer alguma pesquisa ou simplesmente fazer outras coisas que nos ajudem a encher o poço da criatividade. Para alguns isto pode ser jogar, navegar na internet ou espreitar as redes sociais. Todas estas coisas podem ser importantes para nos ajudar a passar do "Modo Trabalho" ou "Modo Família" para o "Modo Escrita". O meu conselho desde já é arranjarem um temporizador (pode ser aquele que têm na cozinha) e determinarem à priori quanto tempo vão gastar com estas actividades. Quando o relógio tocar, está na hora de começar a criar (até rima e tudo!). Mas para aqueles que não têm mesmo oportunidade de reservar quatro horas do seu dia para a escrita, terão de aprender a fazer o vosso "aquecimento" antes de sequer se sentarem à secretária. Talvez possam reler o que escreveram no caminho para casa ou dedicar algum espaço mental ao que vão escrever hoje enquanto tomam conta de algumas tarefas de casa. Uma nota importante - Nunca subestimem a vossa capacidade de escrever muito em pouco tempo! Para muitos de nós, quanto menos tempo temos, mais produtivos somos! Mentalidade de Escrita: O problema de muito boa gente, incluindo eu, é que dizemos a nós mesmos que agora não conseguimos escrever, que "um dia" (aquele mítico ponto no futuro longínquo em que vamos fazer todas as coisas) teremos mais tempo para escrever ou que os outros nos impedem de escrever. A verdade é que temos primeiro que assumir perante nós mesmos que queremos escrever! Há que fazer a transição de escrever por hobby para escrever a sério, e assumir que se queremos ter escrito um livro, temos que começar a escrever! É verdade que as pessoas que nos rodeiam podem inadvertidamente estar a tentar dizer-nos o que fazer, no sentido de acharem que devíamos estar a fazer outras coisas mais importantes, em vez de escrever. Mas temos que ser nós a mostrar-lhes que queremos que a nossa escrita seja tratada seriamente. Se não levarmos o acto de escrever a sério, quem nos rodeia também não levará. Se por outro lado, precisam de ajuda para começar a escrever todos os dias, experimentem deixar já escrita a primeira linha do vosso próximo capítulo, ou deixar a meio uma cena que estão a adorar escrever. Podem achar que vão perder o ímpeto, mas pode também servir para começarem a vossa próxima sessão de escrita mais motivados para continuar aquele momento dramático da vossa história. Para os que precisam de motivação mais fofinha, experimentem o Written? Kitten!. Por cada 100 ou 200 palavras que escreverem neste editor de texto online, ele oferece-vos uma nova imagem de um gatinho (ou cachorrinho, ou coelhinho, é o que preferirem!) Se isto for demasiado fofo para vocês (como é para mim) fiquem-se pelo papel e caneta, e deixem os gatinhos para quando forem relaxar a ver vídeos do YouTube. Este em particular é bastante bom para encher o poço da criatividade. Desafio-vos a escreverem uma pequena história sobre este pobre gato e a partilharem com todos nós as vossas criações! Toca a escrever! C.S. Muito se tem escrito sobre adaptações de livros a filmes. Parece que, ultimamente, por entre reboots e remakes, as adaptações têm sido predominantes no mundo do cinema.
Mas se existem filmes espectaculares, adaptados de livros, existem talvez um igual número de adaptações que falharam miseravelmente. Mas comecemos pelas nossas favoritas. Nenhum artigo que fale de adaptações de livros a filmes pode ignorar a grande trilogia do realizador Peter Jackson (e não, não nos estamos a referir ao Hobbit - já lá chegaremos): "The Lord of the Rings", de J.R.R. Tolkien. Apesar de algumas críticas por parte dos fãs mais protectores (sim, ficámos todos com muita pena do Tom Bombadil não ter sido incluído) é sem dúvida uma fantástica adaptação de um livro que muitos, incluindo o autor, acreditavam ser impossível de passar para o grande ecrã. É especialmente incrível que o último filme da trilogia tenha tido tanto sucesso (11 Oscars!) considerando que, em muitas trilogias, é difícil manter o interesse do público até à terceira, e última, parte. Basta lembrarmo-nos da trilogia "The Matrix". Ou não. Pois, se calhar é mesmo melhor não pensarmos muito naquele terceiro filme do Matrix… Continuando pelas boas adaptações (na minha humilde opinião, claro) temos que referir os oito filmes de "Harry Potter", de J.K. Rowling. Claro que entre tanto filme haverá sempre altos e baixos. De todos os filmes considero que o primeiro é o que melhor trouxe a magia de Potter para os nossos ecrãs, possivelmente porque era também o mais “simples” de traduzir para o meio cinemático. E apesar daquele 4º filme ("Harry Potter and the Goblet of Fire") me ter trazido alguns pesadelos (Harry Potter fechado num armário com a jornalista Rita Skeeter deve ter dado origem a muitas fanfictions estranhas…) acho que no geral a maioria dos filmes da série foram bem conseguidos. Mas infelizmente nem todos os livros dão origem aboas adaptações em filme. E acho que vamos ter que falar aqui da trilogia “The Hobbit”, também realizado por Peter Jackson, baseado no livro de J.R.R. Tolkien. Deixem-me dizer que, apesar de tudo, eu gosto bastante destes filmes! E penso que, em parte, as críticas negativas que esta adaptação recebeu vêm do facto de não conseguir chegar ao patamar de “The Lord of the Rings”. Mas vamos ser honestos, é um patamar difícil de atingir! Para quem ficou com a sensação que esta seria uma adaptação em que menos seria mais, aconselho-vos a procurar pela internet a adaptação resumida de um fã, que juntou as 3 partes num único filme de 4 horas, retirando todo o material que não aparece originalmente no livro. E o livro que possivelmente mais tinta (e lágrimas) já fez correr, ao ser convertido para o grande ecrã, é sem dúvida “Dune”, de Frank Herbert. Quer as adaptações que acabaram por ser feitas, como as que nunca se tornaram realidade. Se existe filme adaptado que mais confusão criou, foi sem dúvida “Dune”. Se quiserem saber tudo sobre a história caótica desta adaptação espreitem este link. Apesar de tudo, a adaptação de 1984 de David Lynch tem vindo a ser vista com melhores olhos, talves porque está a entrar no Clube dos Clássicos (e não se deve dizer mal dos clássicos, por muito estranhos que nos pareçam hoje…). Pessoalmente, acho que a mini-série do canal Sci-Fi “Frank Herbert's Dune” é mais fácil de ver, e apreciar, no que toca à história em si. E chegou a hora de falarmos das adaptações que estão mesmo, mesmo, para sair. Tenho que começar por mencionar “The Martian”, de Andy Weir, que, por estranha coincidência, estreia hoje em filme. Ainda não vi, mas pelos trailers, sneak-peeks e outros clips que têm sido divulgados, parece-me uma boa adaptação do que considero ser um dos melhores livros de 2014. Se ainda não leram, esperem pelo próximo mês (sim, será obviamente o livro do Clube de Leitura mensal). E agora que já estreou, aproveitem para irem ao cinema! Uma outra adaptação a filme que estou bastante entusiasmada por ver é a do livro “Ready Player One”, de Ernest Cline, com data prevista de estreia em Dezembro de 2017. Um excelente livro para todos nós que crescemos nos anos 80 (e mesmo para os mais novos) que promete ser um brilhante filme, não fosse estar a ser realizado pelo grande Steven Spielberg. Ainda temos que esperar bastante mas acho que valerá a pena. Para finalizar este artigo, tenho que falar nos livros que adorava ver em filme, mas que são talvez impossíveis de adaptar ao grande ecrã. Podemos começar pelo "The Silmarillion", de J.R.R. Tolkien, que é claramente um conjunto de histórias e não uma narrativa contínua. Torna-se assim muito difícil de adaptar a filme. Mas continuo a achar que seria visualmente espectacular. Seguidamente na minha lista vêm duas grandes séries de livros que, pelo seu enorme tamanho, muito dificilmente serão um dia adaptadas para cinema: “The Belgariad” e ”The Malloreon”, de David Eddings, com um total de 13 livros, e “Kushiel’s Legacy”, de Jacqueline Carey, com um total de 9 livros. Ambos são mundos que cativaram a minha imaginação, mas com aproximadamente 12.000 páginas entre eles, são um projecto sem dúvida difícil. Quem sabe se não serão um dia a adaptação a série de televisão? E vocês? Quais são as vossas adaptações a filme favoritas? Houve livros que consideram que foram arruinados na sua adaptação ao cinema? E quanto a livros que gostariam ver adaptados, têm sugestões? Como sempre, gostaríamos de ter a vossa opinião sobre estes, e outros assuntos no mundo especulativo. Participem deixando o vosso comentário, nos nossos fóruns e redes sociais! C.S. Um livro por dia, não sabe o bem que lhe fazia! Mas sejamos realistas, para que tal acontecesse seria preciso termos todos muito tempo livre. Como tal não é o caso, ficamo-nos por um livro por mês, que já é bastante bom! (por isso, e porque encontrar palavras que rimem com "um livro por mês" não é nada fácil...) Todos os meses, começando no dia 23, queremos incentivar-vos a seguirem-nos na leitura de um livro em trinta dias. No final, cá estaremos para falarmos sobre todas as nossas partes favoritas, ou menos favoritas, questões que ficaram por resolver, e tudo o mais que queiram discutir connosco. Mas não se preocupem que não vos deixaremos desamparados durante o caminho! Ao longo dos trinta dias de viagem estaremos nas nossas redes sociais e no fórum para vos motivarmos ao longo deste percurso. Aceitam-se desde já sugestões de livros para os próximos Clube de Leitura! Este mês, para darmos início ao nosso clube, vamos agarrar na nossa toalha e no nosso guia e lançarmo-nos à Boleia pela Galáxia. Afinal de contas, depois daquela excelente crítica do "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy", de Douglas Adams, na nossa secção Ler, o que mais poderíamos fazer? Esta é a edição que eu estarei a ler, mas cada um que escolha a língua e a edição que prefere. Mas nada de pânico! Para facilitar esta nossa viagem vamos dividir este primeiro volume da saga em 4 partes. Esta semana o nosso objectivo é seguir Arthur e Ford no início da sua aventura, até ao capítulo 7. Depois disso vamos navegar do capítulo 8 ao 16 com o resto do elenco, e na semana seguinte vamos correr atrás do legendário planeta de Magrathea pelos capítulos 17 a 24. Na última semana deste clube de leitura tentaremos descobrir a resposta para a Vida, o Universo e tudo o mais, a partir do capítulo 25 até ao final! E dia 23 de Outubro voltaremos todos ao planeta Terra para partilharmos as nossas descobertas galácticas, citações favoritas e opinião sobre se a resposta a tudo é mesmo 42. Fica assim resumido o calendário: 23 a 30 de Setembro - Semana 1 - Capítulos 1 a 7 01 a 07 de Outubro - Semana 2 - Capítulos 8 a 16 08 a 14 de Outubro - Semana 3 - Capítulos 17 a 24 15 a 22 de Outubro - Semana 4 - Capítulos 25 a 35 E espreitem as nossas redes sociais todas as 4ª-Feiras para nos acompanharem ao longo da história! Portanto preparem as malas e toca a esticar o polegar. C.S. |
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